tag:blogger.com,1999:blog-58656757022171262082024-02-19T08:08:47.313-08:00Tijoladas do AlexeiUnknownnoreply@blogger.comBlogger118125tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-24890518482550021652013-08-02T05:06:00.002-07:002013-08-02T05:07:49.702-07:00Pausa neste blogPela mais pura falta de disponibilidade do autor este blog foi descontinuado. Infelizmente há mais de um ano não tenho mais condições de atualizar este que foi, por algum tempo, um canal por onde eu direcionei minha indignação e inconformidade com o poder manipulador da mídia comercial em nosso pais. Mais infeliz ainda, porém, é o fato de que a mídia continua mais atuante que nunca em seus intuitos de distorcer, mentir e oprimir a grande população. Não consigo cultivar mais otimismo, o que vejo é um mundo onde alguns poucos pautam todos os outros. Estou cansado de ver pessoas que se julgam bem informadas meramente macaqueando o telejornal e a revista semanal. Estou cansado de ver cidadãos direcionando seus ódios contra aqueles que lutam por sua libertação. Estou cansado de ver jornais usando o sentimento egoísta dos indivíduos para afastá-los de sua consciência como coletividade. E estou muito cansado de nadar contra a corrente.<br />
<br />
Aos que estão aí fora, porém, decididos a continuar essa luta por qualquer meios que seja, dedico esta música. "Calm like a bomb".<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/E3mx3ptEz50?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-61192585891869354102012-10-22T20:45:00.003-07:002012-10-23T07:07:59.081-07:00A Islândia é importante<i>Enquanto os notíciários seguem derramando tinta e mais tinta para falar de Portugal, Itália, Espanha, Grécia e Irlanda e suas respectivas crises econômicas, alguns outros países que passaram por situação muitíssimo semelhante a estes estão sendo confortavelmente esquecidos pela nossa mídia comercial. Não se faz notícia sobre eles, não se cita eventos acontecidos nesses lugares, não se pronuncia o nome desses países. É o caso muito interessante da Islândia.</i><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyyLSG8zruSTkZYWmUCq4dTGAocNKj5ScByASY-64zENRSrIQc5atIWP0dn2q1iqAYZ4Mlz84k0Y89cCKpW0h-Lo4nrDV3C_uvgvCY19106OcsvP3VxyYLKIMmb0HrwD1rqgwz-bXly6As/s1600/Iceland-landscape.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyyLSG8zruSTkZYWmUCq4dTGAocNKj5ScByASY-64zENRSrIQc5atIWP0dn2q1iqAYZ4Mlz84k0Y89cCKpW0h-Lo4nrDV3C_uvgvCY19106OcsvP3VxyYLKIMmb0HrwD1rqgwz-bXly6As/s320/Iceland-landscape.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<i>A ilha da cantora Björk (ah.... por sinal, que voz maravilhosa!!!) foi uma das primeiras vítimas da crise do Euro, e chegou a ser manchete nos jornais do mundo por vários meses por conta da dívida astronômica que o pais contraiu. Economistas, articulistas, comentaristas, analistas, todos tinham algo a dizer sobre essa ilha. Passado um tempo, porém, a palavra "islândia" subitamente desapareceu completamente dos jornais. Coincidentemente foi logo após a população da islândia decidir, em referendo, que não iria pagar a divida dos banqueiros que quebraram o seu país no cassino das finanças internacionais. Em seguida banqueiros foram presos e os bancos reestatizados, e isso não é coisa tolerável pela nossa mídia. Agora, como se não bastasse, um novo referendo definiu que todos os recursos naturais desse país pertencem a TODO o seu povo e não podem ser privatizados. Acontece que vilanizar, bombardear e derrubar a mais antiga democracia parlamentar do mundo (aproximadamente mil anos) está fora de questão (até porque não há petróleo aqui), por isso optou-se tacitamente por ignorar totalmente sua existência.</i><br />
<i><br /></i>
<i>Mas não há engano. A Islândia é importante.... e um belo exemplo a ser estudado.</i><br />
<br />
<i>Paz </i><br />
<i>Alexei </i><br />
<i><br /></i>
<br />
<br />
<h1>
Santayana: Islandeses abrindo caminho para uma pacífica revolução mundial dos povos?</h1>
<div class="date">
<span style="font-size: xx-small;">publicado em 22 de outubro de 2012 às 11:58</span></div>
<i>O referendum islandês e os silêncios da mídia</i><br />
<i>por <b>Mauro Santayana</b>, em <b><a href="http://www.cartamaior.com.br/">Carta Maior</a></b></i><br />
<br />
<br />
Os cidadãos da Islândia referendaram, ontem, com cerca de 70% dos
votos, o texto básico de sua nova Constituição, redigido por 25
delegados, quase todos homens comuns, escolhidos pelo voto direto da
população, incluindo a estatização de seus recursos naturais.<br />
<br />
A Islândia é um desses enigmas da História. Situada em uma área
aquecida pela Corrente do Golfo, que serpenteia no Atlântico Norte, a
ilha, de 103.000 km2, só é ocupada em seu litoral. O interior, de montes
elevados, com 200 vulcões em atividade, é inteiramente hostil – mas se
trata de uma das mais antigas democracias do mundo, com seu parlamento
(Althingi) funcionando há mais de mil anos. Mesmo sob a soberania da
Noruega e da Dinamarca, até o fim do século 19, os islandeses sempre
mantiveram confortável autonomia em seus assuntos internos.<br />
<br />
Em 2003, sob a pressão neoliberal, a Islândia privatizou o seu
sistema bancário, até então estatal. Como lhes conviesse, os grandes
bancos norte-americanos e ingleses, que já operavam no mercado
derivativo, na espiral das subprimes, transformaram Reykjavik em um
grande centro financeiro internacional e uma das maiores vítimas do
neoliberalismo. Com apenas 320.000 habitantes, a ilha se tornou um
cômodo paraíso fiscal para os grandes bancos.<br />
<br />
Instituições como o Lehman Brothers usavam o crédito internacional do
país a fim de atrair investimentos europeus, sobretudo britânicos. Esse
dinheiro era aplicado na ciranda financeira, comandada pelos bancos
norte-americanos. A quebra do Lehman Brothers expôs a Islândia que
assumiu, assim, dívida superior a dez vezes o seu produto interno bruto.
O governo foi obrigado a reestatizar os seus três bancos, cujos
executivos foram processados e alguns condenados à prisão.<br />
<br />
A fim de fazer frente ao imenso débito, o governo decidiu que cada um
dos islandeses – de todas as idades – pagaria 130 euros mensais durante
15 anos. O povo exigiu um referendum e, com 93% dos votos, decidiu não
pagar dívida que era responsabilidade do sistema financeiro
internacional, a partir de Wall Street e da City de Londres.<br />
<br />
A dívida externa do país, construída pela irresponsabilidade dos
bancos associados às maiores instituições financeiras mundiais, levou a
nação à insolvência e os islandeses ao desespero. A crise se tornou
política, com a decisão de seu povo de mudar tudo. Uma assembléia
popular, reunida espontaneamente, decidiu eleger corpo constituinte de
25 cidadãos, que não tivessem qualquer atividade partidária, a fim de
redigir a Carta Constitucional do país. Para candidatar-se ao corpo
legislativo bastava a indicação de 30 pessoas. Houve 500 candidatos. Os
escolhidos ouviram a população adulta, que se manifestou via internet,
com sugestões para o texto. O governo encampou a iniciativa e
oficializou a comissão, ao submeter o documento ao referendum realizado
ontem.<br />
<br />
Ao ser aprovado ontem, por mais de dois terços da população, o texto constitucional deverá ser ratificado pelo Parlamento.<br />
Embora a Islândia seja uma nação pequena, distante da Europa e da
América, e com a economia dependente dos mercados externos (exporta
peixes, principalmente o bacalhau), seu exemplo pode servir aos outros
povos, sufocados pela irracionalidade da ditadura financeira.<br />
Durante estes poucos anos, nos quais os islandeses resistiram contra o
acosso dos grandes bancos internacionais, os meios de comunicação
internacional fizeram conveniente silêncio sobre o que vem ocorrendo em
Reykjavik. É eloqüente sinal de que os islandeses podem estar abrindo
caminho a uma pacífica revolução mundial dos povos.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-55328355831718562492012-10-04T16:00:00.000-07:002012-10-04T16:00:03.184-07:00Drones aquáticos - o futuro da guerra no mar?<h3>
<i>Os tambores de guerra vão tocando, nos palácios, nos jornais, nos noticiários...</i></h3>
<h3>
<i>Enquanto isso, os EUA vão aperfeiçoando sem muito alarde o seu novo brinquedo mortal. Drones Submarinos. O alvo da vez é o Irã, mas pode um dia ser o pré-sal brasileiro.</i></h3>
<h3>
<i><br />A senhora morte da risadas....</i></h3>
<h3>
<i> Me da pena do mundo</i></h3>
<h3>
<i>A reportagem abaixo foi traduzida pela resistir.info </i></h3>
<h3>
<i> </i></h3>
<h3>
<i>Paz</i></h3>
<h3>
<i>Alexei </i> </h3>
<h1>
</h1>
<h1>
Drones subaquáticos para as guerras dos EUA
<br />
– Serão eles utilizados contra o Irã?
</h1>
<span style="font-size: medium;">
<div align="right">
<b>
<a href="http://resistir.info/eua/drones_subaquaticos.html#" id="_GPLITA_4" style="text-decoration: underline;" title="Click to Continue > by Text-Enhance">por</a> Julie Lévesque
</b>
</div>
<div align="justify">
<img align="right" alt="Drone subaquático." src="http://resistir.info/eua/imagens/drone_manta_uuv.jpg" />
A obscurecer os
<a href="http://www.globalresearch.ca/pakistan-cia-annihilation-from-the-air-drone-warfares-invisible-dead/" target="_new"> efeitos devastadores dos drones dos EUA que matam civis inocentes por todo o mundo</a>
, é com um toque de humor e entusiasmo
ligeiramente inadequados que a empresa de consultoria militar
<a href="http://strikefighterconsultinginc.com/" target="_new"> Strike Fighter Consulting</a>
louva os novos Veículos Subaquáticos Sem
Tripulação da US Navy no seu artigo recente "Unmanned Drones
Take to the Seas".
<br />
<br />
"Dá a impressão que os pilotos de drones vão precisar
lições de natação.
<br />
<br />
A Armada dos EUA actualmente está a experimentar uma nova
geração de drones subaquáticos nas águas junto a
Newport, Rhode Island. A sua <a href="http://resistir.info/eua/drones_subaquaticos.html#" id="_GPLITA_1" style="text-decoration: underline;" title="Click to Continue > by Text-Enhance">esperança</a> é que estes drones venham
a ser os primeiros passos (ou o primeiro cachorrinho, se quiser) para um futuro
de submarinos autónomos.
<br />
<br />
Estes drones, que são conhecidos tecnicamente como Unmanned Underwater
Vehicles (UUV) poderiam representar uma "alteração do
jogo" para a Armada, disse Christopher Egan, administrador de <a href="http://resistir.info/eua/drones_subaquaticos.html#" id="_GPLITA_0" style="text-decoration: underline;" title="Click to Continue > by Text-Enhance">programa</a> no
Naval Undersea Warfare Center.
<br />
<br />
<img align="right" alt="Modelo do drone subaquático." src="http://resistir.info/eua/imagens/drone_manta_70pc.jpg" />
<b>
Tudo o que torna os drones aéreos tão eficazes
<i>
(effective)
</i>
pode muito facilmente ser aplicado a submarinos.
</b>
(Dabney B.,
<a href="http://strikefighterconsultinginc.com/blog/unmanned-drones-take-to-the-seas/" target="_new"> Unmanned Drones Take to the Seas</a>
, Strike Fighter Consulting Inc, September 19, 2012, ênfase acrescentada.)
<br />
<br />
De que espécie de "eficiência" estamos a falar aqui?
<br />
<br />
A guerra com drones tem sido "eficiente" principalmente em matar
civis inocentes, incluindo crianças, segundo um estudo da Universidade
de Stanford e da Universidade de Nova York.
</div>
<blockquote>
<div align="justify">
Segundo o novo estudo, apenas uma em cada cinquenta vítimas do programa
da CIA de ataques "dirigidos"
<i>
("targeted")
</i>
com drones em áreas tribais do Paquistão são militantes
conhecidos, ao passo que um número <a href="http://resistir.info/eua/drones_subaquaticos.html#" id="_GPLITA_3" style="text-decoration: underline;" title="Click to Continue > by Text-Enhance">entre</a> 2.562 e 3.325 pessoas foi morta
no Paquistão entre Junho de 2004 e meados de Setembro deste ano –
das quais entre 474 e 881 era civis, incluindo 176 crianças. (The News
International (Pakistan), Pakistan.
<a href="http://www.globalresearch.ca/pakistan-cia-annihilation-from-the-air-drone-warfares-invisible-dead/" target="_new"> CIA Annihilation From The Air: Drone Warfare's Invisible Dead</a>
, September 26, 2012)
</div>
</blockquote>
<div align="justify">
Dizem-nos que estes novos
<i>
"cost-efficient"
</i>
drones submarinos "poderiam ser utilizados para mapear o fundo do oceano,
detectar minas inimigas, colectar <a href="http://resistir.info/eua/drones_subaquaticos.html#" id="_GPLITA_2" style="text-decoration: underline;" title="Click to Continue > by Text-Enhance">informação</a> ou apoiar a guerra
submarina [...] A Armada espera que o Razor seja virtualmente
indetectável pelos sistemas inimigos". (Dabney B., op. cit.)
<br />
<br />
No princípio deste ano a
<i>
Aviation Week
</i>
publicou um artigo sobre Veículos Subaquáticos Não
Tripulados de Grande Deslocação (Large Displacement Unmanned
Underwater Vehicle, LDUUV) o qual confirma que a tecnologia drone
subaquática não está bem estabelecida. Prevê-se que
o novo Large Displacement Unmanned Underwater Vehicle (LDUUV) seja utilizado
não após 2014:
</div>
<blockquote>
<div align="justify">
O Large Displacement Unmanned Underwater Vehicle (LDUUV) será grande e
extremamente autónomo, executando missões a longas
distâncias durante meses.
<b>
Ele actuará como um navio mãe
<i>
(mothership),
</i>
posicionando e operando sensores estáticos e móveis para
vigilância persistente em águas costeiras.
</b>
Finalmente, é provável que seja armado. O programa parece
ambicioso, mas
<b>
grande parte da tecnologia já foi demonstrada.
</b>
<br />
<br />
[...]
<br />
<br />
O LDUUV terá uma grande capacidade de carga útil, tornando-o
<i>
capaz de libertar sensores,
</i>
bóias de comunicação,
<b>
UUS mais pequenos e armas.
</b>
A ênfase actual da Armada está na vigilância persistente
"externa"
<i>
("over the horizon").
</i>
Contudo,
<b>
o seu impacto mais significativo poderia ser na guerra das minas, tanto
ofensivas como defensivas.
</b>
<br />
<br />
E
<b>
o LDUUV poderia tornar a colocação de minas mais
controlável e clandestina.
</b>
No conceito de mina transformacional, o LDUUV coloca sensores em rede numa
área vasta. Estes
<b>
rastreiam e identificam todo navio dentro da sua amplitude.
</b>
Dependendo da situação,
<b>
qualquer navio pode ser atacado, seja por uma arma ancorada ou por um torpedo
vindo do próprio UUV.
</b>
<br />
<br />
[...]
<br />
<br />
<b>
A Armada planeia divulgar um pedido de propostas para o LDUUV em 2014.
</b>
Em Outubro último o contra-almirante Barry Bruner, o director de guerra
subaquática da Armada, indicou que
<b>
mais de 10 LDUUVs seriam encomendados.
</b>
O LDUUV está a ser encarado como um ajudante para complementar
submarinos tripulados. Contudo, se ele alcançar os objectivos
tecnológicos de resistência e autonomia, colocará
questões sérias acerca do que exactamente grandes
embarcações não tripuladas poderiam afinal das contas
não fazer. (David Hambling,
<a href="http://www.aviationweek.com/Article.aspx?id=/article-xml/DT_04_01_2012_p28-438621.xml&p=2" target="_new"> Large Displacement Unmanned Underwater Vehicle Steaming Ahead</a>
, Aviation Week, April 1, 2012, ênfase acrescentada.)
</div>
</blockquote>
<div align="justify">
<img align="right" alt="Drone EchoRanger, da Boeing." src="http://resistir.info/eua/imagens/drone_echo_ranger_boeing.jpg" />
Se esta tecnologia foi demonstrada, ela poderá ser utilizada para a
guerra subaquática.
<br />
<br />
Será que submarinos armados não tripulados serão
utilizados em "minagens clandestinas" contra o Irão no Golfo
Pérsico?
<br />
<br />
A respeito disto, relatórios confirmam que actualmente (Setembro/2012)
estão a ser conduzidos exercícios militares próximos das
águas territoriais do Irão e são "destinados a
simular a resposta do Irão a um ataque dos EUA-Israel, nomeadamente que
acções serão tomadas pelas forças aliadas em
resposta à retaliação militar pelo Irão".
(Michel Chossudovsky,
<a href="http://www.globalresearch.ca/warship-diplomacy-a-prelude-to-all-out-war-with-iran/" target="_new"> “Warship Diplomacy”: A Prelude to All Out War against Iran?</a>
, Global Research, September 26, 2012.)
<br />
<br />
Drones subaquáticos fazem parte dos jogos de guerra, informa a Bloomberg:
</div>
<blockquote>
<div align="justify">
"O
<a href="http://www.baesystems.com/cs/groups/public/documents/document/mdaw/mdqx/%7Eedisp/baes_027609.pdf" target="_new"> ''Mark 38 Mod 2,”</a>
de 25 mm guiado da
<a href="http://www.bloomberg.com/quote/BA/:LN" target="_new"> BAE Systems Plc (BA/)</a>
25mm guided e o
<b>
veículo subaquático não tripulado Kingfish estão
entre os programas que o Pentágono acelerou este ano sob uma iniciativa
"Via rápida"
<i>
("Fast Lane")
</i>
para reagir a armas navais iranianas.
</b>
Uma das mais sérias ameaças, diz a Armada, são botes
iranianos de alta velocidade que podem empregar tácticas de
"enxame". (
<a href="http://www.bloomberg.com/news/2012-09-23/upgrades-boost-u-s-naval-capabilities-against-iranian-threat.html" target="_new"> Bloomberg</a>
, September 19, 2012. ênfase acrescentada.)
</div>
</blockquote>
<div align="justify">
Uma declaração recente do Director de Investigação
do think tank neocon Washington Institute for Near East Policy sugeriu que os
EUA deveriam provocar o Irão a "disparar o primeiro tiro".
</div>
<blockquote>
<div align="justify">
"Estamos no jogo de utilizar meios encobertos contra os iranianos. Podemos
ficar mais sujos com isso [...] Os Estados Unidos – juntamente com muitos
parceiros internacionais que pode mobilizar – deveriam mover-se para
acções mais contundentes, sejam encobertas ou abertas,
publicamente proclamadas ou negáveis". (Patrick Clawson, citado em
Michel Chossudovsky,
<a href="http://www.globalresearch.ca/neocon-washington-think-tank-the-us-should-provoke-iran-into-taking-the-first-shot/" target="_new"> Neocon Washington Think Tank: The US should Provoke Iran into “Firing the First Shot”</a>
, September 26, 2012.)
</div>
</blockquote>
<div align="justify">
Drones subaquáticos parecem constituir a arma perfeita a ser utilizada
em actos de provocação.
<br />
</div>
<div align="right">
28/Setembro/2012
</div>
<b>
O original encontra-se em
<a href="http://www.globalresearch.ca/american-drones-for-covert-underwater-warfare-against-iran/" target="_new"> www.globalresearch.ca/...</a>
</b>
<br />
<br />
<b>
Este artigo encontra-se em
<a href="http://resistir.info/" target="_new"> http://resistir.info/</a>
.
</b>
</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-1162638596567341022012-09-08T13:13:00.001-07:002012-09-08T13:42:50.662-07:00Vende-se uma eleiçãoEm qualquer lugar do mundo seria chamado de corrupção, mas nos EUA é um direito protegido por lei. Corporações, cujo único interesse - declaradamente - é o lucro, estão financiando e realmente determinando os rumos da eleição presidencial dos EUA. O cinismo do sistema judicial-eleitoral americano é assustador e vai ser a piada das gerações futuras. Isso não e democracia, é corporocracia, é plutocracia, é oligocracia, é a lucrocracia. Que tipo de lição de democracia um país desses pode ensinar aos outros povos? Lição nenhuma.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdqc3yUPEl3PXJGPQF0l8E_Zm1PjL1jw_tKQb8_NSW_-9h5vB5ehxI0Lk3B8Bjenbf3ljbYst3VQSPAJ_IEQrnU1BhXyUK3SzSPvLN3OVKAM2B8Di5hPJtINPmoYR68NLXvcl8fXxiFdlA/s1600/moneyasspeach.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdqc3yUPEl3PXJGPQF0l8E_Zm1PjL1jw_tKQb8_NSW_-9h5vB5ehxI0Lk3B8Bjenbf3ljbYst3VQSPAJ_IEQrnU1BhXyUK3SzSPvLN3OVKAM2B8Di5hPJtINPmoYR68NLXvcl8fXxiFdlA/s320/moneyasspeach.jpg" width="320" /></a></div>
No artigo abaixo vemos um resumo de como, nesses últimos anos, as regras foram modificadas para favorecer ainda mais o poder das grandes corporações de direcionarem o processo eleitoral e escolher o novo comandante-em-chefe da maior máquina de destruição e morte do planeta. <br />
<br />
Paz<br />
Alexei<br />
<br />
<br />
<br />
<h1>
Como as corporações estão comprando as eleições dos EUA
</h1>
<h2>
A lei dos EUA ainda bane corporações estrangeiras de
participarem diretamente nas eleições do país. Mas após um caso vencido
na Justiça pela ONG Citizens United, associações como o Instituto
Americano do Petróleo, financiado transnacionais, entre elas a maior
petroleira saudita, estão livres para gastar como quiserem. O presidente
Obama já fez essa denúncia.</h2>
<div class="headline-link">
Lee Fang - The Nation</div>
No dia 27 de janeiro de 2010, um ano na
presidência, o presidente Barack Obama tratou de um problema no discurso
feito para a ocasião. A Suprema Corte acabara de abrir "as portas a
interesses especiais, incluindo de corporações estrangeiras, para gastar
um montante sem limites nas nossas eleições". Ele se reportava à
decisão judicial para o embate entre a ONG Citizens United e a Comissão
Eleitoral Federal [agência do governo dos EUA que regula o
financiamento eleitoral no país], na qual a corte derrubou uma centena
de leis, garantindo às corporações um novo e vasto campo para
influenciar o resultado das eleições.<br />
<br />
Nos meses depois do
discurso de Obama, o Instituto Americano do Petróleo (API, na silha em
inglês), uma associação de indústrias petrolíferas que representa
centenas de multinacionais de petróleo e gás, demonstraria o quão
premonitório era o aviso do presidente.<br />
<br />
Antes da decisão da
corte, a API havia entrado em conflito contra o presidente sobre seus
esforços em animar as discussões sobre o aquecimento global. Isso
demandou anúncios, contratações de lobistas da K Street [avenida de
Washington que concentra escritórios de lobby], e o financiamento de
estudos controversos para afirmar que até mesmo a mais irrisória
regulação legislativa, como a taxa Waxman-Markey de limitação de carbono
emitido, arruinaria a economia. O grupo gastou US$ 7,3 milhões em
lobbys federais durante o ano em que a taxa era discutida.<br />
<br />
Mas
chegada a eleições legislativas de meio de mandato, a Citizens United
entregou para a API uma bala adicional a seu revólver. O grupo poderia
agora enviar doações não reveladas de corporações diretamente para
entidades de campanha. Dentre os executivos que lideravam a API naquela
época - e ainda hoje faz parte da liderança - estava Tofiq Al-Gabsani,
um lobista contratado pelo governo saudita. Al-Gabsani é o
diretor-executivo da Saudi Refining Inc., uma total subsidiária da
Companhia de Petróleo da Arábia Saudita, a gigante petrolífera estatal
mais conhecida como Aramco.<br />
<br />
A Aramco, pela sua subsidiária
americana, é conhecida por ser um dos maiores doadores da API. De acordo
com o Washington Post, a contribuição das maiores empresas atinge cerca
de US$ 20 milhões por ano. A API tem, sem muito apuro, 400 empresas
membros, mas somente um pequeno grupo de CEOs da indústria de óleo e gás
senta-se à mesa de diretores, que analisam as principais decisões sobre
campanha política, isto de acordo com os arquivos de negócio estatal e
dois ex-executivos da API. Ao lado de grandes empresas americanas como
ExxonMobil e ConocoPhillips, um desses diretores foi Al-Gabsani.<br />
<br />
A
lei americana ainda bane corporações estrangeiras de participarem
diretamente nas eleições. Mas depois da Citizens United, associações
como API - na qual membros influentes incluem corporações estrangeiras -
estão livres para gastar como querem, tranquilizados pelas exigências
de divulgação. Estes grupos aproveitam totalmente suas novas liberdades.
Enquanto outros comitês de campanha, de centrais sindicais a super
comitês políticos, encaram regras rígidas de transparência, associações
multinacionais desfrutam de um poder incomparável na manipulação
camuflada das eleições usando o dinheiro corporativo.<br />
<br />
Grupos
financiados pela API foram a força por trás da massiva onda de
propagandas negativas para golpear Democratas nas eleições legislativas.
O candidato a senador democrata Joe Sestak da Pensilvânia "votou no
plano desempregador e censor-limitador de Pelosi", entoou uma propaganda
de TV, no período eleitoral, pela Americans for Tax Reform, um dos
vários grupos financiados pela API em 2010. Sestak votou pela cobrança
na poluição por carbono, a propaganda continua, que institui "uma enorme
cobrança que faria as contas públicas e também o preço da gasolina
subirem". Sestak perdeu sua disputa para o Senado, e seu assento no
Congresso foi um dos 63 tomados pelos Republicanos.<br />
<br />
As
propagandas bancadas por entidades como API ajudaram numa das maiores
decepções da história americana. Pela primeira vez, gastos de grupos
externos ofuscaram os gastos do próprio partido. O jovem presidente, com
décimos de seu partido e com o Congresso na mão da extrema-direita, foi
forçado a abandonar muitos dos seus planos nacionais internos.<br />
<br />
Talvez
o aspecto mais profundo da derrota democrata desse ano: a esperança de
um confronto com o aquecimento global foi perdida. Com eventos
climáticos convulsionando no globo, 86% dos recém-chegados republicanos
assinaram emenda contra qualquer regulação climática às indústrias
petrolíferas. Foi o líder do Congresso, John Boehner, levantar o
martelo, e qualquer chance de aprovação de lei climática foi por água
abaixo. Deste modo, a derrota democrata foi uma vitória retumbante das
companhias de petróleo representadas pela API - e para Arábia Saudita, a
maior exportadora de petróleo do mundo.<br />
<br />
A Arábia Saudita
trabalhou durante anos para obstruir qualquer progresso em reformas
climáticas. Apenas semanas antes do discurso feito por Obama à União
alertando sobre os perigos do dinheiro corporativo estrangeiro, Mohammad
Al-Sabban, conselheiro-sênior do governo saudita de políticas
energéticas, ajudou a organizar a oposição ao acordo global climático em
Copenhagen. Como muitos dos interesses destes grupos dependem de
combustíveis fósseis, Al-Sabban negou até a ideia de que a indústria
contribuiu para o aquecimento global. "O clima está mudando há milhares
de anos, mas por razões naturais não humanas", disse à BBC News.<br />
<br />
Antes
da decisão da Suprema Corte, a saudita Aramco estava proibida de usar
dinheiro corporativo para influenciar uma eleição americana. A única
opção da companhia seria pedir que seus empregados americanos fizessem
pequenas doações para comitês políticos transparentes.<br />
<br />
Uma
decisão de 1990 da Suprema Corte, Austin v. Michigan Chamber of
Commerce, requereu que associações comercias desmembrassem-se e fossem
rigorosamente reguladas caso solicitassem participar das eleições
federais. Estes comitês políticos poderiam somente receber
financiamento, às claras, de indivíduos, em quantias limitadas pela
Comissão Eleitoral Federal. Associações comerciais foram restringidas na
disputa de 2002 pela lei McCain-Feingold, que evitou corporações de
levarem ao ar a chamada comunicação eleitoral dentro de 60 dias da
eleição. Esse banimento englobou anúncios perniciosos, comerciais
onipresentes que são algo como isto: "Ligue para o senador John Smith e o
impeça de continuar acabando com empregos!".<br />
<br />
Então, em 2007,
apenas um ano depois de o juiz Samuel Alito [considerado conservador]
assumir o posto da juíza Sandra Day O'Connor, e também somente dois anos
na gestão de John Roberts como chefe da Suprema Corte, esta foi
trabalhar na revogação de todas as restrições. Naquele ano, no caso
Federal Election Commission v. Wisconsin Right to Life, a maioria
conservadora da corte trouxe abaixo os limites nos financiamentos
corporativos de anúncios. Três anos depois, a ONG Citizens United
expandiu consideravelmente o escopo desta decisão, derrubando qualquer
proibição contra corporações de levarem ao ar qualquer anúncio eleitoral
de qualquer tipo, a qualquer hora.<br />
<br />
Na contra-mão, o jurista John
Paul Stevens alertou que a lógica da Suprema Corte, que coloca em pé de
igualdade o gasto por corporações com o gasto por indivíduo particular,
abriria portas para influência estrangeira em eleições americanas. A
decisão dispõe "a mesma proteção às corporações multinacionais
controladas por estrangeiros também para indivíduos particulares
americanos", escreveu Stevens.<br />
<br />
O jurista, em vias de se
aposentar, na sua mais longa dissidência, caçoou da maioria das
reclamações de que corporações são censuradas na sociedade americana.
Tivesse tal decisão posta no cenário pré-Segunda Guerra, ele comenta,
propagandas japonesas no Pacífico Sul estariam de acordo com a Primeira
Emenda. E embora Stevens tenha continuado a preocupação sobre influência
estrangeira em discursos, lobistas reconheceram imediatamente os
caminhos pelos quais as corporações poderia tomar vantagem desta
decisão.<br />
<br />
Em 2010, Cleta Mitchell, uma advogada eleitoral
republicana que aconselhou candidatos presidenciais tanto quanto
corporações, começou a entregar apresentações em PowerPoint para
executivos das maiores associações comerciais. Numa versão chamada
"Atividade Política depois de Citizens United: entendendo oportunidades e
riscos", apresentada na capital americana, Washignton, em centros de
conferências para grupos comerciais, como a Consumer Eletronics
Association (CEA), Mitchell destacou que "muitas corporações não se
arriscaram no envolvimento próprio nos anúncios”, e também não
escolherão trabalhar com comitês que estão sob a tutela dos
requerimentos de transparência. Envolvimento tão direto, ela avisa, pode
resultar em "problemas para imagem pública da corporação, assim como
experimentou a Target".<br />
<br />
Ela se refere ao episódio que desde então
se tornou notório no mundo corporativo eleitoral, quando a Target e a
Best Buy foram as duas das primeiras grandes empresas a tomar vantagem
da decisão Citizens United com a doação de US$ 250 mil para as prévias
em Minnesota, ao comitê criado para apoiar Tom Emmer, candidato
estadual. Mas Emmer foi o mais proeminente opositor aos direitos gays, e
quando arquivos revelaram que Target financiou sua campanha, MoveOn.org
organizou um boicote às lojas da companhia. O CEO da Target, Gregg
Steinhafel, foi forçado a retroceder, e o episódio tornou-se o que James
Kahl - conselheiro geral da Comissão Eleitoral Federal que agora
aconselha organizações comerciais - chama de "conto de advertência".<br />
<br />
Apesar
desse caso, a advogada Cleta Mitchell disse que "as associações
comercias são as grandes vencedores": sem arquivos, sem transparência,
sem problemas.<br />
<br />
<br />
<i>Tradução de Caio Sarack</i>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-32583230512712827722012-09-06T17:54:00.003-07:002012-09-06T17:55:10.295-07:00Indiguine-seEspeculadores inúteis que vivem no luxo enquanto tratam a economia como um cassino estão culpando você, trabalhador produtivo, pela crise na economia. Usam seus pseudo-jornalistas mercenários para envenenar-te contra ti mesmo. Querem te convencer que o seu salário está alto demais. Vocês trabalhadores recebem auxilio demais do governo. Vocês custam demais para eles. Vocês não trabalham o bastante para honrar seus compromissos. Vocês devem pagar pelos benefícios que receberam. Vocês não tem qualificação para continuarem empregados. Vocês são o estorvo, vocês SÃO o problema.<br />
<br />
Não aceite esse lixo <br />
Indiguine-se agora <br />
<br />
Paz<br />
Alexei<br />
<br />
<br />
<h1>
Indignados da Espanha em assembleia permanente para “ocupar” o Congresso
</h1>
<h2>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9emqyz8t8X1mjoQJq4wsbbY8Cu7MMPhmMmiBCzfPmFRhk5UO9-sGsd7etmAQtHUuI_yvNApunWKhrdi3YIKTH6RLAzYl1gbj0IUGmaSHsQV-QCqsb0jLNHWBFbuR9aUTsOcGTyqQJFp3A/s1600/110519_protestoespanha_f_013.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="167" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9emqyz8t8X1mjoQJq4wsbbY8Cu7MMPhmMmiBCzfPmFRhk5UO9-sGsd7etmAQtHUuI_yvNApunWKhrdi3YIKTH6RLAzYl1gbj0IUGmaSHsQV-QCqsb0jLNHWBFbuR9aUTsOcGTyqQJFp3A/s320/110519_protestoespanha_f_013.jpg" width="320" /></a>Ativistas pretendem levar milhares ao centro de Madri, no
dia 25 de setembro, para tomar as ruas no entorno do Parlamento e
rodeá-lo de gente. Ato “Ocupa o Congresso” pretende chamar a população
para o “resgate da cidadania” e reforçar as críticas ao modelo atual de
democracia. Protesto vai além da contestação aos políticos e propõe a
abertura de um processo constituinte. A reportagem é de Guilherme
Kolling, direto de Madri.
</h2>
<div class="headline-link">
Guilherme Kolling, de Madri</div>
<div class="texto">
<b>Madri</b> - Dia 1º de setembro, sábado
ensolarado e ameno em Madri. Cerca de 100 pessoas se reúnem em um
círculo formado em um recanto do Parque do Retiro. Passam um megafone de
mão em mão, debatem, anotam. A conversa tem início as 11h e só termina
por volta das 20h. No domingo, o evento se repete, no mesmo local e
horário.<br />
<br />
O mês começou com reuniões diárias dos Indignados da
Espanha. As assembleias prosseguirão até o dia 25, quando um coletivo de
grupos da sociedade civil fará um grande ato chamado “Ocupa o
Congresso”. A ideia é levar milhares para as ruas, rodear o Parlamento
de gente em nome de um “resgate” do Legislativo e da cidadania. “Os
mercados sequestraram o Congresso e a política foi roubada dos
cidadãos”, argumentaram ativistas em um dos encontros no parque.<br />
<br />
A
expressão “resgate” faz referência indireta ao repasse de 100 bilhões
de euros da União Europeia para salvar o sistema bancário espanhol. O
recurso chegará à custa de muito sacrifício da população, afetada pelos
cortes drásticos no orçamento - 65 bilhões de uma tacada -, que atingem
os serviços de saúde e educação, além dos rendimentos de funcionários
públicos, aposentados e desempregados (um quarto da população
economicamente ativa).<br />
<br />
O pacote anunciado pela gestão do Partido
Popular de Mariano Rajoy para diminuir o endividamento do país ibérico
inclui ainda uma subida da carga tributária. Primeiro foi o imposto de
renda, no início do ano, e agora entrou em vigor o aumento do IVA
(Imposto sobre Valor Agregado), que abrange quase todos os setores da
economia, alterando desde o preço do metrô (que já havia sido reajustado
em maio) até produtos de alimentação.<br />
<br />
As medidas não estavam
previstas no plano de governo do PP. O povo saiu às ruas ao longo de
todo o primeiro semestre para protestar. Ninguém parece estar de acordo
com o duro ajuste fiscal. O próprio Rajoy admite que é contrário a essas
ações impopulares, mas justifica que não há outra saída nesse momento.<br />
<br />
Ou
seja, as decisões não são mais tomadas em Madri, mas em Bruxelas, onde
fica a Comissão Europeia, e em Berlim, capital da Alemanha, principal
economia do bloco. Para os Indignados, mais uma prova da falência do
atual sistema democrático na Espanha - “Le llaman democracia esto no
es!” é uma das palavras de ordem do grupo. Falta força ao governo para
defender a soberania nacional e sobra contrariedade na população, que
protesta contra suas medidas.<br />
<br />
No Congresso, emblema do sistema
democrático espanhol, houve poucos debates quando Rajoy anunciou os
cortes - a maioria dos parlamentares é governista. Além disso, o local
está patrulhado ostensivamente por policiais há quase dois meses. Nos
dias mais tensos, furgões, grades e homens armados controlam duas
quadras da rua Cedaceros, onde está o prédio em que os deputados
federais dão expediente. Tudo para evitar protestos no local.<br />
<br />
A
norma deve ser desafiada no dia 25 de setembro, o 25-S, como dizem os
espanhóis. Antes disso, no dia 15, os principais sindicatos do país
pretendem fazer um megaprotesto contra os cortes, propondo um referendo
popular para avaliar as medidas do governo. O outono será quente nas
ruas de Madri.<br />
<br />
<b>Evolução no discurso e resultados concretos</b><br />
Há
um ano e meio, em 15 de maio de 2011, os olhos do mundo estavam
voltados para a Puerta del Sol, no centro de Madri, onde um grupo de
jovens saiu às ruas para protestar contra o sistema político do país.
Conhecidos como Os Indignados, o coletivo pedia “democracia real já” e
dizia que os políticos não os representavam. “Que no, que no, que nos
representan!”<br />
<br />
Apresentando-se como os 99% da população que
estavam insatisfeitos com a política que beneficia o 1% que está ao lado
do capital financeiro internacional, o 15-M (referência à data 15 de
maio) sustentava que a crise financeira não deveria ser paga com
sacrifícios do povo, mas sim pelos banqueiros. “Esa crise no la
pagamos!”<br />
<br />
A mobilização inicial durou três meses, em toda a
Espanha, e, segundo pesquisas, cerca de 4 milhões de espanhóis
participaram de algum ato do 15-M em todo o país. Contrários a todos os
partidos e até mesmo aos sindicatos, o movimento recebeu algumas
críticas pelo seu niilismo, que não viria acompanhado de propostas.<br />
<br />
Entretanto,
os Indignados fomentaram a criação de assembleias de bairros e apoiaram
grupos que trabalham, por exemplo, a questão da moradia, uma tema que
ganhou mais importância devido ao aumento exponencial de casos de
despejo de pessoas que não conseguiram mais pagar sua hipoteca após a
crise. E, em um ano, o 15-M catalogou 14.700 propostas para mudar o
sistema.<br />
<br />
Nessa linha evolutiva, do protesto às propostas, fica
claro nas discussões das assembleias preparatórias ao Ocupa o Congresso a
preocupação em não apenas criticar o sistema, mas dar um passo adiante,
buscar soluções.<br />
<br />
“De que adianta derrubar um governo que é
ilegítimo se logo entra outro que fará a mesma coisa?Por isso é
importante discutir o sistema, queremos mudar o modelo que está aí”,
disse um dos ativistas durante a assembleia de sábado no Parque do
Retiro. Seus companheiros levantaram os braços e chacoalharam as mãos,
sinal utilizado pelos Indignados para dizer que estão de acordo. “Em
diversas discussões, percebo que já não se fala mais dos problemas do PP
ou do PSOE (principais partidos na Espanha). Muita gente já se deu
conta de que é preciso mudar o regime, isso é que se está sendo
discutido”, comemorava outro integrante dos Indignados.<br />
<br />
O
consenso nas reuniões é de que o ato de 25 de setembro não acabe na ação
simbólica do dia, deve ser o marco para o início de um processo
constituinte participativo e contínuo, uma transição democrática até se
chegar a um novo modelo em que o cidadão seja mais ouvido.<br />
<br />
A coordenação do 25-S já explicita a proposta em sua página na internet (<a href="http://coordinadora25s.wordpress.com/" target="_blank">http://coordinadora25s.wordpress.com</a>),
em que fala da “injusta situação atual de perda de direitos em saúde,
educação, serviços sociais, emprego e moradia” e propõe o início de um
processo que leve a Espanha “a um novo modelo social, baseado na
soberania popular participativa”.<br />
<br />
O ambiente é propício para
isso. Diversos setores da sociedade, inclusive partidos políticos,
defendem mudanças constitucionais, fala-se em uma nova lei eleitoral e,
nas ruas, a crise e a ineficiência do atual sistema são temas
recorrentes nas conversas do cidadãos, seja em paradas de ônibus, bares
ou no metrô.<br />
<br />
Para completar o quadro, segundo pesquisas
divulgadas em agosto, os políticos estão entre as categorias com maior
rejeição da opinião pública, rivalizando com os banqueiros na disputa
pela última colocação das instituições-setores pior avaliadas pela
sociedade espanhola.<br />
<br />
<b>Ativistas de Barcelona alertam para guerra midiática</b><br />
No
dia 3 de setembro, ativistas de Barcelona foram a Madri para expor aos
organizadores do ato Ocupa o Congresso a experiência que tiveram em uma
ação parecida no entorno do Parlamento da Catalunha, realizada em junho
de 2011.<br />
<br />
Na época, os Indignados catalães queriam evitar a
votação de um orçamento para sua província com cortes que já haviam sido
definidos pela União Europeia e que não estavam previstos nas
plataformas eleitorais de nenhum partido.<br />
<br />
Depois de uma vigília
noturna em frente ao Legislativo na véspera da votação, os manifestantes
passaram o dia seguinte no local, com propostas como a de um orçamento
participativo. Milhares de pessoas ficaram lá de forma pacífica. Mas
houve atos de hostilidade na chegada de alguns parlamentares e
confrontos pontuais com a polícia.<br />
<br />
Nos meios de comunicação, a
única mensagem exposta foi a de que houve violência em Barcelona. “Por
isso é muito importante estar preparado para a guerra midiática. Ainda
mais aqui em Madri, onde já há ataques ao movimento antes de ele
ocorrer”, observou um ativista de Barcelona, em referência às críticas
de representantes do governo de Madri e de jornais como o conservador La
Razón ao Ocupa o Congresso.<br />
<br />
Um das principais preocupações da
organização do 25-S é que não haja enfrentamento com a polícia. É
consenso que será uma ato de não violência, mas o desafio é evitar
distúrbios numa massa de dezenas de milhares de pessoas e num ambiente
que será de tensão, tendo em vista que haverá sessão no Congresso e um
grande contingente de policiais será mobilizado.<br />
<br />
Também já foi
definido que não se pretende evitar a passagem dos parlamentares e muito
menos a sessão do dia. Nessas três semanas que antecedem o ato, os
ativistas pretendem deixar muito claro nas redes sociais e nos meios de
comunicação o caráter pacífico da ação.<br />
<br />
O objetivo é garantir que
o momento seja de difusão da mensagem de que o sistema político tem
problemas e que a sociedade espanhola precisa discutir mudanças, sem
perder espaço para ataques ou rótulos que já estão sendo ventilados,
como o de “violência de grupos anti-sistema” ou “golpe de estado, num
ataque ao Congresso”.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-31743510879683992222012-08-20T18:32:00.000-07:002012-08-20T18:34:46.318-07:00O neo-equatoriano<h1>
"Unir contra a opressão"
</h1>
<h2>
- Declaração oficial a partir da Embaixada Equatoriana
</h2>
<span style="font-size: large;">
</span><br />
<div align="right">
<span style="font-size: large;"><b>
por Julian Assange
<a href="http://resistir.info/equador/assange_19ago12.html#asterisco">[*]</a>
</b>
</span></div>
<span style="font-size: large;">
<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/xod1PqLvaE4" width="420"></iframe>
</span><br />
<div align="justify">
<span style="font-size: large;">Estou aqui porque não posso estar mais próximo de vocês.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Obrigado por estarem aqui.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Obrigado pela vossa resolução e generosidade de espírito.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Na quarta-feira à noite, depois de uma ameaça enviada a esta
embaixada e de a polícia ter descido sobre este edifício,
vocês vieram no meio da noite para guardarem-no e convosco trouxeram os
olhos do mundo.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Dentro da embaixada, após escurecer, eu podia ouvir equipes da
polícia a enxamearam dentro do edifício através da escada
de incêndio interna.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Mas eu sabia que ali estariam testemunhas.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Se o Reino Unido não jogou fora as Convenções de Viena
naquela noite foi porque o mundo estava a observar.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">E o mundo estava a observar porque vocês estavam ali.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Da próxima vez que alguém lhes disser que é inútil
defender os direitos que valorizamos, recordem-se da vossa vigília na
escuridão do lado de fora da Embaixada do Equador – e de como pela
manhã o sol nasceu num mundo diferente, e de uma corajosa
nação latino-americana que se ergue pela justiça.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">E assim, àquelas pessoas corajosas:
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Agradeço ao Presidente Correa pela coragem que tem mostrado ao
considerar e garantir-me asilo político.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">E agradeço ao governo e ao ministro das Relações Exteriores,
Ricardo Patiño, que tem sustentado a constituição
equatoriana e a sua noção de direitos universais ao considerar o
meu caso.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">E ao povo equatoriano por apoiar e defender a sua constituição.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Tenho uma dívida de gratidão para com a equipe desta embaixada
cujas famílias vivem em Londres e que têm manifestado
hospitalidade e gentileza para comigo apesar das ameaças que têm
recebido.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Nesta sexta-feira haverá uma reunião de emergência em
Washington D.C. dos ministros dos Negócios Estrangeiros da
América Latina para tratar desta situação.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Assim, estou grato aos povos e governos da Argentina, Bolívia, Brasil,
Chile, Colômbia, El Salvador, Honduras, Jamaica, México,
Nicarágua, Peru, Venezuela e todos os outros países
latino-americanos que vieram em defesa do direito de asilo.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Ao povo dos Estados Unidos, do Reino Unido, da Suécia e da
Austrália que me têm apoiado com força, ao passo que os
seus governos não. E àquelas cabeças mais sábias no
governo que ainda estão a combater pela justiça. Este dia
chegará.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">À equipe, apoiantes e fontes do WikiLeaks cuja coragem, compromisso e
lealdade nunca se viu igual.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">À minha família e meu filho a quem foi negado o seu pai.
perdoe-me. Estaremos reunidos em breve.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Como a WikiLeaks permanece sob ameaça, assim também permanece a
liberdade de expressão e a saúda das nossas sociedades.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Devemos utilizar este momento para articular a opção com que se
depara o governo dos Estados Unidos da América.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Retornará e reafirmará os valores sobre os quais foi fundado?
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Ou inclinar-se-á para o precipício arrastando-nos todos para um
mundo perigoso e opressivo no qual jornalistas caem silenciosos sob o medo da
perseguição e os cidadãos devem murmurar na
escuridão?
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Digo que deve voltar atrás.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Peço ao Presidente Obama que faça a coisa certa.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Os Estados Unidos devem renunciar à sua caçada de feiticeiras
contra a WikiLeaks.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Os Estados Unidos devem desfazer a sua investigação do FBI.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Os Estados Unidos devem prometer que não procurarão processar
nossa equipe ou nossos apoiantes.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Os Estados Unidos devem comprometer-se perante o mundo a que não
perseguirão jornalistas por lançarem uma luz sobre os crimes
secretos dos poderosos.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Não deve haver mais conversas tolas acerca de processar qualquer
organização de media, seja a WikiLeaks ou o
<i>
New York Times.
</i>
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">A guerra da administração estado-unidense aos denunciantes deve
acabar.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Thomas Drake, William Binney, John Kirakou e os outros heróicos
denunciantes dos EUA devem ser perdoados e compensados pelos sofrimentos que
aguentaram ao serviço do registo público.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">E o soldado do Exército que permanece numa prisão militar em Fort
Leavenworth, Kansas, que a ONU descobriu tem aguentado meses de
detenção tormentosa em Quantico, Virginia, e que ainda tem –
após dois anos de prisão – de ir a julgamento, deve ser
libertado.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">E se Bradley Manning realmente fez aquilo de que é acusado, ele é
um herói, um exemplo para todos nós e um dos mais importantes
prisioneiros políticos do mundo.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Bradley Manning deve ser libertado.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Na quarta-feira, Bradley Manning passou o seu 815º dia de
detenção, sem julgamento. O máximo legal é 120 dias.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Na quinta-feira, meu amigo Nabeel Rajab, foi sentenciado a três anos por
um tweet.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Na sexta-feira, uma banda russa foi sentenciada a dois anos na prisão por
uma actuação política.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Há unidade na opressão.
</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Deve haver absoluta unidade e determinação na resposta.
</span></div>
<span style="font-size: large;">
<div align="right">
19/Agosto/2012
</div>
<b>
<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5865675702217126208" name="asterisco">[*]</a>
Fundador da
<a href="http://wikileaks.org/" target="_new"> WikiLeaks</a>
.
<br />
<br />
O original encontra-se em
<a href="http://www.countercurrents.org/assange190812.htm" target="_new"> http://www.countercurrents.org/assange190812.htm</a>
</b>
<br />
<br />
<b>
Este discurso encontra-se em
<a href="http://resistir.info/" target="_new"> http://resistir.info/</a>
.
</b>
</span>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-79996218119035488992012-07-15T23:48:00.000-07:002012-07-15T23:51:48.141-07:00E a liberdade de expressão no Paraguai?<h3 class="post-title entry-title">
<br />
</h3>
<div class="post-header">
</div>
<div dir="ltr" style="text-align: left;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzlCPS4k_GjMxaDFe0VwMjSCPGyMFbiO6d4g5E6tE3rRslqRGwnHGuUqnlF5QXHxDvj2TPZIoyuSekctvqvPKQSlxt-BfPWPTL5DWfbsNalYGrmxm3vqjA1sykD-eb2sJYhkxFMoocpL4/s1600/ParaguayTVPublica.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="164" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzlCPS4k_GjMxaDFe0VwMjSCPGyMFbiO6d4g5E6tE3rRslqRGwnHGuUqnlF5QXHxDvj2TPZIoyuSekctvqvPKQSlxt-BfPWPTL5DWfbsNalYGrmxm3vqjA1sykD-eb2sJYhkxFMoocpL4/s320/ParaguayTVPublica.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><a href="http://paraguayresiste.com/">http://paraguayresiste.com</a>
</td></tr>
</tbody></table>
<b>Por Altamiro Borges</b><br />
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
Os golpistas do Paraguai censuram, demitem jornalistas e
fecham rádios comunitárias com a cumplicidade da mesma mídia – local e mundial –
que adora clamar cinicamente por “liberdade de expressão”. Nesta semana, a
Federação Internacional dos Jornalistas (FIP) divulgou nota denunciando que “os
trabalhadores da imprensa sofrem ameaças em seus postos de trabalho em função
das opiniões que assumem publicamente” e que “o temor de perder o emprego opera
mais forte do que a pior das censuras”.</div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5865675702217126208" name="more"></a><b>Perseguição às rádios comunitárias</b>
<br />
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
Segundo Vicente Páez, secretário-geral do Sindicato dos
Jornalistas do Paraguai, “os meios de comunicação privados reduziram os
espaços
dedicados às mobilizações contra a ruptura da ordem democrática”.
Notícias
sobre protestos em várias partes do país são censuradas e o governo e a
mídia
golpista vendem a imagem de que reina a paz. Já antes do golpe, a
imprensa
tentou criar um clima de pânico na sociedade. “As corporações midiáticas
foram complacentes com a destituição de Lugo”, afirma Páez.</div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white;">Por sua vez, Alcides Villamayor, representante da Associação
Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc) no Paraguai, tem alertado para o
risco de um “cerco legal” contra estas emissoras. Em recente entrevista, Carlos
Gómez Zelada, novo chefe da Comissão Nacional de Telecomunicações, anunciou que
“200 rádios perderão as suas concessões”. Villamayor, que também é dirigente da
Associação Paraguai de Comunicação Comunitária, garante que a liberdade de
expressão está em perigo no país.</span></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
<b>TV Pública atacada pelos golpistas</b></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
Um dos alvos principais dos trogloditas que usurparam o
poder é a TV Pública do Paraguai. No mesmo dia da deposição de Lugo, em 22 de
junho, Christian Vázquez, jagunço dos golpistas, visitou a sede da emissora, em
Assunção, e exigiu que fosse tirado do ar o programa “Micrófono Abierto”. Ele não
obteve êxito porque os trabalhadores resistiram e, na sequência, várias populares
se concentraram na sede, que virou um dos principais polos de resistência ao
golpe.</div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
Gustavo Granero, vice-presidente da FIP, lembra que, além
das constantes ameaças à TV Pública, a Rádio Nacional do Paraguai também deixou
de exibir a sua programação habitual. Programas de organizações sociais, como a
dos jovens e a dos migrantes no exterior, foram tirados do ar. Para ele, “é
muito preocupante o que ocorre no Paraguai”. Governo e empresários censuram e a
mídia monopolizada tornou-se o principal partido dos golpistas. Ele alerta para
a urgência da solidariedade internacional.</div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
<b>Monopólio da mídia privada</b></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
Para o jornalista Washington Uranga, do diário argentino
Página 12, não há mais liberdade de expressão no Paraguai. “Dezenas de repórteres,
comunicadores sociais e produtores estão sendo demitidos da Rádio Nacional, da
Televisão Pública, da agência de notícias oficial IP Paraguay e da Secretaria
de Informação e Comunicação (Sicom). As demissões, sem causa justificada,
apoiam-se em argumentos ideológicos e políticos. Além disso, os correios
eletrônicos de muitos jornalistas sofreram inexplicável bloqueio”.</div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
Com a destruição dos meios públicos e comunitários, a única voz que
impera é a dos monopólios privados. "Os diários de maior circulação no
país, ABC Color e Ultima Hora, foram permanentes
instigadores do julgamento político contra Lugo e suas páginas
justificam o
golpe institucional. ABC pertence ao grupo Zuccolillo, tradicional
aliado do
Partido Colorado, que patrocinou o golpe e aspira chegar ao poder nas
eleições
de abril do próximo ano. Ultima Hora é do grupo Vierce, dono também da
Telefuturo, La Tele e de dez rádios espalhadas por todo o país. Todos
estes
veículos atacaram, de maneira infundada, a Lugo”.</div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
<b>O silêncio dos falsários</b></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
Diante deste quadro dramático, nenhuma corporação midiática – do Brasil ou da maior parte do mundo – condena os atentados à
democracia e à liberdade de expressão no Paraguai. A Sociedade Americana de
Prensa (SIP) não dá os seus costumeiros chiliques, sempre dirigidos contra os
governos progressistas da região. Os “calunistas” amestrados da TV Globo, Veja,
Estadão ou Folha não se pronunciam sobre a censura, a demissão de jornalistas e
o fechamento das rádios comunitários. São uns falsários!</div>
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-80794631472113077472012-07-15T23:46:00.001-07:002012-07-15T23:52:56.883-07:00A queda de confiança nos telejornais<h3 class="post-title entry-title">
<br />
</h3>
<div class="post-header">
</div>
<div dir="ltr" style="text-align: left;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8XR3cj3jJgz2bboBhMjug22ut2OkJ4F2YLSVyRPukSFBDwnzYkatF3ThXtqk9RW-hgvr10e9yKT6-QgygnLcH9L9yBgFy4WEg4dllJ6AE8NI010YJUyGzZaauiGoDUJmkbfxazRxFrJQ/s1600/CNN.gif" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="176" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8XR3cj3jJgz2bboBhMjug22ut2OkJ4F2YLSVyRPukSFBDwnzYkatF3ThXtqk9RW-hgvr10e9yKT6-QgygnLcH9L9yBgFy4WEg4dllJ6AE8NI010YJUyGzZaauiGoDUJmkbfxazRxFrJQ/s320/CNN.gif" width="320" /></a></div>
<b>Por Altamiro Borges</b><br />
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
Pesquisa do Instituto Gallup revelou que o nível de
confiança dos estadunidenses com as notícias transmitidas pela televisão caiu
em junho último ao seu nível mais baixo na história. Apenas 21% dos
telespectadores responderam que acreditam nos telejornais. O Gallup realiza
estas sondagens desde 1993, quando a credibilidade dos noticiários televisivos
era de 43%. Até o início dos anos 2000,
o índice se manteve acima dos 30%. Na sequência, ele passou a cair todos os
anos.<br />
<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5865675702217126208" name="more"></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white;">Vários fatores explicam a decadência dos telejornais dos
EUA. O mais citado é o da difusão das novas tecnologias de informação. A
internet tem causado estragos não apenas na mídia impressa, com o fechamento de
inúmeros jornais, mas também nas emissoras de televisão. Os jovens,
principalmente, têm migrado das telinhas da tevê para os computadores. Outras
pesquisas já tinham indicado a queda da audiência das emissoras e, até mesmo, a
perda no mercado publicitário – o que apavora os donos da mídia.</span></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
<b>Crise de credibilidade</b></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
Além do fator tecnológico, as gritantes manipulações na
cobertura dos telejornais também afetam a credibilidade. É interessante
observar que, segundo o Gallup, o nível de desconfiança se acentua a partir do
início deste milênio. Em setembro de 2001, com os atentados ao Word Trade
Center, as poderosas redes de televisão dos EUA se tornaram veículos da guerra
imperialista – onde a verdade é a primeira vítima. Elas passaram a difundir as
mentiras do império para justificar as invasões do Afeganistão e Iraque.</div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
As emissoras de televisão do Brasil, principalmente a TV
Globo, não estão imunes a estes fatores. A internet se dissemina pelo país e a
credibilidade dos seus noticiários também sofre questionamento. A bolinha de
papel que virou, segundo o JN da TV Globo, um petardo na careca do tucano José
Serra ajuda a explicar a desconfiança crescente. Com isso, o modelo de negócios das poucas
famílias que monopolizam as concessões públicas na televisão também sofre
abalos.</div>
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-15937110030676281112012-07-08T18:25:00.001-07:002012-07-08T18:25:22.130-07:00Quando lobos protegem ovelhas<div style="color: #660000;">
<i>A justificativa é verdadeiramente surreal. A Bolívia (tão perigosa Bolívia) estaria realizando uma corrida armamentista, e portanto é preciso proteger esta parte pouco povoada do território paraguaio. A parte verdadeiramente tragicômica disso é que para defender o seu país do ataque boliviano este deputado da direita-que-faz-impeachment-em-24-horas-sem-direito-à-defesa sugere a construção não de uma base militar paraguaia mas sim de uma grande base militar dos EUA, simplesmente o pais lider mundial em corrida armamentista e lider mundial em invasões militares. Estão realmente chamando o lobo para proteger a ovelha, e bem aqui, do lado do nosso território brasileiro.</i></div>
<div style="color: #660000;">
<br /></div>
<div style="color: #660000;">
<i>Coisas de américa latina.</i></div>
<div style="color: #660000;">
<br /></div>
<div style="color: #660000;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhs8JRBeTlcNJLg3mvR6BHoQiNo1Ypb2ayNzOSLHXiw0B49miFtYpyUPQq5zUv1LsWvjvItnSTVvYnc6XiDBSxozTuwXFfyTnUTTl5isGoB72BnSU3ffKCgBjNsyAG4Ga_Nk90xAwbSmTw7/s1600/Mariscal+Estigarribia,+paraguay.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="252" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhs8JRBeTlcNJLg3mvR6BHoQiNo1Ypb2ayNzOSLHXiw0B49miFtYpyUPQq5zUv1LsWvjvItnSTVvYnc6XiDBSxozTuwXFfyTnUTTl5isGoB72BnSU3ffKCgBjNsyAG4Ga_Nk90xAwbSmTw7/s320/Mariscal+Estigarribia,+paraguay.png" width="320" /></a></div>
<div style="color: #660000;">
<i><br /></i></div>
<div style="color: #660000;">
<i>Não sabemos até que ponto este deputado realmente está dizendo a verdade, é claro, ou se há mesmo planos para a construção da base, já que, no passado, a tentativa de se montar bases dos EUA na Colômbia gerou enormes problemas diplomáticos para esse país, mas pus aqui a reportagem para que já fiquemos atentos à possiveis manobras nesse sentido (fontes afirmam que há esse interesse desde 2004), e porque, realmente, a justificativa dada é de chorar de rir... ou só de chorar.</i></div>
<div style="color: #660000;">
<br /></div>
<div style="color: #660000;">
<i>Paz</i></div>
<i style="color: #660000;">Alexei </i><br />
<h1 class="documentFirstHeading">
<span class="" id="parent-fieldname-title"> </span></h1>
<h1 class="documentFirstHeading">
<span class="" id="parent-fieldname-title">Deputado paraguaio negocia instalação de base militar norte-americana
</span>
</h1>
<div class="documentDescription">
<span class="" id="parent-fieldname-description">
López Chavez afirmou que representantes do Pentágono visitaram o Paraguai dias após a destituição de Fernando Lugo
</span>
</div>
<br />
<div class="documentByLine">
Por: do Opera Mundi </div>
<div class="documentByLine">
Publicado em 07/07/2012, 07:26</div>
<br />
<div id="viewlet-social-like">
<span class="link-external"></span>
<span style="height: 20px; width: 130px;"></span>
</div>
São Paulo – O presidente da comissão da Defesa <a href="http://www.redebrasilatual.com.br/temas/internacional/2012/07/deputado-paraguaio-negocia-instalacao-de-base-militar-norte-americana#" id="_GPLITA_0" style="text-decoration: underline;" title="Powered by Text-Enhance">Nacional</a>,
Segurança e Ordem Interna da Câmara de Deputados do Paraguai, José
López Chavez, anunciou nesta sexta-feira (06/07) que negocia a
possibilidade de instalar uma base militar norte-americana em território
paraguaio. Ele afirma que manteve conversas com generais dos Estados
Unidos sobre o assunto.<br />
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o deputado afirmou que
representantes do Pentágono visitaram o Paraguai dias após a destituição
de Fernando Lugo da Presidência do país. López Chávez é aliado do
general Lino Oviedo, líder da Unace (União Nacional de Cidadãos Éticos),
partido de centro-direita que não faz parte da bancada governista. Os
militares norte-americanos teriam ido a Assunção para conversas sobre
programas de cooperação.<br />
De acordo com o presidente da comissão paraguaia, a ideia é instalar a
base no vilarejo de Mariscal Estigarribia, perto da fronteira com a
Bolívia. López Chávez justificou o pedido alegando que a Bolívia está
realizando uma corrida armamentista e que o Paraguai precisa proteger
essa área pouco povoada do país.<br />
Em 2005, houve um intenso debate em Assunção sobre a conveniência de
permitir uma base no local. Na época, o presidente era Nicanor Duarte
Frutos, do Partido Colorado. Na ocasião, uma resolução autorizou a
presença e livre trânsito de 500 marines norte-americanos. Entretanto,
no governo Lugo, a proposta de criação da base foi arquivadaUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-83141084638727259082012-06-28T04:35:00.000-07:002012-06-28T04:35:58.427-07:00Assassino às terças-feiras<b>A história é o inimigo quando as psy-ops se tornam notícia</b><br />
<b>por John Pilger</b><br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsXGTPyGMPLhFzRsSqJUguf7tWfflwkax-ASvBq3MkETF9V0PwsDwf_FQidY70KYK70ZHqB3sBnBJZmS3xH2UWGkkTzPQlhmqmD5SsGr5rAFxzABD7De130HrS2BRlHRWw53oHu-kmg68y/s1600/agent-orange-day.jpe" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsXGTPyGMPLhFzRsSqJUguf7tWfflwkax-ASvBq3MkETF9V0PwsDwf_FQidY70KYK70ZHqB3sBnBJZmS3xH2UWGkkTzPQlhmqmD5SsGr5rAFxzABD7De130HrS2BRlHRWw53oHu-kmg68y/s1600/agent-orange-day.jpe" /></a></div>
<br />
Ao chegar a uma aldeia no Vietname do Sul, deparei-me com duas crianças que testemunhavam a mais longa guerra do século XX. Suas terríveis deformidades eram familiares. Ao longo do rio Mekong, onde as florestas foram petrificadas e silenciadas, pequenas mutações humanas viviam o melhor que podiam.
Hoje, no hospital pediátrico Tu Du em Saigon, um antigo anfiteatro é conhecido como a "sala da colecção" e, não oficialmente, como a "sala dos horrores". Ali há prateleiras com grandes garrafas que contêm fetos grotescos. Durante a sua invasão do Vietname, os Estados Unidos pulverizaram um herbicida desfolhante sobre a vegetação e aldeias a fim de negar "cobertura ao inimigo".<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggErg6L_nYpEL1wEo07FGYdAXidnvg7QIsOJb_pop-WfqpfUNt-8icPfGTDSrQF6G94bxmGJGc_e_6rwjK1jdq0ubny8qJnt4RNCew1tOaAL-_lJ7NLoFkeM6HXdDZEUq7XQDXRSuVFijh/s1600/us_helicopter_sprays_agent_orange.jpe" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="254" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggErg6L_nYpEL1wEo07FGYdAXidnvg7QIsOJb_pop-WfqpfUNt-8icPfGTDSrQF6G94bxmGJGc_e_6rwjK1jdq0ubny8qJnt4RNCew1tOaAL-_lJ7NLoFkeM6HXdDZEUq7XQDXRSuVFijh/s320/us_helicopter_sprays_agent_orange.jpe" width="320" /></a></div>
<br />
Era o Agente Laranja , o qual continha dioxina, venenos com tal poder que provocavam a morte fetal, abortos, danos cromossomáticos e cancro.
Em 1970, um relatório do Senado dos EUA revelou que "os EUA despejaram [sobre o Vietname do Sul] uma quantidade de produtos químicos tóxicos que se eleva a seis libras [2,72 kg] per capita da população, incluindo mulheres e crianças". O nome de código para esta destruição maciça, Operação Hades, foi alterado para o mais amistoso Operação Ranch Hand.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEim_Egg2lWfDvnE3IlFkcgmhaaPT2TXSA0P4fphNmH3XWwBdKnY7ixT37GuLPBgXWlkZ8dV59ziYcoIiCn7F8W3G_CPCMfooRmPVRW3LZVLBt2TqTI8wW5R6Fvt2TKmQrWNlbXwN1H5_5GD/s1600/synthesis_of_dioxin.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEim_Egg2lWfDvnE3IlFkcgmhaaPT2TXSA0P4fphNmH3XWwBdKnY7ixT37GuLPBgXWlkZ8dV59ziYcoIiCn7F8W3G_CPCMfooRmPVRW3LZVLBt2TqTI8wW5R6Fvt2TKmQrWNlbXwN1H5_5GD/s1600/synthesis_of_dioxin.gif" /></a></div>
Hoje, cerca de 4,8 milhões de vítimas do Agente Laranja são crianças.
Len Aldis, secretário da Sociedade de Amizade Britânico-Vietnamita, retornou recentemente do Vietname com uma carta ao Comité Olímpico Internacional escrita pela União das Mulheres do Vietname. A presidente da união, Nguyen Thi Thanh Hoa, descreveu "as graves deformações congénitas [provocadas pelo Agente Laranja] de geração para geração". Ela pedia ao COI que reconsiderasse a sua decisão de aceitar patrocínio das Olimpíadas de Londres pela Dow Chemical Corporation, que foi uma das companhias a fabricar o veneno e que se recusou a indemnizar as suas vítimas.
Aldis entregou a carta em mãos no gabinete de Lord Coe, presidente do Comité Organizador de Londres. Não houve resposta. Quando a Amnistia Internacional denunciou que em 2001 a Dow Chemical adquiriu "a companhia responsável pela fuga de gás de Bhopal [na Índia em 1984] que matou 7 mil a 10 mil pessoas de imediato e 15 mil nos 20 anos seguintes", David Cameron descreveu a Dow como uma "companhia respeitável". Aclamações, portanto, para as câmaras de TV ao longo dos painéis decorativos de £7 milhões [€8,75 milhões] que orlam o estádio olímpico: são o resultado de um "acordo" de 10 anos entre o COI e um destruidor tão respeitável.
A história é enterrada juntamente com os mortos e deformados do Vietname e de Bhopal. E a história é o novo inimigo. Em 28 de Maio, o presidente Obama lançou uma campanha para falsificar a história da guerra no Vietname. Para Obama, não houve Agente Laranja, nem zonas de fogo livre, nem disparos sobre indefesos (turkey shoots), nem encobrimentos de massacres, nem racismo desenfreado, nem suicídios (pois muitos americanos acabaram com as suas próprias vidas), nem derrota frente à força de resistência de uma sociedade empobrecida. Ela foi, disse o sr. Hopey Changey, "uma das mais extraordinárias histórias de bravura e integridade nos anais da história militar [dos EUA]".<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKvVWUDISCNkqoyCftsIrCiN4-Tae-vQH4wJpPJ7gvHnGPr0TiTgkbk9aHfaTeLD6lqixNhVPiWMKnhs062YzE8BlVadwRkk2Cg1gFgVR6DqN35PqlG1bJoez2TzKKROs8MMw-wikSAnpg/s1600/drones15098c.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="297" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKvVWUDISCNkqoyCftsIrCiN4-Tae-vQH4wJpPJ7gvHnGPr0TiTgkbk9aHfaTeLD6lqixNhVPiWMKnhs062YzE8BlVadwRkk2Cg1gFgVR6DqN35PqlG1bJoez2TzKKROs8MMw-wikSAnpg/s320/drones15098c.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
No dia seguinte, o New York Times publicou um longo artigo a documentar como Obama selecciona pessoalmente as vítimas dos seus ataques drone por todo o mundo. Ele faz isto nas "terças-feiras de terror" quando folheia álbuns com fotos de rostos numa "lista da morte", alguns deles adolescentes, incluindo "uma garota que parecia ainda mais jovem do que os seus 17 anos". Muitos são desconhecidos ou simplesmente em idade militar. Guiados por "pilotos" sentados frente a écrans de computador em Las Vegas, os drones disparam mísseis Hellfire que sugam o ar para fora dos pulmões e explodem pessoas em bocados. Em Setembro último, Obama matou um cidadão americano, Anwar al-Awlaki, puramente na base de rumor de que ele estava a incentivar terrorismo. "Este aqui é fácil", ele é citado por ajudantes como dizendo isso ao assinar a sentença de morte do homem. Em 6 de Junho, um drone matou 18 pessoas numa aldeia no Afeganistão, incluindo mulheres, crianças e um idoso que estavam a celebrar um casamento.
O artigo do New York Times não foi uma fuga ou uma revelação. Foi uma matéria de relações públicas concebida pela administração Obama para mostrar num ano de eleição quão duro o "comandante em chefe" pode ser . Se reeleito, a Marca Obama continuará a servir a riqueza, a perseguir os que dizem a verdade, a ameaçar países, a propagar vírus de computador e a assassinar pessoas toda terça-feira.
As ameaças contra a Síria, coordenadas em Washington e Londres, escalam novos picos de hipocrisia. Ao contrário da propaganda primária apresentada como notícia, o jornalismo investigativo do jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung identifica os responsáveis pelo massacre em Houla como sendo os "rebeldes" apoiados por Obama e Cameron. As fontes do jornal incluem os próprios rebeldes. Isto não foi completamente ignorado na Grã-Bretanha. Escrevendo no seu blog pessoal, de modo extremamente calmo, Jon Williams, o editor de notícias mundiais da BBC, efectivamente serve a sua própria "cobertura", citando responsáveis ocidentais que descrevem a operação "psy-ops" [operação psicológica] contra a Síria como "brilhante". Tão brilhante quanto a destruição da Líbia, do Iraque e do Afeganistão.
E tão brilhante quanto a psy-ops mais recente do Guardian com a promoção de Alastair Campbell, o colaborador chefe de Tony Blair na criminosa invasão do Iraque. Nos seus "diários", Campbell tenta salpicar sangue iraquiano sobre o demónio Murdoch. Há em abundância para encharcar todos eles. Mas o reconhecimento de que os medida respeitáveis, liberais, bajuladores de Blair, foram um acessório vital para um crime tão gigantesco é omitido e permanece como um teste singular de honestidade intelectual e moral na Grã-Bretanha.
Até quando devemos sujeitar-nos a um tal "governo invisível"? Esta expressão para a propaganda insidiosa cunhada por Edward Bernays – o sobrinho de Sigmund Freud que inventou as modernas relações públicas – nunca foi tão adequada. A "realidade falsa" exige amnésia histórica, a mentira por omissão e a transferência de significância para o insignificante. Deste modo, sistemas políticos que prometiam segurança e justiça social foram substituídos pela pirataria, "austeridade" e "guerra perpétua": um extremismo destinado ao derrube da democracia. Aplicado a um indivíduo, isto identificaria um psicopata. Por que aceitamos isto?Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-37400732061625355262012-06-24T07:44:00.001-07:002012-06-24T18:08:07.093-07:00O golpe está nu (e sempre esteve)<div style="color: #783f04;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVsXT4PQW0K0DvbRI93eVE45M97rMZ0Y0dYA2btWw1axO_jIDqp3SD34a2mL36Xv8k1IUt0mNcNXdAuVvumuzglBR6hOHUlKtBjG2zcPRWvpUNfkFlM1Xr3lelTALhZG99ZjKJRqsXAK0p/s1600/chargeParaguai.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="279" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVsXT4PQW0K0DvbRI93eVE45M97rMZ0Y0dYA2btWw1axO_jIDqp3SD34a2mL36Xv8k1IUt0mNcNXdAuVvumuzglBR6hOHUlKtBjG2zcPRWvpUNfkFlM1Xr3lelTALhZG99ZjKJRqsXAK0p/s320/chargeParaguai.jpg" width="320" /></a></div>
<i>Vamos supor que em algum país latino-americano um governo amigável ao mercado, de ideologia empresarial e direitista, fosse vítima de um processo de impeachment em um prazo de 48 horas com direito a 2 horas de defesa, e no lugar dele fosse instalado o seu vice-presidente que, há mais de um ano havia se bandeado para os lados do bolivarianismo. Posso imaginar as ondas de indignação reverberando pela mídia privada desse nosso país, aos berros indignados com a corrupção, o golpismo e o espírito anti-democrático no país vizinho. Pois eis que tudo aconteceu ao contrário esta semana no Paraguay, e, sim, essa mesma mídia, que tantas vezes quer nos ensinar o que é democracia, está exibindo um leque de posicionamentos que vão da resignação calma ao apoio entusiástico.</i></div>
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<i><br /></i></div>
<div style="color: #783f04;">
<i>Mas já que a mídia privada não cumpre o seu papel, cabe aos comentaristas independentes exercerem o tão desejável bom senso que tantas vezes parece faltar ao mundo.</i></div>
<div style="color: #783f04;">
<i><br /></i></div>
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<i>Vamos aos fatos: </i></div>
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<i><br /></i></div>
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<i>1 - O processo de impeachment foi realizado de modo sumário sem ver assegurado o direito à defesa</i></div>
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<i>2 - As acusações são políticas e não jurídicas, e não houve qualquer manifestação popular as apoiando.</i></div>
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<i>3 - Numa democracia quem faz julgamentos políticos é o povo através de eleições.</i></div>
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<i>4 - Os incidentes usados como pretexto para o impeachment ainda estão sendo investigados e não foram apresentadas quaisquer provas para fundamentar as acusações.</i></div>
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<i>5 - Incidentes semelhantes já ocorreram em diversos países, inclusive o Brasil, sem maior consequência politica.</i></div>
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<i>6 - O incidente envolve repressão a camponeses que lutam por reforma agrária num país onde 85% das terras pertence a 2% das pessoas.</i></div>
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<i>7 - Há indícios que os policiais assassinados foram mortos por franco atiradores e não camponeses como se foi declarado</i></div>
<div style="color: #783f04;">
<i>8 - Os políticos beneficiados pelo "impeachment" são os mesmos que dominaram o país durante sua longa ditadura</i></div>
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<i>9 - Os grupos econômicos beneficiados incluem a famigerada mega-empresa Monsanto, cujo desrespeito pela natureza dispensa apresentações.</i></div>
<br />
<div style="color: #783f04;">
<i>Tudo isso me leva a concluir que, no paraguai, essa semana, a democracia saiu tristemente derrotada. No
artigo abaixo o comentarista Leonardo Severo aborda graves suspeitas que cercam os acontecimentos usados como
pretexto no golpe e as conexões agro-empresariais estão por trás de tudo.</i></div>
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<i><br /></i></div>
</div>
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<i>Paz</i></div>
<div style="color: #783f04;">
<i>Alexei </i></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlFQbBqtUyX2qx45B_RWwMt3a5Sj3kcL3Mh6b6tmoHnbThEE9NKuuRGnU3_488VJFADVLh1vvgwtgcLnWDmX3coilAL9nLHfUOh0gNi7IyG9UsKVZo5dgxxiCcl-W9UyqK0I4AT_IDBas5/s1600/paraguai_golpe.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlFQbBqtUyX2qx45B_RWwMt3a5Sj3kcL3Mh6b6tmoHnbThEE9NKuuRGnU3_488VJFADVLh1vvgwtgcLnWDmX3coilAL9nLHfUOh0gNi7IyG9UsKVZo5dgxxiCcl-W9UyqK0I4AT_IDBas5/s320/paraguai_golpe.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<h1>
Leonardo Severo: A desinformação midiática e o golpe da Monsanto</h1>
<br />
<h2>
Como as multinacionais e os conglomerados de comunicação atuaram coordenados na derrubada do presidente Fernando Lugo<br />
<br />
Por Leonardo Severo*<br />
</h2>
<br />
<br />
<div style="margin-left: 40px;">
<i>“A
situação de expectativa gerada pela decisão dos legisladores de
submeter o presidente Fernando Lugo a juízo político foi, finalmente,
resolvida de um modo ordenado, pacífico e respeitoso da legalidade, da
institucionalidade e dos critérios essenciais de equidade que devem
presidir processos tão delicados como o que acaba de ser levado a bom
termo. A destituição do presidente abre fundadas esperanças num futuro
melhor”.<br />
<br />
Editorial do jornal ABC Color<br />
</i></div>
<div style="margin-left: 80px;">
<i><br />
</i></div>
<div style="margin-left: 40px;">
<i>“Um presidente sem respaldo, que se
mostra negligente e incapaz, não pode seguir governando. Sem lugar a
dúvidas, o erro mais grave de Fernando Lugo foi o respaldo outorgado a
dirigentes de supostos camponeses que receberam carta branca do governo
para invadir terras, ameaçar e desafiar o Estado de Direito. Lugo
decepcionou a grande maioria da cidadania paraguaia com suas decisões
errôneas, seu sarcasmo, sua desastrosa vida pessoal, sua ambiguidade e
sua crescente amizade com inimigos declarados da democracia, como Hugo
Chávez e os irmãos Castro”.<br />
<br />
Editorial do jornal Vanguardia<br />
</i></div>
<div style="margin-left: 40px;">
</div>
<div style="margin-left: 40px;">
<i>“Lugo tem princípios populistas (não
necessariamente incendiários). A reputação de honestidade lhe ajudou a
ganhar, porém necessitará um pouco da ajuda do céu para exercer a
Presidência”.<br />
</i></div>
<div style="margin-left: 40px;">
<i>Informação da Embaixada dos EUA, datada de junho de 2008, vazada pelo WikiLeaks, antes da posse de Lugo .<br />
<br />
<br />
</i></div>
<div>
Uma grotesca farsa caiu como raio em céu claro sobre o presidente
constitucional do Paraguai, Fernando Lugo. Em questão de horas o
mandatário teve o seu “impeachment” proposto, analisado e votado pelo
Congresso, mediante um processo metodicamente orquestrado pelas
multinacionais Monsanto e Cargill, a oligarquia latifundiária, as elites
empresariais e sua mídia.</div>
As comemorações estampadas nas capas dos principais jornais paraguaios
dão a dimensão do ódio de classe, com as desclassificadas mentiras
destiladas contra quem se dispôs – ainda que com vacilos e limitações - a
virar a página de abusos e subserviência aos ditames de Washington e
suas empresas.<br />
<br />
O cerco midiático contra Lugo vinha se fechando, num país em que 85% das
terras encontram-se nas mãos de 2% da população e onde os mesmos donos
dos três principais jornais, umbilicalmente vinculados às transnacionais
e ao sistema financeiro, também controlam as emissoras de rádio e
televisão. Assim, de forma suja e monocórdica, foram convocadas
manifestações, com bloqueio de estradas, para o próximo dia 25 de junho.
Grandes “tratoraços” em protesto contra a decisão do governo em favor
da saúde da população e da soberania alimentar - de não liberar a
semente de algodão transgênico Bollgard BT, da Monsanto, cuja sequência
genética está mesclada ao gene do Bacillus Thurigensis, bactéria tóxica
que mata algumas pragas de algodão. A decisão, que afetava milionários
interesses da multinacional estadunidense, havia sido comunicada pelo
Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Vegetal e de Sementes (Senave),
uma vez que a liberação não tinha o parecer do Ministério da Saúde e da
Secretaria do Meio Ambiente. <br />
<br />
“A Monsanto, através da UGP, estreitamente ligada ao Grupo Zuccolillo,
que publica o diário ABC Color, se lançou contra a Senave e seu
presidente Miguel Lovera por não ter inscrito a sua semente transgênica
para uso comercial no país”, denuncia o jornalista e pesquisador
paraguaio Idilio Méndez Grimaldi.<br />
<br />
Para tirar o Senave do caminho foi alegado o surrado argumento da
“corrupção” no órgão, o mesmo estratagema da máfia de Carlinhos
Cachoeira para tomar de assalto o DNIT e alavancar negociatas, via
utilização de seus vínculos com a revista Veja para denunciar desvios no
órgão – conseguindo inclusive a queda do ministro dos Transportes. <br />
<br />
Desta forma, “denúncias” por parte de uma pseudossindicalista do Senave,
Silvia Martínez, ganharam manchetes na mídia canalha. O jornal ABC
Color do dia 7 de junho último acusou o chefe do Senave, Miguel Lovera,
de “corrupção e nepotismo na instituição que dirige”. Mas o fato é que a
pretensa sindicalista advogava em causa própria, do marido e de seus
patrocinadores. Conforme revelou Grimaldi, “Silvia Martínez é esposa de
Roberto Cáceres, representante técnico de várias empresas agrícolas –
todas sócias da UGP (Unión de Grêmios de la Producción) - entre elas
Agrosán, recentemente adquirida pela Syngenta, outra transnacional, por
120 milhões de dólares”. <br />
<br />
Algo similar à UDR (União Democrática Ruralista) de Ronaldo Caiado, e
aos ruralistas da senadora Kátia Abreu, a UGP é comandada por Héctor
Cristaldo, sustentado por figuras como Ramón Sánchez – vinculado ao
setor agroquímico - entre outros agentes das transnacionais do
agronegócio. “Cristaldo integra o staff de várias empresas do Grupo
Zuccolillo, cujo principal acionista é Aldo Zuccolillo, diretor
proprietário do jornal ABC Color desde sua fundação sob o regime de
Stroessner, em 1967. Zuccolillo é dirigente da Sociedade Interamericana
de Prensa (SIP)”, esclarece Idílio Grimaldi. O jornalista lembra que o
Grupo Zuccolillo é o principal sócio no Paraguai da Cargill, uma das
maiores transnacionais do agronegócio do mundo. “Tal sociedade”
construiu um dos portos graneleiros mais importantes do Paraguai, o
Porto União, a 500 metros da absorção de água da Companhia de Saneamento
do Estado, sobre o rio Paraguai, sem qualquer restrição”, esclarece.<br />
<br />
Com a proteção do apodrecido Congresso que condenou Lugo, as
transnacionais do agronegócio no Paraguai praticamente não pagam
impostos, com uma carga tributária de 13% do PIB, tão insignificante que
acaba inviabilizando os serviços públicos. <br />
<br />
Vale lembrar que a saúde e a educação eram totalmente privadas antes da
ascensão de Lugo à Presidência, num país em que os latifundiários não
pagam impostos. O imposto imobiliário representa apenas 0,04% da carga
tributária, uns 5 milhões de dólares - segundo estudo do Banco Mundial –
ainda quando a renda do agronegócio alcance cerca de 6 bilhões de
dólares anuais, em torno de 30% do PIB.<br />
<br />
Na sexta-feira, 8 de junho, a UGP publicou no ABC Color seus “12 argumentos para destituir Lovera” . ( <a href="http://www.abc.com.py/edicion-impresa/economia/presentan-12-argumentos-para--destituir-a--lovera-411495.html">http://www.abc.com.py/edicion-impresa/economia/presentan-12-argumentos-para--destituir-a--lovera-411495.html</a>).
Tais "argumentos” foram apresentados ao então vice-presidente da
República, Federico Franco, correligionário do ministro da Agricultura e
pró-Monsanto, recém nomeado “presidente”.<br />
<br />
Na sexta-feira, 15, descreve Grimaldi, “em função de uma exposição anual
organizada pelo Ministério de Agricultura e Pecuária, o ministro Enzo
Cardozo deixou escapar um comentário à imprensa: um suposto grupo de
investidores da Índia, do sector agroquímico, cancelou um projeto de
investimentos no Paraguai pela alegada corrupção no Senave. Nunca
esclareceu de que grupo se tratava. Nas mesmas horas daquele dia
ocorriam os trágicos acontecimentos de Curuguaty, onde morreram onze
camponeses e seis policiais”. O sangue derramado foi o pretexto
utilizado pela direita para o impeachment.<br />
<br />
<b>Como na Venezuela, franco-atiradores<br />
</b><br />
O que se sabe é que a exemplo da tentativa de golpe de Estado na
Venezuela, onde a CIA utilizou franco-atiradores para assassinar os
manifestantes contrários ao governo para jogar a culpa do massacre sob
os ombros de Hugo Chávez, também em Curuguaty agiram franco-atiradores. E
dos bem profissionais. E movidos pelos mesmos propósitos.<br />
<br />
Na região de Curuguaty está localizada a estância de Morombí,
propriedade do latifundiário e grileiro Blas Riquelme, dono de mais de
70 mil hectares. O “terrateniente” é uma das viúvas da ditadura do
general Alfredo Stroessner (1954-1989), um dos principais beneficiados
pela tristemente célebre Operação Condor, desenvolvida pela CIA no Cone
Sul para torturar, assassinar e desaparecer com todo aquele que ousasse
contrariar os interesses estadunidenses na região. Ele também foi
presidente do Partido Colorado por longos anos e senador da República,
sendo igualmente dono de uma rede de supermercados e estabelecimentos
pecuários.<br />
<br />
Como Riquelme havia se apropriado mediante subterfúgios legais de
aproximadamente dois mil hectares pertencentes ao Estado paraguaio,
camponeses sem terra ocuparam o local e solicitaram do governo Lugo a
sua desapropriação para fins de reforma agrária. Um juiz e uma promotora
ordenaram a retirada das famílias por meio do Grupo Especial de
Operaciones (GEO) da Polícia Nacional, esquadrão de elite que, em sua
maioria, foi treinado por militares dos EUA na Colômbia, durante o
governo fascista de Álvaro Uribe.<br />
<br />
Na avaliação de Grimaldi, que também é membro da Sociedade de Economia
Política do Paraguai (SEPPY), somente uma sabotagem interna dentro dos
quadros da própria inteligência da Polícia, com a cumplicidade da
Promotoria, explicaria a emboscada na qual morreram seis policiais. Uma
ação estrategicamente planejada com um objetivo bem definido. “Não se
compreende como policiais altamente treinados, no marco do Plano
Colômbia, pudessem cair tão facilmente numa suposta armadilha feita por
camponeses, como quer fazer crer a imprensa dominada pela oligarquia. A
tropa reagiu, matando 11 camponeses e deixando cerca de 50 feridos”.
Entre os policiais mortos, ressalta, estava o chefe da GEO, Erven
Lovera, irmão do tenente-coronel Alcides Lovera, chefe da segurança do
presidente. Um recado claro e preciso para Lugo.<br />
<br />
<b>A serviço da Monsanto<br />
<br />
</b>Conforme o jornalista, no marco da apresentação preparada pelo
Ministério da Agricultura – a serviço dos EUA -, a transnacional
Monsanto anunciou outra variedade de algodão, duplamente transgênico: BT
e RR ou Resistente ao Roundup, herbicida fabricado e patenteado pela
multinacional, que quer a liberação da semente no país.<br />
<br />
Para afastar incômodos obstáculos, antes disso o diário ABC Color vinha
denunciando “presumíveis” fatos de corrupção dos ministros do Meio
Ambiente e da Saúde, Oscar Rivas e Esperança Martínez, que também haviam
negado posição favorável à Monsanto. <br />
<br />
A multinacional faturou no ano passado, somente com os royalties pelo
uso de sementes transgênicas de soja no Paraguai, 30 milhões de dólares,
livre de impostos, (porque não declara esta parte de sua renda).
“Independente disso, a multinacional também fatura pela venda das
sementes transgênicas. Toda a soja cultivada é transgênica numa extensão
próxima aos três milhões de hectares, numa produção em torno de sete
milhões de toneladas em 2010”, revela Grimaldi.<br />
<br />
Por outro lado, acrescenta o jornalista, a Câmara de Deputados já
aprovou projeto de Lei de Biosseguridade, que contempla criar uma
direção de Biossegurança com amplos poderes para a aprovação do cultivo
comercial de todas as sementes transgênicas, sejam elas de soja, milho,
arroz, algodão... Este projeto de lei elimina a atual Comissão de
Biosseguridade, ente colegiado de funcionários técnicos do Estado
paraguaio, visto como entrave aos desígnios da Monsanto.<br />
<br />
“Enquanto transcorriam todos esses acontecimentos, a UGP vinha
preparando um ato de protesto nacional contra o governo de Fernando Lugo
para o dia 25 de junho, com máquinas agrícolas fechando parte das
estradas em diferentes pontos do país. Uma das reivindicações do
denominado ‘tratoraço’: a destituição de Miguel Lovera do Senave, assim
como a liberação de todas as sementes transgênicas para cultivo
comercial”.<br />
<br />
Dado o golpe, como estamparam os grandes conglomerados de mídia no
Paraguai neste sábado, “a manifestação da UGP foi suspensa”. Afinal, “há
um novo governo, mais sensível ao mercado”. <br />
<br />
*Jornalista e escritor, autor de O Latifúndio MidiotaUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-437057720515016072012-04-13T21:48:00.004-07:002012-04-13T22:30:40.050-07:00Não querem que você saiba sobre a Islândia<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj69RHgBKoHlhndHN2v9FtrydPWyGrV9Qe9eS2jXAQrzgDFa9Y0-5goxbydIi05_oWBagJ-FC5XJaI2Fdolb8OBPhdrc3OCOzOFuO1NQR8Q2DeJsD6aE9b_bI7TDOwH2kfjbM4uwrQp6GGG/s1600/islandia_mapa_calosc.gif"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 221px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj69RHgBKoHlhndHN2v9FtrydPWyGrV9Qe9eS2jXAQrzgDFa9Y0-5goxbydIi05_oWBagJ-FC5XJaI2Fdolb8OBPhdrc3OCOzOFuO1NQR8Q2DeJsD6aE9b_bI7TDOwH2kfjbM4uwrQp6GGG/s320/islandia_mapa_calosc.gif" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5731116616765707202" border="0" /></a><br />O ex-primeiro-ministro Geir Haarde está sendo julgado em Reijkjavik por ter conduzido o país à catástrofe de 2008 e pode ser condenado a até dois anos de prisão. A virada neoliberal da Islândia, com desregulamentação financeira e privatizações em massa, começou no governo de David Oddson, em 1991. Haarde não é o único culpado, embora tenha sido parte importante do processo desde bem antes do início do seu governo, em 2006, primeiro como líder parlamentar do Partido da Independência (conservador, então no governo) de 1991 a 1998 e ministro da Fazenda de Oddson de 1998 a 2005.<br /><br />É uma oportunidade para o país refletir sobre a transformação de estável social-democracia escandinava em centro financeiro desregulamentado cuja precariedade se viu quando a crise hipotecária dos EUA fez falir seus maiores bancos, com passivos externos mais de 20 vezes maiores que o PIB.<br /><br />A ducha gelada da crise despertou os -islandeses do sonho consumista e os lançou às ruas com uma versão nórdica do “que se vayan todos!” A renúncia de Haarde e a eleição de um governo de centro-esquerda não bastaram para satisfazê-los: rejeitaram por duas vezes, em plebiscito, propostas de pagamento parcial da dívida externa deixada pelos bancos falidos. O fato de que, depois disso, o país esteja se recuperando muito melhor que os europeus oprimidos pela “austeridade” é a explicação para o silêncio quase absoluto da mídia internacional sobre esse país e seu julgamento do neoliberalismo.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-23032362847174106872012-03-24T21:47:00.000-07:002012-03-24T21:48:09.593-07:00Privataria argentina - nos trilhos da tragédia<img src="http://www.cartamaior.com.br/arquivosCartaMaior/FOTO/87/foto_mat_34237.jpg" /> <h1>Como o sistema ferroviário da Argentina foi saqueado</h1> <h2>A rede ferroviária estatal argentina tinha 40.000 km e nela trabalhavam 190.000 empregados. Era a mais extensa da América Latina e, de certo modo, a coluna vertebral de um país. A história do desmonte desse sistema começa nos anos 60, quando montadoras estadunidenses e o Banco Mundial impulsionaram o Plano Larkin para desarmar a rede ferroviária do país, chegando até a reforma do Estado dos anos 90, quando o neoliberal Carlos Menem desmontou o Estado, privatizando todo seu patrimônio. O artigo é de Francisco Luque.</h2> <p class="headline-link">Francisco Luque - De Buenos Aires</p> <p class="texto"><b>Buenos Aires</b> - Ao se completar um mês do trágico acidente ferroviário da linha Sarmiento, na Estação de Once, em Buenos Aires, que deixou 51 mortos e 703 feridos - três deles continuam hospitalizados -, ainda escuta-se o barulho. O barulho das famílias das vítimas que pedem maior celeridade à justiça para esclarecer as causas diretas do acidente e estabelecer quem foram os responsáveis. Também o ruído de uma sociedade ainda chocada que quinta-feira pela manhã, às 8h30min, a mesma hora da colisão, fez soar as buzinas de seus carros em lembrança das vítimas. Mas há outro ruído, talvez mais permanente e profundo, e é o ruído do saque do qual foi objeto o sistema ferroviário argentino.<br /><br />A Justiça argentina investiga as responsabilidades imediatas da tragédia, mas para os especialistas, as causas que produziram este acidente estão nos processos sociais e econômicos que a Argentina viveu nos últimos 60 anos. A busca chega até aos anos sessenta, quando as montadoras estadunidenses instaladas na Argentina, impulsionaram o Plano Larkin – implementado por sua vez pelo Banco Mundial, para desarmar a rede ferroviária argentina –, até a reforma do Estado dos anos noventa, quando o neoliberal Menem desmontou o Estado, privatizando - saqueando?- todo seu patrimônio.<br /><br />Historicamente, a rede ferroviária estatal argentina tinha 40.000 km e nela trabalhavam 190.000 empregados. Era a mais extensa da América Latina e era, de certo modo, a coluna vertebral de um país. A Argentina havia se estruturado em povoados que nasceram ao longo desses trilhos. Era um país solidário e inclusivo, com acesso aos centros nevrálgicos de produção e participação nas definições sobre um conceito de país.<br /><br />O saque começou na ditadura de 1976, quando não só se usurpavam vidas, mas também bens. Era a destruição planejada do Estado e do patrimônio nacional acumulado durante o século XX com o objetivo de consolidar o capital financeiro e os grupos econômicos.<br /><br />Quando a ditadura se instalou, a condução da área de Transporte ficou radicada no Ministério de Economia através da Secretaria de Transporte e Obras Públicas. Ali se elaborou um plano de ação para retomar as medidas de racionalização recomendadas 15 anos antes pelo Plano Larkin para pôr em prática a privatização periférica (vazamento lento e progressivo, somado à terceirização de investimentos, atividades e serviços de empresas privadas) da estatal Ferrocarriles Argentinos. O resultado? Fechamento de ramais antieconômicos, supressão de trens de passageiros de baixa utilização, fechamento de oficinas redundantes, fechamento de estações, supressão da tração a vapor, etc.<br /><br />Entre 1976 e 1980 foram abandonadas cerca de 600 estações, reduziram-se trens de passageiros interurbanos e locais do interior em 30% e fecharam-se 5500 km de linhas secundárias. Só nas oficinas, a quantidade de pessoal reduziu-se de 155 mil empregados em 1976 para 97 mil em 1980, segundo o livro “Nueva Historia del Ferrocarril en Argentina”, de Mario López e Jorge Waddol. A desconexão do país e a intensa eliminação de oficinas contribuíram para a decadência e desaparição de uns 700 povoados, e a aceleração da pobreza e da desigualdade.<br /><br />Com Menem, nos anos 90, e a influência do neoliberalismo em escala planetária, decidiu-se arrasar com o sistema de trens e aplicou-se a célebre frase do presidente: “Cirurgia maior sem anestesia”. 600 povoados desapareceram. Oitenta mil trabalhadores ferroviários foram despedidos. A imprensa fiel ao período de “pizza com champanhe” informava que os trens perdiam um milhão de dólares diários sobre uma rede de 35.000km. Havia que fechá-la ou privatizar o pouco que restava. Foi a amostra feroz da cumplicidade do poder político com os grupos econômicos.<br /><br />Na atualidade subsistem uns 7.000km de vias maltratados e trens que não podem avançar a mais de 40 km por hora. Cerca de 20.000 pessoas trabalham no ramo. A maioria dos vagões tem entre 40 e 50 anos; os trilhos são instáveis, as janelas quebram e não são consertadas, as portas não fecham.<br />Néstor Kirchner herdou a pior crise econômica da história da Argentina. E muito não pôde fazer com respeito aos trens, entendido como um serviço público indispensável. Manteve-se um funcionamento deficiente compensado com uma tarifa congelada – quase simbólica -, outorgando subsídios à concessionárias, administradores do funcionamento - sem os controles adequados. Recuperaram-se alguns ramais ferroviários, mas sem melhoras em infraestrutura e adquiriu-se material descartado em seus países de origem pelos anos de uso.<br /><br />“Os subsídios às empresas privadas sem controles efetivos do Estado são mais uma página sombria na continuação de um “Estado Hood Robin”, como o batizou outrora o jornalista Horacio Verbitsky, onde se paga para que continuem crescendo empresas privadas à custa de cada argentino. Em outras palavras, “se tira do pobre para dar ao rico”, sustenta a analista Maria Seoane.<br /><br />As empresas concessionárias foram a grande dor de cabeça do sistema ferroviário nos últimos tempos. Como bem aponta o jornalista Hernán Brienza: “a política de subsídios pensada desde 2003 para que milhões de argentinos humildes possam viajar a preços irrisórios acabou sendo letal em mãos do grupo concessionário que mais controle e poder tem sobre os trens”. Grupos empresariais beneficiados como o da família Cirigliano, concessionária do Trem Sarmiento TBA, entre outras, teve um crescimento econômico exponencial durante os últimos anos, e, como afirma Edgardo Reynoso, secretário da União Ferroviária, os trens da linha dos Cirigliano continuam circulando "à beira do desastre". Esta concessionária está sob intervenção do Estado desde o acidente.<br /><br />Para a classe trabalhadora, a solução é clara: que os concessionários vão embora e que se reestatizem todos os trens em uma empresa só, sob o controle dos trabalhadores e dos usuários. Essa é a única possibilidade de solução para o atual estado calamitoso da ferrovia, sustentam.<br /><br />Passado um mês da tragédia de Once, entre aplausos, buzinas e pedidos de "justiça", centenas de pessoas protestaram na estação de trens pedindo o esclarecimento do acidente.<br /><br /><i>Tradução: Libório Junior</i></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-72473343702713028162012-03-05T04:54:00.000-08:002012-03-05T04:55:50.658-08:001% de democracia<h1>Uma eleição do um por cento </h1> <h2>Para muitos nos EUA, a impressão é que esta é uma eleição do um por cento, para o um por cento e pelo um por cento, guiada, desenhada e coreografada pelos melhores técnicos especializados em criar uma ilusão de democracia enquanto os donos do jogo se dedicam ao negócio do poder real. Talvez o mais interessante agora sejam os detalhes raros deste concurso. Como o que ocorreu no Arizona, Estado mais anti-imigrante dos EUA, com o republicano Paul Babeu, uma das figuras mais "machonas" da política estadual, cujo conflito passional com um imigrante veio a público. O artigo é de David Brooks.</h2> <p class="headline-link">David Brooks (*)</p> <p class="texto">Que a eleição presidencial norte americana parece estar reduzida, com seu tsunami de fundos ilimitados e não regulados, a um concurso entre milionários para impor o seu favorito na Casa Branca já não é <a href="http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19692#" style="text-decoration:underline" id="_GPLITA_0" title="Powered by Text-Enhance">notícia</a>. Para muitos, a impressão é que esta é uma eleição do um por cento, para o um por cento e pelo um por cento, guiada, desenhada e coreografada pelos melhores técnicos especializados em criar uma ilusão de democracia enquanto os donos do jogo se dedicam ao negócio do poder real. Portanto, talvez o mais interessante agora sejam os detalhes raros e absurdos deste concurso ou as coisas que se revelam da classe política por acidente.<br /><br />Por exemplo, no sábado passado houve uma agitação no estado mais orgulhosamente anti-imigrante do país, o Arizona. Ali, uma das figuras mais “machonas” da política estadual, um “sheriff” reconhecido por sua feroz posição anti-imigrante e fama de ser ex-militar e grande defensor da “lei e da ordem”, também candidato ao Congresso, de repente teve que renunciar à vice-presidência estadual da campanha presidencial do republicano Mitt Romney. A razão: um conflito passional com um homem, que além de tudo é... um imigrante mexicano!<br /><br />Paul Babeu, político muito popular no Arizona, xerife do condado de Pinal, anunciou sua renúncia após serem publicadas nos meios de comunicação locais, versões de que havia ameaçado deportar um ex-namorado, de origem mexicana, quando este – identificado como José – recusou ocultar uma relação que, afirmou, durou anos. José declarou ao Phoenix New Times que recusou assinar um acordo segundo o qual jamais revelaria sua relação com Babeu e por isso foi ameaçado com a deportação. No sábado, Babeu foi obrigado a confessar, em entrevista coletiva, que teve uma relação “pessoal” com José, mas negou que houvesse ameaçado deportá-lo, embora admitisse: “A verdade é que sou gay”. As primárias no Arizona se realizaram nestes dias e o que menos desejava Romney, que destaca suas credenciais de “conservador” extremo, é que alguém associado a ele seja gay.<br /><br />Falando de estrangeiros, os republicanos ainda tentam manter a suspeita de que Obama não é norte americano. Entre as filas ultraconservadoras se suspeita ainda da veracidade de sua certidão de nascimento e, embora os pré-candidatos tenham abandonado essa linha de ataque (que utilizaram na eleição de 2008), desejam gerar a ideia de que mesmo Obama sendo norte americano, suas ideias sim são estrangeiras. Na impossibilidade de poder chamá-lo “africano” ou “muçulmano”, como tentaram antes, agora o pior insulto é que é um socialdemocrata ou socialista estilo europeu. O pré-candidato presidencial republicano Newt Gingrich o acusou de estar “a favor do socialismo europeu”.<br /><br />Romney afirmou que Obama promove um “Estado de Bem estar de estilo europeu” em contraste com o seu, que é de “um país livre”. Como assinala o colunista Harold Meyerson, do The Washington Post, a “culpabilidade por associação era muito mais simples quando a associação, ou suposta associação, era com comunistas. Em sua ausência, os republicanos enfrentaram o desafio de tornarem-se mais ridículos. E conseguiram!”.<br /><br />Enquanto isso houve um intenso debate sobre a “liberdade de religião” quando os bispos católicos proclamaram sua oposição a que hospitais e <a href="http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19692#" style="text-decoration:underline" id="_GPLITA_1" title="Powered by Text-Enhance">escolas</a> católicas paguem o custo de anticoncepcionais para seus funcionários, como estipula a reforma de saúde impulsionada por Obama. Quando o governo de Obama conseguiu torcer a férrea oposição da hierarquia católica, ao dizer que as seguradoras e não suas instituições pagariam esses custos, os bispos insistiram que ninguém deve pagar por algo tão cheio de maldade como a contracepção. Agora alguns republicanos atacam Obama como “inimigo da religião”.<br /><br />O espetáculo da hierarquia – por definição de puros homens –, defendendo seus supostos princípios morais sobre a sexualidade, apesar da vasta maioria de seus fiéis não compartilharem seu ponto de vista e de que não há nenhuma menção a tal coisa na Bíblia, foi triste. Mas o mais notável, quase obsceno, assinalaram cômicos e satíricos, foi que uma instituição que passa por uma das piores crises de sua história – e paga indenizações multimilionárias – pelas perversas atividades sexuais cometidas com menores de idade por vários de seus pastores espirituais, e depois encobertas por seus líderes, ainda acredite que tem autoridade moral para pronunciar-se sobre isto. Revelou, mais uma vez, essa combinação tão letal de política e religião neste país.<br /><br />Talvez o exemplo mais extremo desta combinação entre política e religião entre os republicanos é o pré-candidato Rick Santorum, que não só se pronuncia contra a anticoncepção, mas também descarta o aquecimento global, a teoria da evolução, afirma que o sexo gay é “selvagem” e até questiona o papel do Estado na educação (seus filhos foram educados em casa). Tudo em nome de sua fé católica. O fato de ser um candidato viável para a presidência provoca que muitos aqui gritem: “Deus nos salve!”.<br /><br />E, enquanto tantas coisas sérias acontecem, a convulsão continua em Wall Street. Há duas semanas se realizou um rito anual de uma confraria de banqueiros e executivos de Wall Street que se divertiram zombando do Ocupy Wall Street e de como foram resgatados da crise pelo tesouro público. Todo culminou com o rito de indução de novos membros, que tiveram que vestir roupa de mulher, dançar, cantar e submeterem-se a um bombardeio de pasteizinhos e guardanapos empapados em vinho exclusivo. Estes são, como informou The New York Times, os que tomam decisões cotidianas que “coletivamente podem fazer ou romper os mercados financeiros globais”.<br /><br />Só com estes exemplos – e tem muito mais – pode-se concluir que, se por um lado os conservadores aqui tem razão: a imigração, o socialismo e o sexo ameaçam os Estados Unidos, por outro, é que talvez o estribilho da canção tema do grande filme Cabaret é o melhor exemplo para descrever a conjuntura neste país: “a vida, meu amigo, é um cabaret”.<br /><br /><i>(*) Do La Jornada, México. Especial para Página/12. </i><br /><br /><i>Tradução: Libório Júnior</i></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-48316234492203983082012-02-20T08:57:00.003-08:002012-02-20T09:11:02.815-08:00Antibancocracia<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi32A2g6DAg3jTcVdWiYU5FK_kAxQy1KtrcpQ9cVb_T9Dt6dR60TyFmsmR2_gy_SzHy73wm_WMP1Dpa-4PMlbUz23biCD_ANxBCcAIwSN1eZEJb5QcITOMNu1hQpmqYeM_ruc8YwDVnKMy4/s1600/strike4.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 213px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi32A2g6DAg3jTcVdWiYU5FK_kAxQy1KtrcpQ9cVb_T9Dt6dR60TyFmsmR2_gy_SzHy73wm_WMP1Dpa-4PMlbUz23biCD_ANxBCcAIwSN1eZEJb5QcITOMNu1hQpmqYeM_ruc8YwDVnKMy4/s320/strike4.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5711266366215369202" /></a><br />PIOR QUE O TRATADO DE VERSALHES: Ministros das Finanças do euro decidem hoje em Bruxelas se o programa de 'ajuste' de Atenas é suficiente --e confiável-- para a troika liberar a ajuda de 130 bi de euros, sem a qual a Grécia quebra** economia grega esfarela desde 2008** programa de ajuste prevê mais uma década de asfixia para --com sorte-- chegar em 2020 com uma relação dívida/PIB de devastadores 160% ** as gerações presente e futura serão conectadas a um implacável sistema de transfusão que as condena a servir aos credores até a morte** é isso que se decide hoje em Bruxelas : a imposição a um povo da mais grave rendição da história mundial, desde o Tratado de Versalhes, decretado pela Sociedade das Nações contra a Alemanha , em 1919, que gerou o nazismo e a II Guerra Mundial** é trágico que esse martírio seja conduzido de forma titânica justamente pela Alemanha de Merkel.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-2797169466715593822012-02-14T10:29:00.010-08:002012-02-18T13:57:22.211-08:00Bandidos e mocinhos<img src="http://wscdn.bbc.co.uk/worldservice/assets/images/2012/02/06/120206155921_baba_amr_hospital_304x171_reuters.jpg" alt="" height="171" width="304" /><span style="font-style: italic;"><br />Segue a brutal guerra civil da Síria, bem como a brutal campanha de desinformação sem a qual as guerras não são possíveis. As táticas são velhas conhecidas. De um lado você desenha um monstro louco e sanguinolento, do outro heróis democratas e indefesos que clamam pela intervenção armada estrangeira. Repete-se a simplória mentira diariamente até que ela se torna verdade, e eis a tal da "guerra justificável".<br /><br />Cabe a nós não permitir que estas deturpações mal intencionadas se espalhem antes que mais e mais guerras sejam travadas em seu nome. A Síria é um caso típico. Um ditador anti-ocidente foi personificado como o novo representante do demônio na terra. Não que ele seja na verdade uma Madre Tereza de Calcuttá (longe disso), mas em quase todas as reportagens veiculadas aqui, a versão é que seu exército está fazendo nada mais que bombardear civís indefesos apenas por estes estarem protestando. A distorcida simplificação da situação é necessária aos interesses das "potências" ocidentais, sem a qual pouco apoio real seria dado ao "inimigo do meu inimigo". Para isso é importante ignorar o fato de que se trata de uma guerra civil de características sectárias, e que milhares de policiais e soldados do governo foram mortos (desde quando "manifestantes pacíficos" matam mais de 2000 soldados?), e que a <a href="http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/19882/al+qaeda+declara+apoio+a+derrubada+do+governo+na+siria.shtml">Al-Qaeda está oficialmente dando apoio aos rebeldes sírios</a> (quem diria que EUA e Al-Qaeda seriam "aliados" tão pouco tempo depois da morte de Bin Laden!!!!!!), e que a Liga Árabe, que também apóia os rebeldes, é composto, basicamente, por ditaduras e monarquias absolutistas também brutais e repressoras. É importante ignorar que os rebeldes não são apenas civís protestando nas ruas (embora também hajam "meros civís" protestando e que precisam ser escutados), mas também um grande número de violentos soldados armados, bem treinados, cuja principal ideologia é a defesa do estado islâmico. É importante ignorar que grande parte da população apoia o governo (senão a maioria... mas como saber agora que são os canhões que gritam dos dois lados?), e que se os rebeldes tomarem o poder apenas inverterão-se as polaridades da repressão, sendo que muitos destes hoje pró-governo é que serão brutalmente perseguidos, torturados e mortos. Inclusive, há que se não-constatar que não apenas a parte Alawita (xiita) está contra os rebeldes como também a população CRISTÃ !!!! (conforme atesta o artigo abaixo) Ou seja, o ocidente está entrando no conflito sírio em apoio aos islamitas armados (que tanto dizem detestar) e contra os cristãos! </span><br /><br /><span style="font-style: italic;">Sem mentiras, omissões e loucura não se faz guerras.</span><br /><br /><span style="font-style: italic;">Um dado curioso: Enquanto as ditaduras pró-EUA enfrentaram e enfrentam com prisões, tortura e assassinatos, manifestantes verdadeiramente pacíficos (Tunísia, Egito, Iemen, Bahrein, Jordânia, Marrocos, Arábia Saudita) os países anti-EUA enfrentam combatentes armados (líbia e Síria) e ameaças de ataque militar (Irã). Por que isso? Tudo isso me cheira muito mal. Infelizmente o tão animador caminho pacífico que havia sido a proposta inicial da primavera árabe foi esquecido e agora quem tem razão é quem tem armas e está disposto a matar. Que tipo de democracia podem estes "rebeldes" e ditadores implantar? </span><br /><br /><span style="font-style: italic;">A reportagem abaixo foi feito por um correspondente da BBC que acompanhou um grupo rebelde e se mostrou chocado com a violência dos "freedom fighters" que o ocidente pretende apoiar.</span><span style="font-style: italic;"> Todos sabemos de que lado a BBC está nesse conflito, mas eis que alguns lampejos de sanidade ocasionalmente saem de seus repórteres</span>.<span style="font-style: italic;"> Acho curioso, porém, como a manchete ainda tenta ocultar uma verdade cristalina. O conflito sírio já é uma guerra civil há muito tempo.</span><br /><br /><span style="font-style: italic;">Essa loucura precisa parar.</span><br /><br /><span style="font-style: italic;">Paz</span><br /><span style="font-style: italic;">Alexei</span><br /><br /><br /><br /><div class="g-container"> <h1>Para repórter da BBC, conflito na Síria pode virar guerra civil</h1> </div> <div class="g-container"> <div class="datestamp"><span class="lastupdated">Atualizado em </span> 14 de fevereiro, 2012 - 06:10 (Brasília) 08:10 GMT </div> </div> <div class="g-container story-body"> <div class="bodytext"> <div class="module "> <div class="image img-w304"><br /> </div> </div> <p class="ingress"><strong>O repórter da BBC Paul Wood passou dias sob fogo cruzado no bairro de Baba Amr, na cidade síria de Homs. Nesta reportagem, ele relata casos de cidadãos submetidos a uma violenta campanha de artilharia por tropas do governo e alerta para os riscos de que a situação em Homs se alastre por toda a Síria, transformando-se em uma guerra civil.</strong></p> <p>No hospital improvisado em Baba Amr, a maioria dos pacientes não quis ser filmada. Eles temiam ser presos caso mostrassem seus rostos. Abdel Nasr Zayed, no entanto, disse que tinha pouco a perder.</p> <div class="module inline-contextual-links"><div class="contextual-published-list"> <div class="list li-plain"> <h3 class="title">Leia Também</h3> <div class="content"> <ul><li class="ts-headline body-disabled first teaser"><a href="http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/02/120212_liga_arabe_siria_cc.shtml">Síria diz que pedido da Liga Árabe por missão de paz é 'histeria'</a></li><li class="ts-headline body-disabled teaser"><a href="http://www.bbc.co.uk/portuguese/ultimas_noticias/2012/02/120212_iraque_alqaeda_siria_cc_rn.shtml">Iraque diz que Al-Qaeda levou suas atividades para a Síria</a></li><li class="ts-headline body-disabled teaser"><a href="http://www.bbc.co.uk/portuguese/ultimas_noticias/2012/02/120212_liga_missao_siria_cc_rn.shtml">Liga Árabe pede força de paz na Síria</a></li></ul> </div> </div> </div></div><p>"Já perdi 11 (parentes) e agora estou disposto a sacrificar tudo por Deus", ele disse.</p> <p>Entre os 11 membros de sua família mortos por tiros ou morteiros, cinco eram crianças com menos de 14 anos.</p> <p>Um caso típico. Muitas pessoas relatam ter perdido não apenas um, mas muitos parentes.</p> <p>A tarefa de Abu Suleiman no hospital é embalar corpos antes de serem enterrados. Ele prestou esse serviço ao filho, genro, sobrinho, vizinho e muitos de seus amigos.</p> <p>Abu Sulyan, que hospedou a equipe da BBC em uma visita anterior a Baba Amr, perdeu um irmão, um sobrinho, um tio e, mais recentemente, sua mãe.</p> <p>"Isso é uma guerra civil?", indagou o escritório da BBC em Londres.</p> <p>Em Baba Amr, tinha-se a impressão de que sim. Mas o que estávamos observando era, na verdade, uma batalha por uma cidade - e Homs não é a Síria. Pelo menos, não por enquanto.</p> <p><strong>Sequestros Sectários</strong></p> <p>Em Homs, as áreas de maioria sunita, como Baba Amr, apoiam o levante. Elas estavam sendo atacadas pelo Exército Sírio, posicionado em áreas alauítas (ramificação da etnia xiita) e cristãs que, de maneira geral, apoiam o governo.</p> <p>Ainda não se trata de um conflito sectário: existem sunitas nas forças do governo e tanto cristãos como alauítas aderiram às forças revolucionárias. Mas as pressões naquela direção são imensas.</p> <p>Yousseff Hannah foi prisioneiro do Exército Livre da Síria (FSA, na sigla em inglês), integrado por rebeldes que desertaram das tropas do governo. Ele estava em um colchão, a coxa coberta com curativos, no porão de uma casa perto da cidade de Qusayr, a cerca de 40km de Homs.</p> <p>"Lei e ordem", ele respondeu, gemendo por causa dos ferimentos, quando lhe perguntei qual era sua profissão.</p> <p>Enraivecido, um dos sequestradores interrompeu: "Não. Você é (integrante da polícia secreta) Mukhabarat. Diga a eles que você é Mukhabarat".</p> <p>O FSA havia capturado Hannah em sua casa, alguns dias antes. Ele tinha ido para lá para se recuperar do ferimento recebido em Homs.</p> <div class="module "> <div class="image img-w304"><img src="http://wscdn.bbc.co.uk/worldservice/assets/images/2012/02/12/120212024841_syria_304x171_afp.jpg" alt="" height="171" width="304" /><p style="font-style: italic;" class="caption">Foto divulgada pela oposição na Síria, que alega ser vítima de bombardeios indiscriminados em Baba Amr</p> </div> </div> <p>Com 45 anos, apenas um soldado, ele não era exatamente um "peixe grande". Os rebeldes disseram tê-lo capturado porque sua família controlava um posto de controle em Qusayr e molestava as pessoas.</p> <p>Queriam acabar com aquilo. Por tempo demais, disseram os rebeldes, pessoas como ele, sob a proteção do governo, sentiam que eram intocáveis, que podiam agir na impunidade.</p> <p>O soldado Yousseff é cristão. Após ter sido preso, seus parentes sequestraram seis sunitas, matando um no processo. Em represália, 20 cristãos foram sequestrados.</p> <p>"Alguns esquentados vêm sequestrando cristãos", disse um comandante local do FSA. "Temos de acalmá-los".</p> <p>Após vários dias de impasse, todos foram libertados ilesos, incluindo Yousseff. Isso foi parte de um acordo segundo o qual o soldado e sua família terão de deixar Qusayr permanentemente.</p> <p><strong>Ataque Fracassado</strong></p> <p>Falando sobre as tensões dos últimos dias na região, um dos residentes cristãos de Qusayr disse que ainda havia cristãos favoráveis ao levante na cidade.</p> <p>Cerca de uma dúzia deles participou de um grande protesto ocorrido na sexta-feira na cidade. Em solidariedade a eles, os manifestantes abandonaram o local quando algumas pessoas agarraram o microfone e começaram a gritar slogans islâmicos.</p> <p>Naquela semana, havia uma sensação de que a cidade tinha chegado muito perto de uma carnificina sectária.</p> <p>Seria esse o futuro da Síria? Depende do caráter do FSA. Todos os combatentes que encontramos eram sunitas, mas talvez isso não tenha importância.</p> <p>Próximo a Qusayr, o comandante do FSA Maj Ahmad Yaya me disse que eles estavam lutando por todas as religiões e seitas da Síria: cristãos, muçulmanos, alauítas, xiitas, drusos.</p> <p>"Estamos vivendo em liberdade pela primeira vez", disse.</p> <p>As palavras seguintes, no entanto, deixaram pouca dúvida de que, para muitos, esse é um conflito religioso - e islâmico - contra o governo secular Baath.</p> <p>"Pela primeira vez", ele acrescentou, "somos capazes de proclamar a palavra de Deus por toda a terra".</p> <div class="module "> <div class="image img-w304"><img src="http://wscdn.bbc.co.uk/worldservice/assets/images/2012/01/01/120101183307_syria_uprising_304x171_ap.jpg" alt="" height="171" width="304" /><p style="font-style: italic;" class="caption">Soldado desertor arma seu rifle ao tomar posição em uma casa danificada em Baba Amr</p> </div> </div> <p>A doutrina oficial do FSA é de que sua missão é apenas proteger os manifestantes desarmados. Na prática, no entanto, ele está realizando uma guerra civil de proporções cada vez maiores.</p> <p>Seguimos o grupo de combatentes liderados por Maj Yaya durante um ataque a uma base do Exército sírio perto da cidade.</p> <p>Foi um ataque grande, com a participação de mais de 60 homens. Em contraste com combatentes rebeldes na Líbia, esses eram treinados, disciplinados e seguiam um plano.</p> <p>Um homem disse que seu irmão ainda estava servindo na área.</p> <p>"E se ele ainda estava na base? E se ele estiver ferido?", perguntei.</p> <p>"Sinto muita amargura em relação a meu irmão, mas agora o que acontecer estará nas mãos de Deus. Que Deus me ajude", respondeu.</p> <p>Inevitavelmente, o ataque fracassou. Depois de uma hora atirando contra a base, o grupo teve de sair em retirada quando as tropas do governo começaram a usar armas pesadas, disparando morteiros contra as montanhas.</p> <p><strong>Execuções de Shabihas</strong></p> <p>Mais tarde, um dos rebeldes do FSA me mostrou um vídeo que ele tinha filmado em dezembro.</p> <p>Seu grupo tinha emboscado um comboio de veículos blindados. Oito integrantes das forças de segurança síria tinham sido mortos, 11 capturados. O vídeo mostrava os prisioneiros, vestidos com uniformes de camuflagem, alinhados de frente para uma parede.</p> <p>Alguns ainda sangravam em consequência da batalha. Seus braços estavam erguidos.</p> <p>Um virou-se para a câmera, parecia petrificado.</p> <p>O homem que havia feito o vídeo disse que, apesar dos uniformes, as identidades dos prisioneiros diziam que eram Shabiha (ou fantasmas) - a força paramilitar do governo, odiada por muitos na Síria.</p> <p>"Nós os matamos", disse o rebelde.</p> <p>"Você matou seus prisioneiros?"</p> <p>"Sim, claro. Eles foram executados mais tarde. Esse é o procedimento para Shabihas".</p> <p>Esses eram Shabihas sunitas, o homem explicou. O único alauíta havia escapado.</p> <p>Eu confirmei com um oficial. Soldados eram libertados, ele disse, mas membros da força Shabiha eram "executados" depois de uma audiência com um painel de juízes militares do FSA.</p> <p>Para explicar, eles me mostraram um filme encontrado no telefone celular de um Shabiha capturado.</p> <p>O vídeo mostrava prisioneiros deitados de barriga para baixo, com as mãos atadas nas costas. Um a um, suas cabeças foram cortadas.</p> <p>Ao primeiro prisioneiro deitado, o homem que segurava a faca disse, de forma provocadora: "Isso é pela liberdade". Enquanto o pescoço da vítima se abria, o executor prosseguiu: "Isso é por nossos mártires. E isso é por você colaborar com Israel".</p> <p><strong>Dilema Ocidental</strong></p> <p>Segundo relatos de militantes pelos direitos humanos, após termos saído de Homs, membros das forças Shabiha teriam ido de cada em casa na cidade, matando três famílias - Homens, mulheres e crianças.</p> <p>Para a maioria dos combatentes do FSA, "executar" integrantes da Shabiha é apenas justo.</p> <p>Fatos como esses farão com que governos ocidentais hesitem enquanto decidem se devem - e nesse caso, de que forma - ajudar o FSA.</p> <p>Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha dizem que não vão armar os rebeldes mas estão pensando em outras formas de auxiliá-los. Isso pode envolver dar aconselhamento e o envio de suprimentos, por exemplo, roupas de proteção.</p> <p>Se esses governos ajudarem os rebeldes, estarão eles alimentando uma guerra civil, ou ainda pior, uma guerra civil sectária?</p> <p>E se eles não ajudarem os rebeldes, como dar um fim às mortes em Homs e outras cidades?</p> <p>Quanto mais se prolonga essa situação, mais corpos se acumulam e maior é o desejo de vingança em ambos os lados.</p> <p>Uma guerra civil não é inevitável, mas Homs hoje pode ser a Síria amanhã.</p> </div> </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-8162193459176220952012-01-18T19:30:00.000-08:002012-01-18T20:13:50.010-08:00Vítima de acusação<span style="font-style: italic;"><span style="font-weight: bold;">Finalmente alguém foi para o banco dos réus por causa dos crimes da ditadura de Franco na Espanha:<br />Quem?<br />Aquele que tentou as investigar</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Paz</span><br /><span style="font-weight: bold;">Alexei</span><br /><br /></span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrcgnuHkCo0r_qvmOGFRx1nXkqDQgF_sBQIMU8stotDO9M-dZSJAzncWVvDcfW66XK-dRx_NVn8d00L46fJ8vGY56jeRqPXDxGqe0JnwMSzq9FnMZDZMn2rxIIhTvZjPzoWR8JduPbKUjV/s1600/baltasar-garzon.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 302px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrcgnuHkCo0r_qvmOGFRx1nXkqDQgF_sBQIMU8stotDO9M-dZSJAzncWVvDcfW66XK-dRx_NVn8d00L46fJ8vGY56jeRqPXDxGqe0JnwMSzq9FnMZDZMn2rxIIhTvZjPzoWR8JduPbKUjV/s320/baltasar-garzon.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5699181295476678962" border="0" /></a><br /><span style="font-style:italic;"><br />A Justiça espanhola no banco dos réus<br />A Justiça Espanhola está duplamente no banco dos réus. No banco propriamente dito estará o juiz Baltasar Garzón Real. Mas o próprio Tribunal estará sob o crivo de um julgamento, porque a motivação política das acusações contra Garzón é inequívoca. Garzón enfrenta três processos simultâneos abertos contra ele. Finalmente, comenta-se na Espanha, alguém vai ao banco dos réus por causa dos assassinatos cometidos durante a ditadura de Franco: o juiz que decidiu investigá-los. O artigo é de Flávio Aguiar<br /></span><br /><span style="font-weight:bold;">Flávio Aguiar - Correspondente da Carta Maior em Berlim</span><br /><br />A partir desta quarta-feira a Justiça Espanhola está duplamente no banco dos réus. No banco propriamente dito estará o juiz Baltasar Garzón Real. Mas o próprio Tribunal estará sob o crivo de um julgamento, porque a motivação política das acusações contra Garzón é inequívoca.<br /><br />Baltasar Garzón tornou-se mundialmente conhecido ao pedir a extradição do ex-ditador Augusto Pinochet, que fazia tratamento médico em Londres, para ser julgado na Espanha pelo assassinato de cidadãos espanhóis no Chile, durante o período ditatorial. Inicialmente a Inglaterra deteve Pinochet, que foi liberado depois. Mas o fato dele ter sido preso mostrou que não era invulnerável como pensava e se pensava, além de ter sido uma humilhação para ele e para a ex-primeira ministra Margaret Thatcher, sua amiga pessoal, que o apoiou.<br /><br />Outra ação de Garzón com repercussão mundial foi movida contra personalidades norte-americanas do governo Bush pelo uso da prisão de Guantánamo para torturas e pelo seqüestro, em outros países, de acusados de práticas terroristas. A base para esse processo – depois arquivado por pressão do governo norte-americano – foi o seqüestro do chamado “Talibã Espanhol”, Hamed Abderrahman Ahmed, nascido em Ceuta, enclave da Espanha no norte da África. Assinale-se que ele também abriu investigações sobre a atuação de membros da Al-Qaeda na Espanha, bem como sobre o movimento basco ETA, acusado de terrorismo.<br /><br />Garzón enfrenta agora três processos simultâneos abertos contra ele. O primeiro, que agora entra em julgamento, o acusa de prevaricação e abuso de poder na investigação sobre o chamado “caso Gürtel”. “Gürtel” é um codinome; quer dizer “cinto” em alemão, e se refere a um dos principais acusados, Francisco Correa. Trata-se de um caso de investigação sobre corrupção e tráfico de influência na obtenção de contratos públicos em Madri e em Valencia.<br /><br />Os principais acusados – os empresários Correa e Pablo Crespo – estão na prisão. Porém o caso envolve altos membros do conservador PP – Partido Popular – hoje no poder. Um dos acusados era tesoureiro nacional do partido, Luis Bárcenas, braço direito do atual primeiro ministro, Mariano Rajoy. Este, aliás, não poupa críticas a Garzón, e está sob o risco das investigações respingarem nele. Em tempo: Correa era freqüentava a casa de José Maria Aznar, o antigo líder e primeiro ministro do PP, tendo sido convidado para o casamento de sua filha.<br /><br />A acusação contra Garzón se refere ao fato dele ter pedido escutas e gravações das conversas entre Correa e Crespo com seus advogados. Os acusadores dizem que isso visava obstaculizar a estratégia da defesa. Garzón alega que a autorização visava descobrir o paradeiro de 20 milhões de euros do esquema de corrupção, distribuídos por bancos suíços e de outros paraísos bancários ou fiscais, e deter o esquema de lavagem de dinheiro posto em prática pela quadrilha.<br /><br />Na audiência de quarta-feira, segundo o jornal El País (aliás, as reportagens desse jornal sobre esse “caso Gürtel” lhe valeram o Prêmio Ortega y Gasset de Jornalismo Investigativo em 2010, um dos mais prestigiosos da Espanha), Garzón revelou que mandou extirpar das transcrições das conversas tudo o que se referia à estratégia da defesa, só mantendo o que dizia respeito à questão da lavagem e remessa de dinheiro para o exterior.<br /><br />Também foi citado o fato de que o juiz que o sucedeu no caso (de sobrenome Pedreira) confirmou a autorização das escutas, e que estas foram julgadas legais pelo Superior Tribunal de Justiça de Madri. Também lembrou-se que Garzón agiu a pedido da Polícia Judiciária e da Agência Fiscal Anticorrupção.<br /><br />Segundo a análise da reportagem do El País sobre a audiência, Garzón portou-se com uma desenvoltura que surpreendeu e desconcertou os advogados da acusação. Num primeiro momento ele negara-se a ser interrogado por eles. Mas seu advogado de defesa o teria convencido a concordar, coisa que ele fez. A partir daí, segundo o El País, os acusadores revelaram-se despreparados para tal enfrentamento, que, pelo visto, não esperavam.<br /><br />O segundo processo contra Garzón é mais complicado ainda. Trata-se de uma ação movida por uma organização de extrema-direita, chamada de “Manos Limpias”, acusando-o de abuso de poder por ter aberto investigação sobre as circunstâncias da morte ou desaparecimento de 110 mil pessoas durante a ditadura falangista de Franciso Franco, além de ter determinado a abertura de 19 covas coletivas: numa delas, por exemplo, estariam os restos mortais do poeta Federico Garcia Lorca. O que se comenta, ironicamente, é que finalmente alguém vai ao banco dos réus por causa dos assassinatos cometidos durante a ditadura de Franco: o juiz que decidiu investigá-los...<br /><br />O terceiro é, de todos, o mais ridículo: acusa Garzón de não ter-se retirado de uma investigação contra o Banco Santander, quando teria recebido dinheiro dele enquanto professor convidado, em ano sabático, na New York University, nos E. U. A. Diga-se, de passagem, que, em defesa de Garzón, a própria universidade nega peremptoriamente esse fato.<br /><br />Se Garzón for condenado em qualquer um deles, terá sua carreira de juiz cortada por 17 anos no mínimo, ou seja, para sempre: nascido em 26/10/1955, ele está com 56 anos, e teria 73 ao término de seu ostracismo.<br />Uma condenação dessas faria o regozijo de muita gente, além de Aznar e Rajoy. Entre elas, de Francisco Franco e de Augusto Pinochet. Ambos devem estar no sétimo círculo do Inferno de Dante, onde jazem os violentos, assassinos e tiranos. Segundo Neruda, a pena de Franco é a de ficar acorrentado a uma cama, sob a qual passa um rio formado pelos olhos das vítimas de sua ditadura. Podemos imaginar algo semelhante para Pinochet. Ou então ele preso, com alto-falantes colados em seus ouvidos, onde ecoam por toda a eternidade os gritos dos mortos e torturados a seu mando e desmando.<br /><br />Ah sim, também agradaria a M. Thatcher, que ainda vaga por aqui.<br /><br /><br /><var>18 de Janeiro de 2012 - 17h31 <br /></var> <h1>Patrick Fontaine: O que pensa um banqueiro francês sobre a crise?</h1><br /> <h2>O acaso me levou a sentar à mesa com um dos diretores do BNP Paribas, a maior empresa da França e, segundo a revista Forbes, a maior empresa do mundo em valor de ativos, com 2.7 trilhões de dólares em 2011.<br /><br />Por Patrick Fontaine Reis de Araújo*<br /></h2><br /> <span><br />Fui até o banco, a pedido de uma amiga, buscar alguns documentos que deveriam ser entregues no Brasil; e como voltaria ao Rio em poucos dias, poderia fazê-lo levando-os em minha bagagem de mão. Não sabia quem iria encontrar, sabia apenas que seria um funcionário do banco, que possuía relações com o Brasil e que falava português.<br /><br />Um senhor de meia idade, simpático, sorridente e com um português perfeito me recebeu e levou-me até sua sala. Serviu-me um café, abriu as janelas, que davam para o prestigioso Opéra em Paris, e sentou-se à minha frente. Estranhei a localização extremamente privilegiada do local e comecei a me perguntar o quão importante na escala hierárquica do banco seria aquele homem. Em meio a conversas introdutórias e superficiais ele soltou: “Você volta pra casa em boa hora. As coisas não vão bem por aqui”. Com ar extremamente insatisfeito e angustiado começou - e não parou tão cedo - a falar sobre a crise na zona do euro.<br /><br />Até então ele não imaginava que eu era economista, e muito menos que estudava o assunto, e continuou a tecer comentários marcantes. Para poder entender melhor o que estava acontecendo, ousei e perguntei qual era a função dele no banco. Tratava-se do diretor do departamento de empresas e instituições, que segundo ele próprio, decide a alocação de recursos em empresas de todo o mundo, inclusive na Grécia. Entendi então o porquê de tanto inconformismo. Era um dos 10 mais importantes executivos do banco e estava diretamente envolvido na tragédia greco-econômica que ocorria naquele momento. Apressei-me e comecei a tomar nota.<br /><br />Lembro-me de tê-lo ouvido dizer (e anotei em letras maiúsculas), repetidas vezes, que os 350 milhões de euros aplicados na Grécia estavam perdidos, e que sabia onde estavam: “do outro lado dos Alpes!”. O diretor fazia referência à Suíça, dando a entender que o dinheiro estava nas contas bancárias suíças de donos de empresas tomadoras de empréstimo gregas. Disse-me que havia na Grécia 5000 pessoas com renda superior a 100.000 euros mensais, e que muitas - aquelas ligadas ao setor de navegação - não pagavam um centavo de impostos. De fato o diretor tinha razão: estranhamente a legislação grega concede isenção de impostos aos proprietários de embarcações, suas famílias e seus sócios, lembrando que a Grécia é líder mundial neste setor.<br /><br />Afirmou que o BNP teria sido ‘’convidado’’ pelo governo francês a não vender nenhum dos ativos aplicados na Grécia, sob risco de agravamento da crise Acrescentou argumentando que as medidas de austeridade recentemente impostas seriam um suicídio econômico e levariam a economia grega à bancarrota, devido ao efeito negativo sobre a demanda. Com ousadia admirável, sugeriu que a dívida soberana da Grécia fosse reduzida à metade sem ônus ou imposições alguns para o Estado. Disse ainda que a crise afetava diretamente a todos no banco, inclusive os funcionários mais básicos, que recebiam em participações acionárias, as quais haviam perdido muito valor nos últimos dois anos.<br /><br />O diretor se mostrou avesso às inovações financeiras recentemente desenvolvidas, tais como os hedge funds e os credit default swaps , apesar de minorar a importância dos últimos, que segundo ele têm ‘’volume financeiro insignificante’’, ao contrário dos primeiros. Criticou a ‘’estratégia norte-americana de restrição da saída de dólares’’, afirmando que tal atitude impôs restrições ao funcionamento de bancos ingleses e franceses, levando ao abandono de certas atividades que dependiam do fluxo de dólares. <br /><br />Até aqui suas opiniões haviam sido surpreendentemente sensatas. O banqueiro se mostrou compreensivo quanto às falhas do atual sistema financeiro e reconheceu que as medidas de austeridade significariam perda de demanda, além de se mostrar simpático à possibilidade de redução da dívida grega, mesmo que isso implicasse enormes perdas para o banco que representa. No entanto, quando lhe perguntei qual teria sido a principal causa para a atual crise, as respostas foram na direção contrária.<br /><br />Para ele, um dos maiores problemas atualmente na Europa seria a ineficácia do setor público, e citou o sistema de educação francês como um exemplo de desperdício. Os 1.600.000 de empregados fariam da Éducation Nationale o terceiro maior empregador do mundo, segundo ele algo completamente fora de proporção, vistas as dimensões da França. O Estado estaria sobredimensionado, cobrando impostos em demasia para se sustentar, o que levaria empresários a se estabelecerem no exterior para contornar esses custos: ‘’A ‘’fiscalidade’’ na França se tornou insuportável! Ganho bem minha vida, mas eu e meus colegas não agüentamos mais pagar impostos.’’<br /><br />Mais uma vez o acaso me foi favorável, já que naquele momento eu estava com um dos livros que havia usado na minha dissertação na mochila: Les Dettes Illégitmes (As Dívidas Ilegítimas) de François Chesnais. Pedi permissão pra ler em voz alta um trecho que dizia que de 1986 a 2007 os impostos para as camadas mais ricas da França haviam sido reduzidos de 65% para 40%, ou seja, a tal “fiscalidade” francesa não estaria tão insuportável assim. Ele se esquivou dizendo que a redução havia sido compensada com novos impostos sobre empregadores. Seus argumentos começaram então a perder consistência, e ele mesmo percebeu isso. Passou a criticar a imigração, a ineficácia da polícia e citou Voltaire para dizer que tinha dificuldades de expor sua opinião em seu país: ‘’Quero ter o poder de poder falar!’’ Atacou também o setor privado criticando as nove semanas de férias às quais os franceses têm direito, e degringolou-se nos argumentos que se tornaram aleatórios.<br /><br />Depois de mais de uma hora conversando, sem que nenhuma de suas atribuições interrompesse nossa conversa, virou-se e disse que precisava voltar a trabalhar. Voltou a sorrir, foi novamente simpático e me desejou uma boa viagem, sem esquecer-se de me agradecer pelo favor que eu iria lhe prestar.<br /><br />O que se tira desse encontro? Aprendi como funciona a cabeça de um banqueiro; ou pelo menos a deste. Em primeiro lugar, percebe-se que ele não se sente responsável por nada do que aconteceu durante a crise. Depois, sua análise sobre fatos passados é razoavelmente esclarecida, se aproximando das análises da academia, com o porém de se isentar de toda e qualquer culpa. Algo alarmante é que o viés classista se mantém presente em seu discurso: ele se enxerga como o trabalhador vitimado da elite, pagador de impostos, enquanto o resto da sociedade é composta por preguiçosos interessados em abocanhar cargos públicos para não ter que trabalhar. Quando uma opinião vem impregnada por este viés, é difícil aproveitar qualquer argumento que seja.<br /><br />No entanto, o que mais preocupa é projetar o comportamento deste banqueiro para o futuro. O fato de ele não reconhecer sua culpa fará com que suas escolhas continuem a ser perversas para o conjunto da sociedade. Talvez ele não aplique mais em Hedge Funds, considerando o aprendizado da crise, mas o fará em um novo instrumento financeiro que o permita ter maior lucratividade com menor esforço. É precisamente essa busca irresponsável pelo lucro que gera instabilidade nas finanças globais. Lucros sucessivos e crescentes a partir de esforços minguantes são a radiografia de uma bolha; e bolhas estouram. O banqueiro não considera as conseqüências sistêmicas de suas escolhas, e nem se espera isso dele, já que sua função é defender o interesse da empresa.<br /><br />Mas durante as crises financeiras, a sociedade em conjunto é penalizada. Talvez seja a hora de começar a questionar a serventia e a coerência de um sistema bancário privado. Cada vez mais a frase do professor Robert Guttmann, da Hofstra University, me parece apropriada: “As finanças são importantes e instáveis demais para serem deixadas nas mãos dos banqueiros.” Na dos privados, pelo menos.<br /><br />*Pesquisador de Desenvolvimento Tecnológico Industrial, CNPq/UFRJ</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-11527599176895109552011-11-14T13:30:00.000-08:002012-01-07T07:20:35.592-08:00O que siginifica "democracia" mesmo?<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/9lExajmzKQc" frameborder="0" allowfullscreen></iframe><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNjCnKAoVaTkRSyvuD4fTMg3v-YTEAoWjtJixalVIOKwFi7mRzLhTFWM37rv6K-q8MbdmmClPKy-C3Ady2EpevRvFLtIjNu8VnEZoPAH6zXiFRlJ7uMPyhxdC7thQcgn7pj3RO26t3nKlF/s1600/protestoGrecia.JPG" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNjCnKAoVaTkRSyvuD4fTMg3v-YTEAoWjtJixalVIOKwFi7mRzLhTFWM37rv6K-q8MbdmmClPKy-C3Ady2EpevRvFLtIjNu8VnEZoPAH6zXiFRlJ7uMPyhxdC7thQcgn7pj3RO26t3nKlF/s320/protestoGrecia.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5674972559134785346" border="0" /></a><br />Por incansáveis meses a população grega protestou. Foram organizadas greves gerais que pararam o país, multidões enfurecidas gritaram diante dos prédios do governo até perderem a voz, mas nunca, em momento algum, se colocou em dúvida a permanência do primeiro ministro grego. Bastou, porém, ele sugerir uma consulta popular sobre o plano de austeridade imposta pelos bancos que em menos de uma semana ele estava fora do poder e substituído por um tecnocrata da predileção do poder financeiro. Fica a pergunta: Afinal de contas quem escolhe os governos, o povo ou os bancos?<br /><br />O artigo abaixo faz o alerta: A democracia está em perigo.<br /><br />Paz<br />Alexei<br /><br /><br /><h1>"A democracia está desaparecendo na Europa"</h1> <h2>Na Grécia e na Itália, os líderes políticos foram substituídos por representantes dos bancos. A democracia européia se converteu em uma democracia de banqueiros. O medo das urnas leva os "mercados" a colocar marionetes dos bancos à frente do Estado. Nunca como agora a ditadura dos mercados havia forçado o destino dos povos. Para o deputado e economista alemão Michael Schlecht, do partido Die Linke, a democracia está se evaporando no Velho Continente.</h2> <p class="headline-link">Eduardo Febbro - Página/12</p> <p class="texto">Cai o primeiro ministro grego Yorgos Papandreu, substituído por um emissário do sistema bancário. Cai o Presidente do Conselho Italiano, Silvio Berlusconi, substituído por outro tecnocrata interlocutor do sistema financeiro. A crise da dívida cobrou mais do que estas duas vítimas: na Espanha modificou a agenda eleitoral, em Portugal os partidos implementaram reformas ditadas pelo Fundo Monetário Internacional e pelo Banco Central Europeu, na Irlanda o desastre conduziu ao mesmo beco sem saída.<br /><br />A democracia européia se converteu em uma democracia de banqueiros. A vontade das maiorias foi substituída por dirigentes saídos do coração dos bancos e que jamais se expuseram ao voto nem conquistaram nunca um mandato eletivo. O medo das urnas, ou seja, que o eleitorado rejeite os ajustes e a guilhotina social, conduz a colocar marionetes dos bancos à frente do Estado. Nunca como agora a ditadura dos mercados havia forçado o destino dos povos. As agências de qualificação desfazem as maiorias eleitas e as substituem por representantes da racionalidade financeira, as contas sem déficits e artesãos da decapitação social.<br /><br />A democracia européia afunda nos braços das finanças. O continente da liberdade se transformou em continente Wall Street. Gestores das finanças e dos bancos, sem a menor legitimidade democrática, chegam ao poder com o pôquer dos ajustes. O deputado e economista alemão Michael Schlecht, responsável pelo bloco parlamentar do partido <i>Die Linke</i> (A Esquerda) analisa nesta entrevista o transtorno das democracias européias e denuncia o papel que desempenhou o capitalismo alemão nesta mega crise. Para Michael Schlecht, a democracia está se evaporando do Velho Continente.<br /><br /><b><i>- A democracia Européia está sendo construída pelos bancos, não pelos eleitores que decidem por uma maioria. Para além do que pensemos deles, Papandreu e Berlusconi são as vítimas mais recentes desta nova doutrina.</i></b><br /><br />- A resposta é muito simples. A democracia está desaparecendo dia após dia na Europa. Por exemplo, quando no dia cinco de junho passado se organizaram as eleições em Portugal, a Troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu, União Européia) pediu aos dois partidos políticos portugueses que tinham chances de ganhar as eleições que assinassem um acordo diante do qual se comprometiam em implementar as condições impostas pela Troika. Agora isso aconteceu com a Grécia e é a vez da Itália. Por conseguinte, pode-se dizer que os portugueses não tiveram eleições verdadeiramente livres. Foi usada uma arma contra eles. Na realidade, com esta política européia, a Alemanha está defendendo com unhas e dentes os interesses financeiros, os interesses do mercado. O governo de Angela Merkel tem uma atitude muito agressiva neste ponto. É uma agressão sem tanques. Mas o resultado é o mesmo.<br /><br /><b><i>-Isso equivale dizer que a Alemanha é hoje a grande polícia financeira da Europa. A Alemanha, junto com a França, foi a vanguarda da substituição de poderes surgidos das urnas por tecnocratas teleguiados pelos bancos. </i></b><br /><br />- O que a Alemanha está fazendo é dando seu acordo ao que está ocorrendo. A Alemanha está preparando o terreno porque tem um excedente de exportações muito maior que suas importações. Nos últimos dez anos o excedente alemão alcançou um trilhão de euros. Por outro lado, este excedente gigantesco acarreta uma contrapartida da outra parte: faz com que a dívida cresça nos países importadores. Cerca de 50 ou 60% da dívida criada por esta política alemã aparece nas contas dos demais países da Europa. Todos falam da dívida na Europa, mas ninguém diz nada sobre o país que ganha muito com esta dívida. E este país é a Alemanha. A dívida dos países europeus é o resultado da política alemã no Velho Continente.<br /><br />O núcleo desta política é o dumping dos salários. Nos últimos dez anos tivemos um dumping salarial que chega a 5%, e isso sem considerar a inflação. Nenhum outro país da Europa conhece uma situação semelhante derivada do dumping salarial. Esta política de dumping equivale a colocar uma metralhadora nas mãos dos capitalistas alemães. É uma arma muito destrutiva. No século passado, a Europa estava arrasada pelos tanques alemães. Agora está arrasada pela política de Angela Merkel.<br /><br /><i><b>- A desaparição da democracia na Europa é um fato considerável. O Velho Continente é o berço da democracia. É um péssimo exemplo para o mundo. Por acaso não é o fim do poder e dos valores da Europa sobre o resto do planeta? </b></i><br /><br />-Veremos o que nos diz o futuro. Acho que no próximo ano os povos da Europa podem lutar e levantar-se em defensa dos interesses da democracia e contra os mercados financeiros. Aí teremos uma possibilidade de restabelecer a democracia na Europa. Esta é a luta da esquerda alemã neste momento.<br /><br /><i><b>-Você acha realmente que haverá um povo mais forte disposto a encarar a luta? Por acaso não é tarde demais, por acaso a ideologia do consumo não adormeceu as consciências? </b></i><br /><br />- Acho que sob as condições que existem hoje podemos ver o surgimento de movimentos sociais fortes, como aconteceu na Grécia. A situação que encontramos na Alemanha incita a isso. A história está aberta para que os povos a escrevam.<br /><br /><i><b>- Que aconteceu à social-democracia europeia? Embora seu inimigo ideológico, o ultraliberalismo, tenha cometido todos os erros possíveis e tenha afundado o planeta, o discurso da socialdemocracia não tem liga, não gera confiança. É uma crise da socialdemocracia ou uma crise do eleitorado? </b></i><br /><br />- As duas coisas. Estou convencido de que dentro de um futuro imediato teremos uma explosão na zona do euro. Temos que escrever nos livros de história que os socialdemocratas alemães, junto ao partido verde, foram o poder político que gerou as medidas que conduzem ao fim do euro. Os socialdemocratas e os verdes iniciaram o dumping salarial. Essa política é a responsável pelo que acontece hoje. Reconheço o drama total que há neste momento na Europa por culpa desta situação. Durante muitos, muitos anos, foi necessário que na Europa Central houvesse guerras e morte. Depois de 1945 e pela primeira vez na história, tivemos 70 anos de paz, o que é totalmente anormal. A paz neste continente é una anomalia.<br /><br />Se olharmos a história da Europa notaremos que nunca antes tivemos 70 anos de paz seguidos. Agora, esta paz é o resultado dos intercâmbios de idéias e de mercadorias que se levou a cabo sob o abrigo da construção européia. Mas se este abrigo se esfacela e cai sobre a cabeça dos povos a situação se torna muito inquietante, perigosa. Talvez voltemos à mesma situação. Vamos tratar de melhorar o movimento de esquerda sob estas novas condições, vamos explicar melhor nossa política para ganhar a batalha.<br /><br /><i>Tradução: Libório Junior</i></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-13409119875103580892011-11-08T13:00:00.000-08:002011-11-14T14:07:53.840-08:00A verdade sobre a mentira<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHoWCTKjLrKtO2fnoDSbeDoXX_L23sWDcHOiM2AdKjiGdcli0Jujgtqajmy48apnz4m1VGR374mTdQfiXcw0yuQNlrXGiY7zvrhbXPoJUljIj9OrcYhyGIzt8bYu-hxQZv8bwBB8B5vFOk/s1600/netanyahu-sarkozy-obama1.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 180px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHoWCTKjLrKtO2fnoDSbeDoXX_L23sWDcHOiM2AdKjiGdcli0Jujgtqajmy48apnz4m1VGR374mTdQfiXcw0yuQNlrXGiY7zvrhbXPoJUljIj9OrcYhyGIzt8bYu-hxQZv8bwBB8B5vFOk/s320/netanyahu-sarkozy-obama1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5672736500201186770" border="0" /></a><br /><span style="font-style: italic;">Enquanto a ONU segue seu trajeto vergonhoso de submissão e manipulação sob a pseudo-liderança do fraquíssimo Ban Ki Moon, preparando caminho para um eventual ataque ao Irã (hoje um relatório sobre a pesquisa nuclear iraniana bateu os tambores da guerra como poucas vezes na história do organismo), a verdade (bendita verdade) segue escapando pelas frestas. Os poderosos continuam achando que o povo é burro, mas logo logo veremos quem é realmente o burro nessa história.</span> <span style="font-style: italic;"><br /><br /><br />A reportagem abaixo é didática sobre o mundo em que vivemos. Por uma semana a mídia conseguiu esconder estes fatos que já eram de seu conhecimento. Graças à internet acabaram vazando. Em outras épocas teriam conseguido esconder estes fatos para sempre.</span><br /><br /><span style="font-style: italic;"><br />Paz</span> <span style="font-style: italic;"><br />Alexei<br /><br /></span><br /><span style="font-weight: bold; font-style: italic;">Da </span><a style="font-weight: bold; font-style: italic;" href="http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE7A70GK20111108" target="_blank">Reuters</a><span style="font-weight: bold; font-style: italic;">, agora há pouco: </span><p style="font-weight: bold; font-style: italic;"><em>” O presidente francês, Nicolas Sarkozy, chamou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de “mentiroso” em uma conversa particular com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que foi acidentalmente transmitida a jornalistas durante a cúpula da semana passada do G20 em Cannes.</em></p><span style="font-weight: bold; font-style: italic;"> </span><p style="font-weight: bold; font-style: italic;"><em>“Eu não suporto o Netanyahu, ele é um mentiroso”, disse Sarkozy a Obama, sem saber que os microfones em sua sala de reunião haviam sido ligados, permitindo a repórteres em um local separado escutar por meio de tradução simultânea.</em></p><span style="font-weight: bold; font-style: italic;"> </span><p style="font-weight: bold; font-style: italic;"><em>“Você está de saco cheio dele, mas eu tenho que lidar com ele com mais freqüência do que você”, respondeu Obama, de acordo com um intérprete francês.</em></p><span style="font-weight: bold; font-style: italic;"> </span><p style="font-weight: bold; font-style: italic;"><em>A gafe técnica pode causar grande embaraço para os três líderes à medida que eles procuram trabalhar em conjunto para intensificar a pressão internacional sobre o Irã por causa de suas ambições nucleares.</em></p><span style="font-weight: bold; font-style: italic;"> </span><p style="font-weight: bold; font-style: italic;"><em>A conversa não foi inicialmente divulgada pelo pequeno grupo de jornalistas que a ouviu porque ela foi considerada privada e confidencial. Mas os comentários surgiram depois em sites franceses e podem ser confirmados pela Reuters.</em></p><span style="font-weight: bold; font-style: italic;"> </span><p style="font-weight: bold; font-style: italic;"><em>O aparente fracasso de Obama em defender Netanyahu deve ser aproveitado pelos adversários republicanos, que estão de olho em derrotá-lo na eleição presidencial do próximo ano e já o retrataram como sendo hostil a Israel, o principal aliado de Washington na região.</em></p><span style="font-weight: bold; font-style: italic;"> </span><p style="font-weight: bold; font-style: italic;"><em>O gabinete de Netanyahu não comentou o assunto.”</em></p> <em></em>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-19929453566701733562011-10-29T17:08:00.000-07:002011-10-29T17:33:23.378-07:00Os bancos que governam o planeta<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYAbjImcn18DLx3cvsT-6FSYKV3yXFPRDDjhL5X5uhF3J814u1V0NUI9v1yzvSuKTa3SdFJ6tIFA_vfFEVNagt_XUmnfRqaB0DiexC4HIMAONBE9H6UVyf5NueRnq9IwlA_e7UjqVMv9L5/s1600/graph-theory.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 255px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYAbjImcn18DLx3cvsT-6FSYKV3yXFPRDDjhL5X5uhF3J814u1V0NUI9v1yzvSuKTa3SdFJ6tIFA_vfFEVNagt_XUmnfRqaB0DiexC4HIMAONBE9H6UVyf5NueRnq9IwlA_e7UjqVMv9L5/s320/graph-theory.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5669076599759852002" border="0" /></a><h1>Matemáticos revelam rede capitalista que domina o mundo</h1> <h2>Uma análise das relações entre 43.000 empresas transnacionais concluiu que um pequeno número delas - sobretudo bancos - tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global. A conclusão é de três pesquisadores da área de sistemas complexos do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça. Este é o primeiro estudo que vai além das ideologias e identifica empiricamente essa rede de poder global. </h2> <p class="headline-link">New Scientist </p> <p class="texto"><i>Nota introdutória publicada por <a href="http://dowbor.org/ar.asp" target="_blank">Ladislau Dowbor</a> em sua página:</i><br /><br /><b>The Network of Global Corporate Control - S. Vitali, J. Glattfelder eS. Battistoni - Sept. 2011</b><br /><br /><i>Um estudo de grande importância, mostra pela primeira vez de forma tão abrangente como se estrutura o poder global das empresas transnacionais. Frente à crise mundial, este trabalho constitui uma grande ajuda, pois mostra a densidade das participações cruzadas entre as empresas, que permite que um núcleo muito pequeno (na ordem de centenas) exerça imenso controle. Por outro lado, os interesses estão tão entrelaçados que os desequilíbrios se propagam instantaneamente, representando risco sistêmico.<br /><br />Fica assim claro como se propagou (efeito dominó) a crise financeira, já que a maioria destas mega-empresas está na área da intermediação financeira. A visão do poder político das ETN (Empresas Trans-Nacionais) adquire também uma base muito mais firme, ao se constatar que na cadeia de empresas que controlam empresas que por sua vez controlam outras empresas, o que todos "sentimos" ao ver os comportamentos da mega-empresas torna-se cientificamente evidente. O artigo tem 9 páginas, e 25 de anexos metodológicos. Está <a href="http://arxiv.org/PS_cache/arxiv/pdf/1107/1107.5728v2.pdf" target="_blank">disponível online gratuitamente</a>, no sistemaarxiv.org<br /><br />Um excelente pequeno resumo das principais implicações pode ser encontrado no New Scientist de 22/10/2011 (e está publicado a seguir).</i><br /><br /><i>(*) O gráfico em forma de globo mostra as interconexões entre o grupo de 1.318 empresas transnacionais que formam o núcleo da economia mundial. O tamanho de cada ponto representa o tamanho da receita de cada uma</i><br /><br /><b>A rede capitalista que domina o mundo</b><br />Conforme os protestos contra o capitalismo se espalham pelo mundo, os manifestantes vão ganhando novos argumentos.<br /><br />Uma análise das relações entre 43.000 empresas transnacionais concluiu que um pequeno número delas - sobretudo bancos - tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global.<br /><br />A conclusão é de três pesquisadores da área de sistemas complexos do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça<br /><br />Este é o primeiro estudo que vai além das ideologias e identifica empiricamente essa rede de poder global.<br /><br />"A realidade é complexa demais, nós temos que ir além dos dogmas, sejam eles das teorias da conspiração ou do livre mercado," afirmou James Glattfelder, um dos autores do trabalho. "Nossa análise é baseada na realidade."<br /><br /><b>Rede de controle econômico mundial</b><br />A análise usa a mesma matemática empregada há décadas para criar modelos dos sistemas naturais e para a construção de simuladores dos mais diversos tipos. Agora ela foi usada para estudar dados corporativos disponíveis mundialmente.<br /><br />O resultado é um mapa que traça a rede de controle entre as grandes empresas transnacionais em nível global.<br /><br />Estudos anteriores já haviam identificado que algumas poucas empresas controlam grandes porções da economia, mas esses estudos incluíam um número limitado de empresas e não levavam em conta os controles indiretos de propriedade, não podendo, portanto, ser usados para dizer como a rede de controle econômico poderia afetar a economia mundial - tornando-a mais ou menos instável, por exemplo.<br /><br />O novo estudo pode falar sobre isso com a autoridade de quem analisou uma base de dados com 37 milhões de empresas e investidores.<br /><br />A análise identificou 43.060 grandes empresas transnacionais e traçou as conexões de controle acionário entre elas, construindo um modelo de poder econômico em escala mundial.<br /><br /><b>Poder econômico mundial</b><br />Refinando ainda mais os dados, o modelo final revelou um núcleo central de 1.318 grandes empresas com laços com duas ou mais outras empresas - na média, cada uma delas tem 20 conexões com outras empresas.<br /><br />Mais do que isso, embora este núcleo central de poder econômico concentre apenas 20% das receitas globais de venda, as 1.318 empresas em conjunto detêm a maioria das ações das principais empresas do mundo - as chamadas blue chips nos mercados de ações.<br /><br />Em outras palavras, elas detêm um controle sobre a economia real que atinge 60% de todas as vendas realizadas no mundo todo.<br /><br />E isso não é tudo.<br /><br /><b>Super-entidade econômica</b><br />Quando os cientistas desfizeram o emaranhado dessa rede de propriedades cruzadas, eles identificaram uma "super-entidade" de 147 empresas intimamente inter-relacionadas que controla 40% da riqueza total daquele primeiro núcleo central de 1.318 empresas.<br /><br />"Na verdade, menos de 1% das companhias controla 40% da rede inteira," diz Glattfelder.<br /><br />E a maioria delas são bancos.<br /><br />Os pesquisadores afirmam em seu estudo que a concentração de poder em si não é boa e nem ruim, mas essa interconexão pode ser.<br /><br />Como o mundo viu durante a crise de 2008, essas redes são muito instáveis: basta que um dos nós tenha um problema sério para que o problema se propague automaticamente por toda a rede, levando consigo a economia mundial como um todo.<br /><br />Eles ponderam, contudo, que essa super-entidade pode não ser o resultado de uma conspiração - 147 empresas seria um número grande demais para sustentar um conluio qualquer.<br /><br />A questão real, colocam eles, é saber se esse núcleo global de poder econômico pode exercer um poder político centralizado intencionalmente.<br /><br />Eles suspeitam que as empresas podem até competir entre si no mercado, mas agem em conjunto no interesse comum - e um dos maiores interesses seria resistir a mudanças na própria rede.<br /><br />As 50 primeiras das 147 empresas transnacionais super conectadas<br /><br /><i>Barclays plc<br />Capital Group Companies Inc<br />FMR Corporation<br />AXA<br />State Street Corporation<br />JP Morgan Chase & Co<br />Legal & General Group plc<br />Vanguard Group Inc<br />UBS AG<br />Merrill Lynch & Co Inc<br />Wellington Management Co LLP<br />Deutsche Bank AG<br />Franklin Resources Inc<br />Credit Suisse Group<br />Walton Enterprises LLC<br />Bank of New York Mellon Corp<br />Natixis<br />Goldman Sachs Group Inc<br />T Rowe Price Group Inc<br />Legg Mason Inc<br />Morgan Stanley<br />Mitsubishi UFJ Financial Group Inc<br />Northern Trust Corporation<br />Société Générale<br />Bank of America Corporation<br />Lloyds TSB Group plc<br />Invesco plc<br />Allianz SE 29. TIAA<br />Old Mutual Public Limited Company<br />Aviva plc<br />Schroders plc<br />Dodge & Cox<br />Lehman Brothers Holdings Inc*<br />Sun Life Financial Inc<br />Standard Life plc<br />CNCE<br />Nomura Holdings Inc<br />The Depository Trust Company<br />Massachusetts Mutual Life Insurance<br />ING Groep NV<br />Brandes Investment Partners LP<br />Unicredito Italiano SPA<br />Deposit Insurance Corporation of Japan<br />Vereniging Aegon<br />BNP Paribas<br />Affiliated Managers Group Inc<br />Resona Holdings Inc<br />Capital Group International Inc<br />China Petrochemical Group Company </i></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-48708210718575065162011-10-13T20:29:00.001-07:002011-10-13T20:43:39.323-07:00Plebiscito no Chile pede Educação Pública<span style="font-style: italic;">Enquanto isso... no chile a população dá seu apoio à educação pública nas ruas e praças, pacificamente e incansável. O país está mobilizado em defesa da escola popular, igualitária, justa, gratuita, progressista, agregadora, inclusiva e livre das garras do lucro.<br /><br />Que os ouvidos se abram para sua voz estudantil. Viva Chile.</span><br /><br /><span style="font-style: italic;">Paz</span><br /><span style="font-style: italic;">Alexei</span><br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpyxLw1OzZx_NLXEoEqkmuHRINl3K_HIXvT0qYzWvKTd7GGPQZ-9QntAUkVCmH5uKDnjNxM7Gb18ywLwIcViXqPWBTHemgVW3M7aw6tRom5awDXhbVi77xpzMtYceBdu4lE5Wem-e2JMXy/s1600/protesta-chile-educacion_0.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 213px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpyxLw1OzZx_NLXEoEqkmuHRINl3K_HIXvT0qYzWvKTd7GGPQZ-9QntAUkVCmH5uKDnjNxM7Gb18ywLwIcViXqPWBTHemgVW3M7aw6tRom5awDXhbVi77xpzMtYceBdu4lE5Wem-e2JMXy/s320/protesta-chile-educacion_0.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5663186674250907474" border="0" /></a><span style="font-size:180%;">Chile: mais de 87% votam por educação gratuita e de qualidade</span><br />Cerca de 87% dos votantes no referendo educacional votaram pelo “sim” nas quatro perguntas formuladas no sufrágio, que consultaram a população sobre se ela estava de acordo com um ensino público gratuito e de qualidade, sobre o fim do lucro na educação, o retorno da educação para as mãos do Estado e a incorporação do plebiscito vinculante como mecanismo para resolver problemas de caráter nacional. A reportagem é de Christian Palma.<br /><br />Christian Palma - Correspondente da Carta Maior em Santiago do Chile<br /><br />Mesmo com o governo afirmando que o plebiscito cidadão pela educação não tinha validade, os chilenos participaram em massa da consulta. Na noite de quarta-feira, foi anunciado o resultado: 87% dos votantes no referendo educacional votaram pelo “sim” nas quatro perguntas formuladas no sufrágio, que consultavam a população sobre ela estava de acordo com um ensino público gratuito e de qualidade e se estavam a favor da desmunicipalização da educação secundária pública, ou seja, de seu retorno às mãos do governo federal. As outras perguntas eram sobre a eliminação do lucro na educação e sobre a necessidade de incorporar o plebiscito vinculante como mecanismo para resolver problemas de caráter nacional.<br /><br />Após anunciar o resultado do plebiscito, o presidente do Colégio dos Professores, Jaime Gajardo, detalhou que 1.027.569,00 pessoas votaram nas mesas e outros 394.873 o fizeram pela internet, enquanto que 30 mil foram desconsiderados por serem votos repetidos. “Quanto às porcentagens, 87,15% votaram pelo Sim e 11,2% pelo Não”, precisou Gajardo, que destacou a participação na Região Metropolitana, onde votaram 530.811 pessoas; Puerto Montt, com 60.165 votantes; Valparaíso, 101.138; Concepción, 115.080 votos; Iquique, 15.384 e Magallanes, 6.298 pessoas.<br /><br />O dirigente acrescentou que, agora, todas as atas serão reunidas, região por região, e serão organizadas no Colégio de Professores para quem quiser ver e consultar os resultados. “Foi feito um trabalho profissional de primeiro nível. Segundo os especialistas, se há algum erro ele é marginal, não mais do que 2%. O importante foi a quantidade de pessoas que participou e a tendência majoritária, contundente, inclinada e muito precisa, dizendo Sim a que haja no país uma educação gratuita; queremos que a educação não sirva para gerar lucros; queremos que haja um plebiscito vinculante para resolver esses grandes temas”, defendeu Gajardo.<br /><br />Neste cenário, o Colégio de Professores e os estudantes confirmaram uma nova mobilização nacional para os próximos dias 18 e 19 de outubro, na qual se pretende marchar desde quatro pontos distintos de Santiago até a Praça Itália, lugar tradicional de manifestações na capital chilena. O governo chileno afirmou que não autorizará novas marchas, em uma clara tentativa de relacionar as manifestações com os fatos de violência protagonizados por jovens encapuzados que não estão relacionados diretamente com o movimento estudantil. Seja como for, os estudantes chilenos já disseram que não ficarão de braços cruzados.<br /><br />Neste cenário, a porta-voz da Confederação de Estudantes do Chile (Confech), Camila Vallejo, assinalou que a jornada de 18 de outubro será preparatória para a grande marcha do dia 19. Começará às 11 horas da manhã quando uma delegação irá ao Palácio La Moneda para entregar os resultados oficiais do plebiscito. Neste mesmo dia, às 21 horas, haverá um novo panelaço e ocorrerão assembleias locais em todo o país para seguir lutando por uma melhor educação.<br /><br />No dia 19, a marcha deve iniciar às 10 horas da manhã, a partir de quatro pontos distintos da Região Metropolitana. “Conversaremos outra vez com a Prefeitura e pediremos que não tentem esconder o movimento”, disse Camila Vallejo. A dirigente estudantil, avaliada como uma das três figuras políticas com mais futuro no país, respondeu ao ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter, que chamou os parlamentares para aprovar o projeto de lei denominado “anti-ocupações” – que pretende penalizar as ocupações de colégios e universidades – dizendo que “não aceitaremos que nosso país seja governado por saqueadores, nem que as ruas sejam tomadas por eles”. A resposta de Camila foi curta e grossa: “os saqueadores já estão governando o país”.<br /><br />“O ministro (Hinzpeter) está equivocado porque os grandes saqueadores estão governando o país, são os mais ricos. Precisamos que os verdadeiros saqueadores paguem a educação para os mais pobres”. Ela acrescentou que “o movimento estudantil está em sua plena primavera”, reafirmando o chamado à manutenção da mobilização.<br /><br />“Este movimento segue vivo e com força, segue sendo capaz de mobilizar-se e manter-se firme neste processo, porque nada foi solucionado. O governo não colocou nenhuma solução sobre a mesa, mas somente mais do mesmo, mais modelo mercantil na educação, com mais recursos, mas aprofundando o modelo que segmenta e segrega”, acrescentou Camila Vallejo.<br /><br />Tradução: Katarina PeixotoUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-55909558671381331512011-09-30T22:03:00.000-07:002011-09-30T22:10:52.464-07:00Enquanto isso, na "Rua Muro"Protestos vem sendo realizados há dias na frente de Wall Street... e a imprensa comercial continua olhando para o outro lado.<br /><br />Paz<br />Alexei<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjtVcUc1r1EQb4IA2VjPmID2FoiiacTCapOxxz9p0fY8WdEseYRd4JtKH0r8XHExJZAOFJj-guKihIHiHDVqw_U1LdGq4CMzVLizSQstYN2ZumLYWpBqejY_T_AmLQZ2I6C5Ysx5AHpXrd/s1600/foto_mat_30473.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 203px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjtVcUc1r1EQb4IA2VjPmID2FoiiacTCapOxxz9p0fY8WdEseYRd4JtKH0r8XHExJZAOFJj-guKihIHiHDVqw_U1LdGq4CMzVLizSQstYN2ZumLYWpBqejY_T_AmLQZ2I6C5Ysx5AHpXrd/s320/foto_mat_30473.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5658385873779107842" border="0" /></a><br /><h1>Os 99% que ocuparam Wall Street </h1> <h2>Duas mil pessoas ocuparam Wall Street no dia 17 de setembro. A sua mensagem era clara: “Somos os 99% da população que não toleram mais a ganância e a corrupção do 1% restante”. Se dois mil ativistas do movimento conservador Tea party se manifestassem em Wall Street, provavelmente haveria a mesma quantidade de jornalistas cobrindo o acontecimento. Mas o interesse da mídia em divulgar protestos contra Wall Street parece ser bem menor. O artigo é de Amy Goodman.</h2> <p class="headline-link">Amy Goodman - Democracy Now</p> Se dois mil ativistas do movimento conservador Tea party se manifestassem em Wall Street, provavelmente haveria a mesma quantidade de jornalistas a cobrir o acontecimento. Duas mil pessoas ocuparam de fato Wall Street no dia 17 de setembro. Não levavam cartazes do Tea party, nem a bandeira de Gadsden com a serpente em espiral juntamente com a ameaça “Não te metas comigo”. Mas a sua mensagem era clara: “Somos os 99% da população que não toleram mais a ganância e a corrupção do 1% restante”, diziam. Ali estava uma maioria de jovens a protestar contra a especulação praticamente incontrolável de Wall Street, que provocou a crise financeira mundial.<br /><br />Um dos multimilionários mais conhecidos de Nova York, o presidente da Câmara, Michael Bloomberg, comentou sobre o momento que vivemos: “Muitos jovens saem da universidade e não encontram trabalho. Foi isso que aconteceu no Cairo e em Madri. Não queremos este tipo de distúrbios aqui”. Distúrbios? A Primavera Árabe e os protestos na Europa trataram-se disso?<br /><br />É provável que, para desilusão do presidente da Câmara Bloomberg, o que aconteceu no Egito e na Europa seja justamente o que inspirou muitas pessoas a ocupar Wall Street. Em comunicado recente, a coligação de organizações que protestam em Nova York informou: “No sábado, realizámos uma assembleia geral com duas mil pessoas. Na segunda-feira, às 20h, ainda estávamos ocupando a praça, apesar da constante presença policial. Estamos construindo o mundo que queremos, tomando por base as necessidades humanas e a sustentabilidade, no lugar da ganância das empresas”.<br /><br />Falando de Tea Party, o governador do Texas, Rick Perry, tem provocado polêmica durante os debates presidenciais republicanos com a sua declaração de que o elogiado sistema de segurança social dos Estados Unidos é “um esquema do tipo Ponzi”. Charles Ponzi dedicou-se a fraudar milhares de pessoas em 1920 com a promessa enganosa de que receberiam enormes ganhos a partir de investimentos. Um típico esquema Ponzi consiste em tomar o dinheiro de vários investidores e pagá-los com o dinheiro de novos investidores, em vez de pagar a partir de ganhos reais. O sistema de segurança social dos Estados Unidos é de fato sério: tem um fundo confiável de mais de 2,6 mil milhões de dólares. O verdadeiro esquema que ameaça o povo norte-americano é a insaciável ganância dos bancos de Wall Street.<br /><br />Entrevistei um dos organizadores do protesto “Ocupemos Wall Street”. David Graeber é professor em Goldsmiths, Universidade de Londres, e é autor de vários livros. A sua obra mais recente é "Dívida: os primeiros 5.000 anos". Graeber assinala que, no meio da crise financeira de 2008, renegociaram-se dívidas enormes de bancos. No entanto, pouquíssimas hipotecas receberam o mesmo tratamento. Graeber disse: “As dívidas entre os mais ricos ou entre governos podem sempre ser renegociadas e, de fato, sempre foi assim na história mundial. Não estão gravadas em pedras. Em termos gerais, quando os pobres têm dívidas com os ricos, automaticamente as dívidas convertem-se numa obrigação sagrada, mais importante do que qualquer outra coisa. A ideia de renegociá-las é impensável”.<br /><br />O presidente Barack Obama propôs recentemente um plano de criação de emprego e maiores esforços para reduzir o défice público. Uma das propostas é o chamado “imposto sobre os milionários”, que conta com o apoio do multimilionário e partidário de Obama Warren Buffet. Os republicanos denominaram o imposto de “guerra de classes”.<br /><br />Graeber explica: “Durante os últimos 30 anos vimos os mais ricos da nossa sociedade liderarem uma guerra política contra todos os demais, e esta é considerada a mais recente disputa, uma medida totalmente disfuncional do ponto de vista político e económico. Esse é o motivo pelo qual os jovens simplesmente abandonaram qualquer ideia de recorrer aos políticos. Todos sabemos o que acontecerá. Os impostos de Obama são uma espécie de simulação com carácter populista, que todos sabem que será rechaçado. Na realidade, o que provavelmente vai acontecer é que haverá mais cortes nos serviços sociais”.<br /><br />Lá fora, na manhã fria de quarta-feira, os manifestantes iniciaram o quarto dia de protestos com uma marcha no meio de forte presença policial. Fizeram soar a campainha de abertura da “bolsa do povo” às 9h30, exactamente na mesma hora em que soa a campainha da Bolsa de Nova York. Enquanto os banqueiros continuam seguros dentro dos seus bancos resgatados, lá fora, a polícia prende manifestantes. Num mundo justo, com uma economia justa, caberia perguntar: quem deveria estar passando frio lá fora? Quem deveria ser preso?<br /><br /><i>(*) Artigo publicado em "Democracy Now" em 22 de Setembro de 2011. Denis Moynihan colaborou na produção jornalística desta coluna. Texto em inglês traduzido por Mercedes Camps para espanhol. Texto em espanhol traduzido para o português por Rafael Cavalcanti Barreto, e revisto por Bruno Lima Rocha para Estratégia & Análise<br /><br /><br /></i><h1 style="color: rgb(204, 153, 51);">Ocupar Wall Street: o que todos querem saber sobre o movimento</h1> <h2>É um coletivo de ativistas, sindicalistas, artistas, estudantes, que se reunira antes na campanha “New Yorkers Against Budget Cuts” [Novaiorquinos contra os cortes no orçamento]. Para muitos norte-americanos, essa ação direta não violenta é a única oportunidade que resta para que tenha alguma voz política. E isso tem de ser levado a sério pelos que ganham a vida na imprensa-empresa. Em artigo sob a forma de uma entrevista, ativista do movimento diz a que ele veio.</h2> <p class="headline-link">Nathan Schneider - The Nation</p> <p class="texto"><b>PERGUNTA</b>: <i>Ouvi dizer que o grupo Adbusters organizou o movimento Occupy Wall Street? Ou os Anonymous? Ou US Day of Rage? Afinal, quem juntou todo mundo lá?</i><br /><br /><b>RESPOSTA</b>: Todos esses grupos participaram. Adbusters fez a convocação inicial em meados de julho, e produziu um cartaz muito sexy, com uma bailarina fazendo uma pirueta no lombo da estátua do Grande Touro [ing. Charging Bull], com a polícia antitumultos no fundo. O grupo US Day of Rage, criação da estrategista de Tecnologias da Informação, TI [ing. Information Technologies, IT] Alexa O'Brien, que existe quase exclusivamente na Internet, também se envolveu e fez quase todo o trabalho inicial de encontros e pelo Tweeter. O grupo Anonymous – com suas múltiplas, incontáveis e multiformes máscaras – agregou-se no final de agosto. Mas em campo, em New York, quase todo o planejamento foi feito pelo pessoal envolvido na Assembleia Geral de NYC.<br /><br />É um coletivo de ativistas, artistas, estudantes, que se reunira antes na campanha “New Yorkers Against Budget Cuts” [Novaiorquinos contra os cortes no orçamento]. Essa coalizão de estudantes e sindicalistas acabou de levantar a ocupação de três semanas perto do City Hall, que recebeu o nome de Bloombergville, na qual protestaram contra os planos do prefeito, de demissões e cortes no orçamento da cidade. Aprenderam muito naquela experiência e estavam ansiosos para repetir a dose, dessa vez em movimento mais ambicioso, aspirando a ter mais impacto. Mas, de fato, não há ninguém, nem grupo nem pessoa, comandando toda a ocupação de Wall Street.<br /><br /><b>PERGUNTA</b>: <i>Ninguém manda? Ninguém é responsável? Como se tomam as decisões?</i><br /><br /><b>RESPOSTA:</b> A própria Assembleia Geral tomou as decisões para a ocupação na Liberty Plaza, apenas alguns quarteirões ao norte de Wall Street. (Ali ficava o Parque Zuccotti, antes de 2006, quando o espaço foi reconstruído pelos proprietários da área, Brookfield Properties, que lhe deram o nome do presidente da empresa, John Zuccotti.) Agora, lá vai; vai soar como jargão. A Assembleia Geral é um coletivo horizontal, anônimo, sem chefia, sistema de consenso autogerido com raízes no pensamento anarquista,muito semelhante às assembleias que têm conduzido vários movimentos sociais em todo o mundo (na Argentina, na Praça Tahrir no Cairo, na Puerta Del Sol em Madrid e em outros pontos). Não é simples trabalhar para gerar consensos novos. É difícil, frustrante e lento. Mas os ocupantes estão usando o tempo e trabalhando sem parar. Quando chegam a algum consenso, o que muitas vezes exige dias e dias de discussões e de tentativas, a sensação de alegria é quase indescritível e inacreditável. Ouvem-se os gritos de alegria por toda a praça. É experiência difícil de descrever, ver-se ali, cercado de centenas de pessoas apaixonadas, empenhadas, rebeladas, criativas e todos em perfeito acordo sobre alguma coisa.<br /><br />Por sorte, não é preciso discutir tudo nem é indispensável haver perfeito consenso sobre tudo. Há vários (e o número deles aumenta sempre) comissões e grupos de trabalho que assessoram a Assembleia Geral – de comissão de Comida e Imprensa, a grupos de ação direta, segurança e limpeza. Todos são bem-vindos e cada um faz seu trabalho, sempre em tácita coordenação com a Assembleia Geral como um todo. A expectativa e a esperança é que, em resumo, cada indivíduo é capaz de fazer o que sabe e deseja fazer e de tomar decisões e agir como lhe parecer mais certo, com vistas ao bem de todo o grupo.<br /><br /><b>PERGUNTA:</b> <i>E o que esses manifestantes querem obter?</i><br /><br /><b>RESPOSTA</b>: Ugh – eis a pergunta de um zilhão de dólares. A convocação inicial, disparada pelo grupo Adbusters pedia que cada um apresentasse uma única demanda: “O que é que você quer?” Tecnicamente, essa pergunta ainda não foi respondida. Nas semanas antes do dia 17/9, a Assembleia Geral de NYC parecia distanciada da linguagem das “exigências” e “demandas”. Isso, para começar. E em boa parte porque as instituições do estado, nos EUA, já estão tão infiltradas pelo dinheiro das grandes empresas, que apresentar demandas pontuais não faria sentido algum, pelo menos antes que o movimento crescesse um pouco e ficasse politicamente mais forte. Em vez de apresentar uma lista de demandas, optaram por fazer da própria ocupação sua principal demanda – com a democracia direta em ação, acontecendo na praça –, e daí pode ou não sair alguma demanda específica. Se se pensa um pouco, o ato de ocupar já é uma potente declaração contra a corrupção que Wall Street passou a representar. Mas, uma vez que pedir que pense é quase sempre pedir demais à imprensa-empresa de massa nos EUA, a questão das demandas acabou por converter-se em considerável problema de Relações Públicas, para o movimento.<br /><br />Nesse momento, a Assembleia Geral está no processo de decidir como poderá resolver a questão de unificar as demandas do movimento. É discussão realmente difícil e interessantíssima. Mas não espere demais.<br /><br />Todos, na praça têm seu próprio modo de pensar sobre o que querem ver acontecer, é claro. Na parte norte da praça há centenas de cartazes de papelão colados, nas quais as pessoas escreveram seus slogans e demandas. Quem passa para e lê, com máxima atenção, ao longo de todo o dia. As mensagens estão por todos os lados, sim, mas também há uma certa coerência entre todas elas. Uma já é, pode-se dizer, unânime: “As pessoas, antes dos lucros”. Mas também estão sendo discutidas várias outras questões, que vão do fim da pena de morte, ao desmonte do complexo militar industrial; de saúde a preço acessível, a políticas de imigração mais benignas. E muitas outras coisas. Pode ser difícil e confuso, mas, repito, essas questões estão conectadas, todas elas, num determinado plano, num nível que ainda não se pode ver com clareza.<br /><br /><b>PERGUNTA:</b> <i>Alguns jornais e televisões estão pintando os manifestantes como sem foco, ou, pior, desinformados e completamente confusos. Que verdade há nisso?</i><br /><br /><b>RESPOSTA:</b> É claro. Num mundo tão complexo como o mundo em que vivemos, todos somos desinformados sobre inúmeras questões, mesmo que saibamos muitas coisas sobre algumas poucas questões. Lembro de um policial que disse dos manifestantes, no primeiro ou segundo dia: “Eles acham que sabem tudo!” Os jovens são quase sempre assim. Mas, nesse caso, ver a superconcentração de riqueza em torno de Wall Street e a descomunal influência que tem na política, não exige conhecimento detalhado sobre o que faz e como opera um “fundo hedge” ou a cotação de venda das ações da Apple. Um detalhe que distingue esses manifestantes é, precisamente, a esperança de que seja possível viver num mundo melhor. Devo dizer que, para muitos norte-americanos, essa ação direta não violenta é a única oportunidade que resta para que tenha alguma voz política. E isso tem de ser levado a sério pelos que ganham a vida na imprensa-empresa.<br /><br /><b>PERGUNTA</b>: <i>Quantos responderam à convocação dos Adbusters? Que tamanho tem esse grupo? Que tamanho tem hoje e que tamanho algum dia teve?</i><br /><br /><b>RESPOSTA:</b> A convocação inicial dos Adbusters previa atrair cerca de 20 mil pessoas para o Distrito Financeiro da cidade no dia 17/9. Apareceram 2 mil, um décimo do previsto, no primeiro dia. Apesar da verdadeira blitz que o grupo dos Anonymous disparou pelas mídias sociais, a maioria das pessoas simplesmente não ficou sabendo da convocação. Para piorar, organizações progressivas tradicionais, como sindicatos e grupos do movimento pacifista em geral, sentiram-se desconfortáveis com a convocação para uma ação tão amorfa, tão sem ‘demandas’. A primeira semana foi difícil, a polícia apareceu, muita gente foi presa e muita gente também deixou a praça para descansar e respirar. A imprensa de massa acabou por cobrir as prisões do fim de semana e a brutalidade policial atraiu a atenção de outros jornais e jornalistas. Agora, seja dia seja noite, nunca há menos de 500 pessoas na praça, e pelo menos metade dessas pessoas estão vivendo na praça, dormindo aqui. A qualquer momento do dia ou da noite, muitos milhares de pessoas em todo o mundo assistem a cenas filmadas aqui, em transmissões online que não se interrompem nunca, 24 horas por dia, sete dias por semana.<br /><br />Diferente de outros movimentos de massa, essa ocupação acabou por depender muito de um pequeno grupo de ativistas determinados e corajosos, quase todos muito jovens, que não se incomodam com dormir ao relento e enfrentar a polícia. Mas isso já começou a mudar. As notícias se espalham, a multidão já não é composta exclusivamente de muito jovens, há maior diversidade. E a ideia de ocupar território, de não arredar pé, já mostra que gera efeitos mais consistentes do que se poderia esperar de uma marcha tradicional. Afinal de contas, houve uma marcha de 20 mil pessoas por Wall Street dia 12 de maio – protestaram contra o resgate aos bancos e os cortes no orçamento para o funcionalismo público – e quem se lembra daquela marcha?<br /><br /><b>PERGUNTA:</b> <i>O que seria um cenário de “vitória” para a ocupação?</i><br /><b>RESPOSTA:</b> Outra vez, a resposta dependerá de quem tiver de responder essa pergunta. Quando se aproximava o dia 17 de setembro, a Assembleia Geral de NYC realmente viu seu objetivo, outra vez, não como fazer aprovar alguma lei ou iniciar uma revolução, mas como começar a construir uma nova espécie de movimento. Eles queriam fomentar o surgimento de assembleias desse tipo que se vê aqui, em vários bairros da cidade, por todo o mundo, que pudessem ser uma nova base para outro tipo de organização política nos EUA – e contra a inadmissível influência do dinheiro das grandes empresas. Isso, agora, está começando a acontecer, quando ocupações semelhantes a essa começam a brotar em dúzias de outras cidades. Outra grande ocupação está sendo preparada há meses , planejada para começar dia 6/10 na Freedom Plaza em Washington, D.C. Os organizadores dessa segunda ocupação estão visitando a ocupação aqui em NY, na Liberty Plaza. Andam por aí, vão e vem, aprendendo o que podem dos erros e acertos.<br /><br />Já ouvi gente dizer, quando a Liberty Plaza estava cheia de câmeras de TV “Já ganhamos! Vencemos!” Outros dizem que a coisa está só começando. Os dois, em certo sentido, têm razão.<br /><br /><b>PERGUNTA:</b> <i>E a polícia? Estão também ocupando a praça? Atacaram mesmo com brutalidade? Se eu for à praça, há riscos? O que pode acontecer?</i><br /><br /><b>RESPOSTA:</b> A polícia não sai da praça e, sim, houve alguns confrontos muito violentos, assustadores. Também se viram atos de extrema coragem física e moral de gente comum. O pior momento aconteceu no sábado passado, sim, mas, depois daquilo, praticamente não houve mais problemas. Ninguém tem qualquer intenção de ser preso, e praticamente ninguém tem interesse em correr riscos desnecessários ou em instigar a violência contra pessoas ou propriedades. Quanto mais pessoas comuns vierem para cá juntar-se ao movimento – aliando-se a gente famosa e celebridades como Susan Sarandon, Cornel West e Michael Moore – menos provável será que a polícia reprima a ocupação. Como se lê num cartaz na Broadway: “A segurança vem dos grandes números! Junte-se a nós!"<br /><br />De qualquer modo, desafiar os poderes que se encastelam nessa rua – e fazê-lo sem pedir licença e fazendo barulho – não é ação que possa ser 100% segura. Quanto mais o movimento conseguir se impor e falar, mais riscos haverá. Se você quiser vir, boa providência será anotar o telefone da National Lawyers Guild [alguma coisa como a OAB] no próprio braço, por via das dúvidas.<br /><br /><b>PERGUNTA: </b><i>Se eu não puder ir à Wall Street, o que mais poderia fazer?</i><br /><br /><b>RESPOSTA:</b> Muita gente está trabalhando muito lá mesmo, onde está – é a magia da descentralização. Você pode assistir às transmissões online, distribuir notícias, doar dinheiro, retuitar informes e estimular seus amigos a participar. Pessoas que entendem de máquinas e programas já estão trabalhando como voluntários, para manter no ar as páginas e blogs do movimento e editar vídeos – em coordenação com salas-de-bate-papo IRC e outras mídias sociais. Em breve, as discussões sobre ‘demandas’ do movimento serão feitas também online, além de presencialmente, aqui na praça. Offline, você pode juntar-se a ocupações semelhantes que estão começando pelo país ou, se preferir, pode começar sua própria ocupação, onde estiver.<br /><br />Em todos os casos, você sempre deve lembrar um conselho de uma mulher, na Assembleia Geral na noite de 3ª-feira, que já é um dos vários mantras que circulam: “Ocupe o seu próprio coração”, disse ela. “Com amor, não com medo”.<br /><br /><i>(*)Nathan Schneider é editor senior de "Killing the Buddha", uma revista online de religião e cultura.</i><br /><br /><b>Fonte:</b><br /><a href="http://www.thenation.com/article/163719/occupy-wall-street-faq" target="_blank">http://www.thenation.com/article/163719/occupy-wall-street-faq</a><br /><br /><i>Tradução: Coletivo Vila Vudu</i></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-22068145878227543292011-09-27T21:39:00.001-07:002011-09-27T21:58:05.455-07:00Sinceridade inesperada<span style="font-style: italic;">Quando o fato de alguém estar dizendo a verdade surpreende tanto, é sinal de que todos já sabiam que o que estava sendo dito antes era a mais pura mentira. Eles só não sabiam que já sabiam.</span><br /><br /><span style="font-style: italic;">O artigo abaixo saiu na BBC. O melhor momento, para mim é quando o repórter diz ao entrevistado "nós agradecemos pela sinceridade, mas ela não nos ajuda muito não?". A frase escapada revela que o desejo do repórter era ouvir uma "mentira útil" e não uma "verdade inútil". Pobre mundo, tem que se informar com essa gente.</span><br /><br /><span style="font-style: italic;">Paz</span><br /><span style="font-style: italic;">Alexei</span><br /><br /><div class="g-container"> <h1>'Nosso trabalho é ganhar dinheiro com crise', diz operador de mercados </h1> </div> <div class="g-container"> <div class="datestamp"><span class="lastupdated">Atualizado em </span> 27 de setembro, 2011 - 09:35 (Brasília) 12:35 GMT </div> <div class="tools-container"> <br /></div> </div> <div class="g-container story-body"> <div class="bodytext"> <div class="module "> <div class="image img-w304"><img src="http://wscdn.bbc.co.uk/worldservice/assets/images/2011/09/27/110927115414_alessio_rastani_304x171_bbc.jpg" alt="Alessio Rastani, durante entrevista à BBC" height="171" width="304" /><p style="font-weight: bold;" class="caption">Para operador, bancos como Goldman Sachs, e não governos, 'controlam o mundo'</p> </div> </div> <p style="font-weight: bold;" class="ingress">O mercado financeiro não liga para o novo plano de resgate preparado para tentar salvar a economia da zona do euro e se interessa apenas em faturar com uma eventual nova recessão, revelou um operador de mercado independente entrevistado pela BBC.</p> <p style="font-weight: bold;">"Sonho com esse momento (de declínio econômico) há três anos. Vou confessar: sonho diariamente com uma nova recessão. Se você tem o plano certo, pode fazer muito dinheiro com isso", declarou Alessio Rastani, em entrevista na última segunda-feira.</p> <p>Questionado a respeito de o que faria o mercado confiar nos planos orquestrados para salvar economias em perigo, como a da Grécia, Rastani disse que, como operador, não se importa.</p> <p>"Não ligamos muito para como vão consertar a economia. Nosso trabalho é ganhar dinheiro com isso", afirmou.</p> <p>"Os governos não controlam o mundo. O (banco) Goldman Sachs controla o mundo. O Goldman Sachs não liga para esse resgate, nem os grandes fundos."</p> <p>A entrevista, ainda que revele apenas a opinião individual de um operador, mostra que nem sempre o funcionamento dos mercados financeiros está em sintonia com o crescimento econômico.</p> <p>Segundo Rastani, os grandes fundos e investidores não acreditam nas novas propostas – as quais, segundo informações preliminares, preveem a injeção de recursos em um fundo europeu de resgate e um possível calote parcial da Grécia – e estão tirando seu dinheiro da economia do euro e investindo-o em ativos mais seguros, como dólar e títulos de Tesouro.</p> <div class="module "> <div class="box bx-quote"> <div class="content"> <div class="body"> <blockquote> <p><span class="start-quote">"</span>Essa crise é como um câncer. Se esperarmos, vai ser tarde demais. O que digo para as pessoas é: preparem-se. Não pensem que o governo vai consertar. Quero ajudar as pessoas, elas precisam aprender a fazer dinheiro com isso. Primeiro, protegendo seus ativos. Em menos de 12 meses, ativos de milhões de pessoas vão desaparecer<span class="end-quote">"</span></p> </blockquote> <div class="person"> <div class="person-info"> <p class="name">Alessio Rastani, operador independente do mercado financeiro, em entrevista à BBC</p> </div> </div> </div> </div> </div> </div> <p>Na opinião do operador, "qualquer um pode fazer dinheiro" com a crise, agindo no mercado de hedge e investindo em títulos de Tesouro.</p> <p><strong>'Governados pelo medo'</strong></p> <p>"Estou confiante que esse plano não vai funcionar, independentemente de quanto dinheiro (os governos) puserem. O euro vai desabar", afirmou ele. "Os mercados estão sendo governados pelo medo."</p> <p>A âncora da BBC Martine Croxall disse que todos no estúdio estavam surpresos com as declarações. "Agradecemos sua sinceridade, mas (a atitude dos mercados) não nos ajuda muito, não?"</p> <p>Rastani respondeu: "Essa crise é como um câncer. Se esperarmos, vai ser tarde demais. O que digo para as pessoas é: preparem-se. Não pensem que o governo vai consertar. Quero ajudar as pessoas, elas precisam aprender a fazer dinheiro com isso. Primeiro, protegendo seus ativos. Em menos de 12 meses, ativos de milhões de pessoas vão desaparecer".</p> </div> </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-56982985469853424852011-09-21T06:30:00.000-07:002011-09-21T06:35:16.939-07:00Piratas de Berlim<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgQkNFt_WUrZRZ2woMy6THcGngNMDMxzdXJ18k6cr0WjfHjKObIwIkDMK0zotAXhOge-w1pn2tc689w9mHFOCVTTjzsCvHB0QKFk1cVqFc6GE_G29TOfLKPJM7mmIQNej9ZM28FEOIBiKj/s1600/partidopirata.png"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 535px; height: 170px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgQkNFt_WUrZRZ2woMy6THcGngNMDMxzdXJ18k6cr0WjfHjKObIwIkDMK0zotAXhOge-w1pn2tc689w9mHFOCVTTjzsCvHB0QKFk1cVqFc6GE_G29TOfLKPJM7mmIQNej9ZM28FEOIBiKj/s320/partidopirata.png" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5654805771415478434" border="0" /></a><br /><h2>O Partido Pirata da Alemanha conseguiu pela primeira vez representação num parlamento estadual no país - com 8,9% dos votos, elegeu representantes no Parlamento da cidade-Estado de Berlim. Seus membros conquistaram apoio dos jovens após uma campanha que abandonou a posição monotemática, em prol de maior direito à privacidade na internet, e incorporou bandeiras da esquerda. O artigo é de Flávio Aguiar, direto de Berlim.</h2> <p class="headline-link">Flávio Aguiar</p> <p class="texto">De repente “Piratas do Caribe” voltou a entrar em cartaz em Berlim.<br />Mas não era bem o filme estrelado por Johnny Depp. Nem os piratas eram propriamente do Caribe. Eram, na verdade, de Berlim. Mais precisamente, eram 15. Não só sobreviveram, como ganharam a parada. Todos, sem exceção.<br /><br />Eram os 15 candidatos do Partido Pirata.<br /><br />Saíram do zero. O partido não tinha um único deputado na Câmara de Representantes de Berlim. Nas primeiras pesquisas, apareciam com um, dois por cento das intenções de voto. Como não tinham dinheiro, não contrataram uma empresa de marketing para fazer a propaganda do partido. Fizeram eles mesmos os cartazes, as fotos, as palavras de ordem. E passaram a pendurar seus cartazes nos postes, tímidos em meio à euforia e ao ar de certeza profissional dos grandes partidos e de seus marqueteiros.<br /><br />Mas a coisa veio vindo. Os números foram subindo. Na saída de agosto já estavam com 4,5% nas intenções de voto. Na entrada de setembro dobraram o Cabo da Boa Esperança, e para frente, a caminho das Índias, quer dizer, a caminho da Alexanderplatz, onde fica a Rothaus, sede do parlamento de Berlim. Chegaram a 5,5% das intenções de voto.<br /><br />O sistema de votação na Alemanha e em Berlim é complicado. O eleitor tem três votos: um para o Conselho Distrital (que elege o Prefeito Regional), outro para o Representante do Distrito na Câmera de Representantes (Berlim é uma cidade-estado, assim como Hamburgo e Bremen) e ainda um voto num partido, que define um quociente eleitoral a partir do qual os partidos podem indicar novos representantes, além dos eleitos nos distritos para a Câmara Maior.<br /><br />Essa Câmara de Representantes vota o prefeito, e depois aceita a indicação de senadores, que formam um colegiado para governar a cidade com o prefeito. Mas para ter direito a colocar representantes na Câmara, cada partido deve obter no mínimo 5% dos votos válidos.<br /><br />Como o voto é facultativo, nunca se sabe como será o quociente, nem o número exato de deputados até o final da apuração. Mas com 5,5% era certo que o Partido Pirata teria representantes na Câmara. Talvez três, talvez quatro deputados, num oceano de mais de 150 cadeiras. Mas já seria o suficiente para fazer uma marolinha.<br /><br />Porém... enquanto o Partido Pirata enfunava suas velas, todos os outros faziam água. Um deles, o FDP, naufragava fragorosamente. O FDP – Freie Demokratische Partei – que a <i><i>Deutsche We</i>lle</i> traduz por Partido Liberal Democrático – é o DEM daqui, sem ter sido PFL, isto é, sem ter sido coronelista: é o partido dos profissionais liberais, dos novos empresários que não querem pagar impostos, dos patricinhos (os patriciões votam na CDU, União Democrata Cristã, da chanceler Ângela Merkel), dos escovadinhos. E é o partido colega da CDU (sigla em alemão) e da CSU (União Social Cristã, da Baviera) no governo federal.<br /><br />Pois o FDP seguia por água abaixo, passando a cláusula de barreira dos 5%, mas na outra direção, rumo ao Cabo das Tormentas, perdendo as cadeiras que tinha antes. A CDU da chanceler ensaiava uma recuperação, mas subia pouquinho, não captando nem os votos que abandonavam o navio do FDP. Acabaria subindo de 21,3% dos votos para 23,4%, acrescentando magras duas cadeiras à sua representação, chegando a 39 deputados em 152 (número final).<br /><br />Entrementes, havia uma verdadeira regata disputadíssima entre o Partido Social Democrata (SPD), o Partido Verde (PV) e a Linke (A Esquerda). O SPD seria o mais votado, certamente, mas longe da maioria absoluta. Antes da votação, governava em coligação com a Linke. Mas SPD e Linke vinham perdendo intenções de voto. O PV, por sua vez, crescera muito, em Berlim e na Alemanha, depois do desastre de Fukushima, a tal ponto que sua líder, Renate Künste, era descrita como uma rival potencial de Klaus Wowereit, o popularíssimo prefeito de Berlim (do SPD), homossexual declarado desde sempre, que concorria ao terceiro mandato (acabou conseguindo).<br /><br />Porém, à medida que as pesquisas deixavam o oceano pacífico, ainda distante do dia da eleição (18 de setembro), e entravam nas agitadas águas de setembro, o PV também entrou a fazer água. Tendo chegado a ter 25% de intenções de voto, caiu abaixo dos 20%, terminou com 17,6%. Assim mesmo, com 30 cadeiras, é o mais forte candidato a ser o próximo parceiro do SPD no Senado, isto é, no executivo da cidade.<br /><br />SPD e Linke acabaram em quedas suaves: o SPD, de 53 cadeiras para 48, e a Linke, de 23 para 20. Assim mesmo, a Linke caiu na cachoeira, porque com a diminuição deixou de ser parceira conveniente para garantir uma maioria na Câmara, e deve ceder o lugar para o PV. Assim mesmo, Gregor Gysi, seu líder no Bundestag (Parlamento Federal), reagiu com bom humor: “somos um bom partido na situação, também somos na oposição”.<br /><br />Já com os Piratas, a situação foi inteiramente outra. Seu barquinho virou uma caravela, sua propaganda amadora ganhou a simpatia até de quem não votava neles, descrita como bem humorada, inteligente e autêntica. Acabaram com 8,9% dos votos, e quase criaram um problema legal e inédito na eleição: tivessem mais votos, não teriam candidatos suficientes para preencher as cadeiras a que teriam direito. Piratearam votos de todos os partidos, sem exceção, até da CDU e do FDP, segundo as pesquisas. Têm agora 15 cadeiras em 152, praticamente 10%, o suficiente para provocar algumas marés.<br /><br />Na verdade, os Piratas acabaram navegando de uma posição monotemática, a liberdade de expressão e o maior direito à privacidade na internet, em direção à incorporação de bandeiras à esquerda: acabar o imposto eclesiástico (“privatizemos as religiões”, dizia um cartaz), adoção de um salário mínimo (que não existe na Alemanha, e até o momento só a Linke abraçava essa causa do movimento sindical, inclusive o que apóia tradicionalmente o SPD), tornar gratuito o transporte público, causas ambientais e, para alegria do senador Suplicy, a adoção de uma renda mínima para os berlinenses.<br /><br />Essas bandeiras foram simpáticas sobretudo para os jovens, setor que mais padece com o desemprego, mesmo na próspera Alemanha, e, também segundo as pesquisas, eles atraíram para as urnas 21 mil navegantes, quer dizer, votantes que antes desprezavam o voto. Além disso, forçaram o discurso dos Verdes, de quem tiraram o maior contingente de votos, a ir mais para a esquerda.<br /><br />Bons ventos acolham esse novo partido.<br /></p><br /><br /> <span class="headline-link">Fotos: <span class="headline">http://www.piratenpartei.de/</span> </span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5865675702217126208.post-5156229848042572852011-09-04T11:00:00.001-07:002011-09-04T20:03:55.329-07:00Assange continua em prisão domiciliar<h1><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqpbOxuS4ae3PCmeR8t1PiVQ8VNcSPySjAevmUk92SREJLyhqlmy-rrgI4sk9UjA76GTwOj2iGnumVAXp5p5qgFgScchxwh75MLoEmm7Dex8-HsnZSzzrLNLyrVfvKm_Hi08zihu7VSoAW/s1600/size_590_mandado-prisao-assange-nova.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqpbOxuS4ae3PCmeR8t1PiVQ8VNcSPySjAevmUk92SREJLyhqlmy-rrgI4sk9UjA76GTwOj2iGnumVAXp5p5qgFgScchxwh75MLoEmm7Dex8-HsnZSzzrLNLyrVfvKm_Hi08zihu7VSoAW/s320/size_590_mandado-prisao-assange-nova.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5648593566901944402" border="0" /></a></h1><span style="font-style: italic;">Julian Assange não matou nem torturou ninguém. Ele não roubou os recursos naturais de outros povos. Ele não mentiu para iniciar uma guerra que resultou em mais de cem mil mortes. Nada disso. As bizarras acusações usadas contra o líder do Wikileaks já foram negadas até pelas próprias acusadoras, mesmo assim ele permanece em prisão domiciliar e sob vigilância na Inglaterra (O uso de pretextos absurdos só incrimina mais ainda as autoridades britânicas). Apesar da vigilância das autoridades, Assange recentemente abriu para o público um novo bloco de mensagens secretas, que estavam sendo retidas pelos jornais que tinham com ele um tipo estranho de parceria. Grandes pedaços dos documentos originalmente vazadas por Bradley Manning vinham sendo ocultados, mas em meio a ondas de indignação de certos setores, isso mudou. </span>
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<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0xFb3vugfRgGw3pij7reSFsupAD3h6ek9LPc_Zm8730ifxZGAWEfzIvf5KHmgoEZSiaWLg27tvUKZAgvtS9DIORsU3rnILTPJLXVUOvNVqKLKDf3vP0UAMfZAMexRo6UntJWr4dpxaBJJ/s1600/freebradley2.gif"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 135px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0xFb3vugfRgGw3pij7reSFsupAD3h6ek9LPc_Zm8730ifxZGAWEfzIvf5KHmgoEZSiaWLg27tvUKZAgvtS9DIORsU3rnILTPJLXVUOvNVqKLKDf3vP0UAMfZAMexRo6UntJWr4dpxaBJJ/s320/freebradley2.gif" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5648593679809785138" border="0" /></a><span style="font-style: italic;">Manning também não torturou nem matou, mas expôs centenas de milhares de crimes de estado. Casos de tortura, de abuso, de mentiras, de assassinatos em massa cometidos pelas pessoas que comandam países. Todos os criminosos de guerra (e toda guerra é criminosa) envolvidos continuam soltos, muitos deles seguem cometendo estes mesmo crimes, enquanto isso, por exporem a verdade, Manning está preso, em isolamento, sem julgamento e sem defesa, e Assange tem os movimentos monitorados pela polícia e a CIA. </span>
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<br /><span style="font-style: italic;">Como esperam que acreditemos nos noticiários? Como esperam que acreditemos nos governos?</span>
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<br /><span style="font-style: italic;">A reportagem abaixo relata uma web-conferência de Assange com ativistas brasileiros ocorrido recentemente.</span> Vale a pena
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<br /><span style="font-style: italic;">Paz</span>
<br /><span style="font-style: italic;">Alexei</span>
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<br /><h1>Julian Assange: A grande verdade é a verdade sobre mentiras</h1>
<br /> <h2>O criador e porta-voz do WikiLeaks, Julian Assange, se apresentou em teleconferência a uma plateia completamente atenta durante a abertura do Info@trends, nesta quinta-feira, 1º, em São Paulo (SP). O WikiLeaks é uma organização transnacional, sem fins lucrativos, sediado na Suécia, que publica documentos, informações confidenciais (hackeadas de governos e empresas) e fotos.</h2><h1><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqpbOxuS4ae3PCmeR8t1PiVQ8VNcSPySjAevmUk92SREJLyhqlmy-rrgI4sk9UjA76GTwOj2iGnumVAXp5p5qgFgScchxwh75MLoEmm7Dex8-HsnZSzzrLNLyrVfvKm_Hi08zihu7VSoAW/s1600/size_590_mandado-prisao-assange-nova.jpg">
<br /></a></h1>
<br /> <iframe src="http://www.youtube.com/embed/5dgKAxPbJ0w" allowfullscreen="" frameborder="0" height="345" width="420"></iframe> <span>
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<br />Lançado em 2006, o WikiLeaks já divulgou mais de 2 milhões de documentos e se tornou fornecedor de informação bruta para veículos mundiais como os jornais The Guardian (Reino Unido), The New York Times (Estados Unidos) e revistas como a Der Spiegel (Alemanha).
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<br />No Brasil, o WikiLeaks mantém parceria com a agência de jornalismo investigativo Pública, dirigida por Natália Viana e citada por Assange como a representante do WikiLeaks no País.
<br />A seguir, os principais pontos abordados por Assange durante sua apresentação no evento:
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<br />Prisão domiciliar
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<br />Julian Assange é mantido em prisão domiciliar em Diss, cidade a 146 km de Londres, e é constantemente monitorado - por meio de uma tornozeleira eletrônica, pela CIA, dos Estados Unidos, e pelo serviço secreto britânico. Isso não o impede de manter a comunicação com o mundo e com os seus seguidores - pelo menos 23 organizações semelhantes ao WikiLeaks foram criadas ao redor do globo inspiradas pelo projeto do sueco. “É triste não poder estar com vocês. Queria muito ir ao Brasil”, disse o ativista ao iniciar a transmissão da teleconferência para a plateia brasileira.
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<br />Assange fez questão de fazer uma correção: ao abrir o evento, o porta-voz da Info@trends fizera um ligeiro resumo sobre o criador do WikiLeaks, inclusive sobre a acusação pela qual o ativista é mantido em prisão domiciliar: “Não fui acusado de nada, nunca!”, afirmou Assange. “E essa contradição (de estar detido sem acusação) é uma das razões pela qual estamos (ele e as demais pessoas envolvidas com o WikiLeaks) nessa situação (sob pressão)”.
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<br /><b>Estado de Direito
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<br />“O Estado de Direito tem fracassado no Ocidente e em todos os lugares. Há uma violação sistemática do Estado de Direito”, afirma Assange. Em 2008, o WikiLeaks começou a publicar uma série de documentos, inclusive sobre contas secretas (off-shore) mantidas nas Ilhas Cayman, no Banco Julius Baer que, segundo o ativista, é um banco especial usado para esconder ativos de pessoas e empresas com depósitos mínimos a partir de US$ 1 milhão.
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<br />“O banco tentou acabar com o WikiLeaks e perdeu. O jornal The New York Times, a rede CBS e mais 23 empresas de mídia e universidades nos ajudaram”, conta o ativista. O Banco Julius Baer, diz Assange, está baseado em pequenas ilhas cujas legislações são incompatíveis com os princípios democráticos. “São contas off-shore, de dinheiro lavado”, diz.
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<br />Em Guantánamo (Cuba), o governo norte-americano mantém centenas de presos sem a menor observância do Estado de Direito - sem direito a processos judiciais, sem direito a visitas, sem direito à defesa. “É a forma usada pelos Estados Unidos para esconder as pessoas e afastá-las do Estado de Direito”, afirma Assange. Dessa forma, diz, o poder (governo, empresas e pessoas) esconde dinheiro numa ilha (Cayman) e pessoas em outra (Guantánamo).
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<br />“Muitas pessoas entram no governo para montar redes de informação e de vigilância fora do Estado de Direito. É o ‘Estado das Sombras’, sistema que coloca ativos, justiça, interesses e poder fora das vistas (das pessoas e da sociedade civil)”, diz Assange.
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<br /><b>Mídia</b>
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<br />No início deste ano, o WikiLeaks publicou milhares de telegramas. Entre o material publicado, havia uma série de telegramas da embaixada dos Estados Unidos na Bulgária sobre aquele país. A embaixada norte-americana de Sofia detalhava o quanto a corrupção estava entranhada no governo búlgaro. “Mas, de um telegrama de 1 mil palavras, a matéria do jornal The Guardian cortou 2/3 e retirou toda a informação sobre os corruptos da Bulgária. O Guardian cortou as informações para tentar controlar e esconder do povo búlgaro as informações do governo daquele país”.
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<br />O que aconteceu?, se pergunta Assange. Ele mesmo responde: “Os grupos de mídia do Ocidente, do The New York Times ao The Guardian editam e veiculam as informações que passamos que encobrem criminosos sem nos dar feedback”, afirma. “Por que isso acontece?”, pergunta.
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<br />“Quando falei com o editor do The Guardian, ele admitiu que o jornal não poderia dar os nomes de empresas e de pessoas (da Bulgária) que poderiam processar o jornal. Ou seja, as atividades das pessoas ricas e corruptas não são relatadas e detalhadas e das pessoas pobres e sem poder são”.
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<br />Assange diz que caso equivalente ocorreu com o jornal The New York Times: sobre a informação de um carregamento de componentes de mísseis da Coréia do Norte para o Irã, de um documento de 62 páginas, o jornal deu apenas dois parágrafos, relata. Outra informação, sobre a força tarefa 373 (forças especiais dos Estados Unidos), que detalha a morte de mais de 2 mil pessoas no Afeganistão, uma verdadeira lista de assassinatos, também foi derrubada pelo The New York Times. “Enquanto a revista (alemã) Der Spiegel transformou a informação em matéria de capa, no New York Times os editores derrubaram a reportagem”, diz Assange. “A visão dos marxistas das décadas de 60 e de 70 da América Latina, com descrições caricaturais (sobre a manipulação) do New York Times e da Secretaria de Estado dos Estados Unidos, portanto, estava correta”, avalia.
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<br /><b>Corrupção e perda de moeda
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<br />Em 2007, Assange divulgou documentos sobre o Quênia (país no qual também viveu). Esses documentos comprovavam que Moi (Daniel Arap Moi, que governou o país por 18 anos) roubou US$ 3 bilhões do Tesouro queniano para investir em bancos suíços, de Londres e de Nova York, afirma o ativista. “Esse tipo de corrupção é pior do que a corrupção doméstica (quando o dinheiro passa de uma empresa para outra dentro do país) porque significa que as divisas saem de um país para outro. O dinheiro que é roubado de um país pobre é transferido para outro país rico e é uma perda de divisas para o país pobre (Quênia)”.
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<br />Assange diz que esse tipo de transação no Quênia aumentou ainda mais a pobreza do país porque a moeda queniana foi desvalorizada porque foi convertida em dólar norte-americano, francos suíços e libra esterlina. “Ingleses, suíços e americanos ficaram mais ricos”, afirma. O criador do WikiLeaks assegura que entre US$ 140 milhões e US$ 900 milhões são enviados dos países pobres para a Europa e Estados Unidos todo ano para bancos na Suíça, Londres e Nova York.
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<br /><b>Preservação de fontes
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<br />Sobre as acusações de revelar nomes de fontes que dão acesso aos documentos confidenciais, Assange garante que jamais o WikiLeaks procedeu dessa forma. “Manter nossas fontes no anonimato é o nosso maior valor. Mas, as fontes são apenas metade da equação. Ao longo dos últimos anos, a oferta de informações e de fontes não tem sido um problema, e sim a forma como a informação é publicada. “Jamais revelamos o nome de uma fonte e não há informação oficial de que tenhamos feito isso”. Temos que dar os nomes de criminosos, de espiões, de acionistas e de políticos. Quem faz o que a quem”, diz.
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<br />No ano passado, divulgamos o nome de mais de 150 mil pessoas que foram mortas pela atividade dos Estados Unidos por meio da CIA, das forças especiais e do Exército americano. “Não existe acusação de qualquer fonte oficial de que tenhamos causado a morte de uma única pessoa em qualquer país”, afirma.
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<br /><b>Crowdsourcing</b>
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<br />Cerca de 134 mil despachos diplomáticos dos Estados Unidos foram divulgados via crowdsourcing e, para Assange, as pessoas já entenderam a importância do material obtido e compartilhado pelo WikiLeaks. “O WikiLeaks se tornou importante e atrai a comunidade digital. As pessoas tuitam e compartilham nossas informações. Dezenas de milhares de histórias são descobertas e compartilhadas.
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<br />O ativista diz que parte das informações é divulgada pela grande imprensa, mas uma grande parte é disseminada pelas redes sociais. E recorda um dos casos mais eloquentes do WikiLeaks: as fotos de um helicóptero Apache, dos Estados Unidos, que assassinaram dois jornalistas da Reuters. Isso foi divulgado em abril do ano passado e foi a partir daí que o WikiLeaks atingiu a dimensão global e importância mencionada por Assange.
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<br />Mais recentemente, a divulgação de informações do Oriente Médio pelo WikiLeaks deu origem, segundo Assange, à Primavera Árabe, que derrubou o governo egípcio e tunisiano e ainda continua a repercutir na Líbia e na Síria.
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<br /><span><b>A verdade</b>
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<br />O porta-voz do WikiLeaks recorre à Física Teórica (sob a qual é formado) para, por meio da epistemologia, definir o que é a verdade: “Como você sabe o que você sabe? Como garantir que você não está se enganando? Podemos jamais saber a verdade a não ser que consigamos derrubar as mentiras que estão por detrás da verdade. Você sabe que é mentira quando os lados A e B entram em contradição. A grande verdade é a verdade sobre as mentiras”, filosofa.
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<br /><b>Futuro</b>
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<br />A previsão de Assange para o futuro pode ser sombria ou não, conforme o ângulo. Um bom paralelo para isso são as recentes manifestações de Londres. O ativista critica a cobertura da BBC “que não ouvir um único manifestante” e diz que o governo do Reino Unido agiu exatamente como o Egito: tentou calar as redes sociais e até mesmo controlar o que era compartilhado pela internet.
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<br />O que pode acontecer, diz Assange, é que surjam formas de controle cada vez mais agressivas para tentar controlar as pessoas (nas redes sociais), com o Estado que monitora completamente os passos de cada pessoa.
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<br />Ou ainda o controle econômico, como o feito por empresas como Visa, Mastercard, Bank of America e PayPal que, a pedido de Washington (governo norte-americano), não aceitam receber doações para o WikiLeaks. “Você, que mora em São Paulo, não pode usar seu cartão Visa para contribuir com o WikiLeaks. Ou seja, Washington determina o que você pode fazer com o seu dinheiro”, diz o ativista.
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<br />A previsão não sombria para o futuro antevista por Assange é um sistema de direito que permita às pessoas se comunicarem com a garantia de privacidade, sem controle ou vigilância do Estado. “Todo avanço da civilização se baseia no desenvolvimento de nossos registros intelectuais que são, além de registrados, compartilhados. Se pudermos capturar isso e seguir em frente, teremos a civilização mais humana e civil que a Terra já viu”, afirma.
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<br />Redação com Meio & Mensagem</span>Unknownnoreply@blogger.com0