Aos que estão aí fora, porém, decididos a continuar essa luta por qualquer meios que seja, dedico esta música. "Calm like a bomb".
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Pausa neste blog
Pela mais pura falta de disponibilidade do autor este blog foi descontinuado. Infelizmente há mais de um ano não tenho mais condições de atualizar este que foi, por algum tempo, um canal por onde eu direcionei minha indignação e inconformidade com o poder manipulador da mídia comercial em nosso pais. Mais infeliz ainda, porém, é o fato de que a mídia continua mais atuante que nunca em seus intuitos de distorcer, mentir e oprimir a grande população. Não consigo cultivar mais otimismo, o que vejo é um mundo onde alguns poucos pautam todos os outros. Estou cansado de ver pessoas que se julgam bem informadas meramente macaqueando o telejornal e a revista semanal. Estou cansado de ver cidadãos direcionando seus ódios contra aqueles que lutam por sua libertação. Estou cansado de ver jornais usando o sentimento egoísta dos indivíduos para afastá-los de sua consciência como coletividade. E estou muito cansado de nadar contra a corrente.
Aos que estão aí fora, porém, decididos a continuar essa luta por qualquer meios que seja, dedico esta música. "Calm like a bomb".
Aos que estão aí fora, porém, decididos a continuar essa luta por qualquer meios que seja, dedico esta música. "Calm like a bomb".
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
A Islândia é importante
Enquanto os notíciários seguem derramando tinta e mais tinta para falar de Portugal, Itália, Espanha, Grécia e Irlanda e suas respectivas crises econômicas, alguns outros países que passaram por situação muitíssimo semelhante a estes estão sendo confortavelmente esquecidos pela nossa mídia comercial. Não se faz notícia sobre eles, não se cita eventos acontecidos nesses lugares, não se pronuncia o nome desses países. É o caso muito interessante da Islândia.
A ilha da cantora Björk (ah.... por sinal, que voz maravilhosa!!!) foi uma das primeiras vítimas da crise do Euro, e chegou a ser manchete nos jornais do mundo por vários meses por conta da dívida astronômica que o pais contraiu. Economistas, articulistas, comentaristas, analistas, todos tinham algo a dizer sobre essa ilha. Passado um tempo, porém, a palavra "islândia" subitamente desapareceu completamente dos jornais. Coincidentemente foi logo após a população da islândia decidir, em referendo, que não iria pagar a divida dos banqueiros que quebraram o seu país no cassino das finanças internacionais. Em seguida banqueiros foram presos e os bancos reestatizados, e isso não é coisa tolerável pela nossa mídia. Agora, como se não bastasse, um novo referendo definiu que todos os recursos naturais desse país pertencem a TODO o seu povo e não podem ser privatizados. Acontece que vilanizar, bombardear e derrubar a mais antiga democracia parlamentar do mundo (aproximadamente mil anos) está fora de questão (até porque não há petróleo aqui), por isso optou-se tacitamente por ignorar totalmente sua existência.
Mas não há engano. A Islândia é importante.... e um belo exemplo a ser estudado.
Paz
Alexei
por Mauro Santayana, em Carta Maior
Os cidadãos da Islândia referendaram, ontem, com cerca de 70% dos votos, o texto básico de sua nova Constituição, redigido por 25 delegados, quase todos homens comuns, escolhidos pelo voto direto da população, incluindo a estatização de seus recursos naturais.
A Islândia é um desses enigmas da História. Situada em uma área aquecida pela Corrente do Golfo, que serpenteia no Atlântico Norte, a ilha, de 103.000 km2, só é ocupada em seu litoral. O interior, de montes elevados, com 200 vulcões em atividade, é inteiramente hostil – mas se trata de uma das mais antigas democracias do mundo, com seu parlamento (Althingi) funcionando há mais de mil anos. Mesmo sob a soberania da Noruega e da Dinamarca, até o fim do século 19, os islandeses sempre mantiveram confortável autonomia em seus assuntos internos.
Em 2003, sob a pressão neoliberal, a Islândia privatizou o seu sistema bancário, até então estatal. Como lhes conviesse, os grandes bancos norte-americanos e ingleses, que já operavam no mercado derivativo, na espiral das subprimes, transformaram Reykjavik em um grande centro financeiro internacional e uma das maiores vítimas do neoliberalismo. Com apenas 320.000 habitantes, a ilha se tornou um cômodo paraíso fiscal para os grandes bancos.
Instituições como o Lehman Brothers usavam o crédito internacional do país a fim de atrair investimentos europeus, sobretudo britânicos. Esse dinheiro era aplicado na ciranda financeira, comandada pelos bancos norte-americanos. A quebra do Lehman Brothers expôs a Islândia que assumiu, assim, dívida superior a dez vezes o seu produto interno bruto. O governo foi obrigado a reestatizar os seus três bancos, cujos executivos foram processados e alguns condenados à prisão.
A fim de fazer frente ao imenso débito, o governo decidiu que cada um dos islandeses – de todas as idades – pagaria 130 euros mensais durante 15 anos. O povo exigiu um referendum e, com 93% dos votos, decidiu não pagar dívida que era responsabilidade do sistema financeiro internacional, a partir de Wall Street e da City de Londres.
A dívida externa do país, construída pela irresponsabilidade dos bancos associados às maiores instituições financeiras mundiais, levou a nação à insolvência e os islandeses ao desespero. A crise se tornou política, com a decisão de seu povo de mudar tudo. Uma assembléia popular, reunida espontaneamente, decidiu eleger corpo constituinte de 25 cidadãos, que não tivessem qualquer atividade partidária, a fim de redigir a Carta Constitucional do país. Para candidatar-se ao corpo legislativo bastava a indicação de 30 pessoas. Houve 500 candidatos. Os escolhidos ouviram a população adulta, que se manifestou via internet, com sugestões para o texto. O governo encampou a iniciativa e oficializou a comissão, ao submeter o documento ao referendum realizado ontem.
Ao ser aprovado ontem, por mais de dois terços da população, o texto constitucional deverá ser ratificado pelo Parlamento.
Embora a Islândia seja uma nação pequena, distante da Europa e da América, e com a economia dependente dos mercados externos (exporta peixes, principalmente o bacalhau), seu exemplo pode servir aos outros povos, sufocados pela irracionalidade da ditadura financeira.
Durante estes poucos anos, nos quais os islandeses resistiram contra o acosso dos grandes bancos internacionais, os meios de comunicação internacional fizeram conveniente silêncio sobre o que vem ocorrendo em Reykjavik. É eloqüente sinal de que os islandeses podem estar abrindo caminho a uma pacífica revolução mundial dos povos.
A ilha da cantora Björk (ah.... por sinal, que voz maravilhosa!!!) foi uma das primeiras vítimas da crise do Euro, e chegou a ser manchete nos jornais do mundo por vários meses por conta da dívida astronômica que o pais contraiu. Economistas, articulistas, comentaristas, analistas, todos tinham algo a dizer sobre essa ilha. Passado um tempo, porém, a palavra "islândia" subitamente desapareceu completamente dos jornais. Coincidentemente foi logo após a população da islândia decidir, em referendo, que não iria pagar a divida dos banqueiros que quebraram o seu país no cassino das finanças internacionais. Em seguida banqueiros foram presos e os bancos reestatizados, e isso não é coisa tolerável pela nossa mídia. Agora, como se não bastasse, um novo referendo definiu que todos os recursos naturais desse país pertencem a TODO o seu povo e não podem ser privatizados. Acontece que vilanizar, bombardear e derrubar a mais antiga democracia parlamentar do mundo (aproximadamente mil anos) está fora de questão (até porque não há petróleo aqui), por isso optou-se tacitamente por ignorar totalmente sua existência.
Mas não há engano. A Islândia é importante.... e um belo exemplo a ser estudado.
Paz
Alexei
Santayana: Islandeses abrindo caminho para uma pacífica revolução mundial dos povos?
publicado em 22 de outubro de 2012 às 11:58
O referendum islandês e os silêncios da mídiapor Mauro Santayana, em Carta Maior
Os cidadãos da Islândia referendaram, ontem, com cerca de 70% dos votos, o texto básico de sua nova Constituição, redigido por 25 delegados, quase todos homens comuns, escolhidos pelo voto direto da população, incluindo a estatização de seus recursos naturais.
A Islândia é um desses enigmas da História. Situada em uma área aquecida pela Corrente do Golfo, que serpenteia no Atlântico Norte, a ilha, de 103.000 km2, só é ocupada em seu litoral. O interior, de montes elevados, com 200 vulcões em atividade, é inteiramente hostil – mas se trata de uma das mais antigas democracias do mundo, com seu parlamento (Althingi) funcionando há mais de mil anos. Mesmo sob a soberania da Noruega e da Dinamarca, até o fim do século 19, os islandeses sempre mantiveram confortável autonomia em seus assuntos internos.
Em 2003, sob a pressão neoliberal, a Islândia privatizou o seu sistema bancário, até então estatal. Como lhes conviesse, os grandes bancos norte-americanos e ingleses, que já operavam no mercado derivativo, na espiral das subprimes, transformaram Reykjavik em um grande centro financeiro internacional e uma das maiores vítimas do neoliberalismo. Com apenas 320.000 habitantes, a ilha se tornou um cômodo paraíso fiscal para os grandes bancos.
Instituições como o Lehman Brothers usavam o crédito internacional do país a fim de atrair investimentos europeus, sobretudo britânicos. Esse dinheiro era aplicado na ciranda financeira, comandada pelos bancos norte-americanos. A quebra do Lehman Brothers expôs a Islândia que assumiu, assim, dívida superior a dez vezes o seu produto interno bruto. O governo foi obrigado a reestatizar os seus três bancos, cujos executivos foram processados e alguns condenados à prisão.
A fim de fazer frente ao imenso débito, o governo decidiu que cada um dos islandeses – de todas as idades – pagaria 130 euros mensais durante 15 anos. O povo exigiu um referendum e, com 93% dos votos, decidiu não pagar dívida que era responsabilidade do sistema financeiro internacional, a partir de Wall Street e da City de Londres.
A dívida externa do país, construída pela irresponsabilidade dos bancos associados às maiores instituições financeiras mundiais, levou a nação à insolvência e os islandeses ao desespero. A crise se tornou política, com a decisão de seu povo de mudar tudo. Uma assembléia popular, reunida espontaneamente, decidiu eleger corpo constituinte de 25 cidadãos, que não tivessem qualquer atividade partidária, a fim de redigir a Carta Constitucional do país. Para candidatar-se ao corpo legislativo bastava a indicação de 30 pessoas. Houve 500 candidatos. Os escolhidos ouviram a população adulta, que se manifestou via internet, com sugestões para o texto. O governo encampou a iniciativa e oficializou a comissão, ao submeter o documento ao referendum realizado ontem.
Ao ser aprovado ontem, por mais de dois terços da população, o texto constitucional deverá ser ratificado pelo Parlamento.
Embora a Islândia seja uma nação pequena, distante da Europa e da América, e com a economia dependente dos mercados externos (exporta peixes, principalmente o bacalhau), seu exemplo pode servir aos outros povos, sufocados pela irracionalidade da ditadura financeira.
Durante estes poucos anos, nos quais os islandeses resistiram contra o acosso dos grandes bancos internacionais, os meios de comunicação internacional fizeram conveniente silêncio sobre o que vem ocorrendo em Reykjavik. É eloqüente sinal de que os islandeses podem estar abrindo caminho a uma pacífica revolução mundial dos povos.
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Drones aquáticos - o futuro da guerra no mar?
Os tambores de guerra vão tocando, nos palácios, nos jornais, nos noticiários...
Enquanto isso, os EUA vão aperfeiçoando sem muito alarde o seu novo brinquedo mortal. Drones Submarinos. O alvo da vez é o Irã, mas pode um dia ser o pré-sal brasileiro.
A senhora morte da risadas....
Me da pena do mundo
A reportagem abaixo foi traduzida pela resistir.info
Paz
Alexei
Drones subaquáticos para as guerras dos EUA
– Serão eles utilizados contra o Irã?
por Julie Lévesque
A obscurecer os
efeitos devastadores dos drones dos EUA que matam civis inocentes por todo o mundo
, é com um toque de humor e entusiasmo
ligeiramente inadequados que a empresa de consultoria militar
Strike Fighter Consulting
louva os novos Veículos Subaquáticos Sem
Tripulação da US Navy no seu artigo recente "Unmanned Drones
Take to the Seas".
"Dá a impressão que os pilotos de drones vão precisar lições de natação.
A Armada dos EUA actualmente está a experimentar uma nova geração de drones subaquáticos nas águas junto a Newport, Rhode Island. A sua esperança é que estes drones venham a ser os primeiros passos (ou o primeiro cachorrinho, se quiser) para um futuro de submarinos autónomos.
Estes drones, que são conhecidos tecnicamente como Unmanned Underwater Vehicles (UUV) poderiam representar uma "alteração do jogo" para a Armada, disse Christopher Egan, administrador de programa no Naval Undersea Warfare Center.
Tudo o que torna os drones aéreos tão eficazes (effective) pode muito facilmente ser aplicado a submarinos. (Dabney B., Unmanned Drones Take to the Seas , Strike Fighter Consulting Inc, September 19, 2012, ênfase acrescentada.)
De que espécie de "eficiência" estamos a falar aqui?
A guerra com drones tem sido "eficiente" principalmente em matar civis inocentes, incluindo crianças, segundo um estudo da Universidade de Stanford e da Universidade de Nova York.
"Dá a impressão que os pilotos de drones vão precisar lições de natação.
A Armada dos EUA actualmente está a experimentar uma nova geração de drones subaquáticos nas águas junto a Newport, Rhode Island. A sua esperança é que estes drones venham a ser os primeiros passos (ou o primeiro cachorrinho, se quiser) para um futuro de submarinos autónomos.
Estes drones, que são conhecidos tecnicamente como Unmanned Underwater Vehicles (UUV) poderiam representar uma "alteração do jogo" para a Armada, disse Christopher Egan, administrador de programa no Naval Undersea Warfare Center.
Tudo o que torna os drones aéreos tão eficazes (effective) pode muito facilmente ser aplicado a submarinos. (Dabney B., Unmanned Drones Take to the Seas , Strike Fighter Consulting Inc, September 19, 2012, ênfase acrescentada.)
De que espécie de "eficiência" estamos a falar aqui?
A guerra com drones tem sido "eficiente" principalmente em matar civis inocentes, incluindo crianças, segundo um estudo da Universidade de Stanford e da Universidade de Nova York.
Segundo o novo estudo, apenas uma em cada cinquenta vítimas do programa da CIA de ataques "dirigidos" ("targeted") com drones em áreas tribais do Paquistão são militantes conhecidos, ao passo que um número entre 2.562 e 3.325 pessoas foi morta no Paquistão entre Junho de 2004 e meados de Setembro deste ano – das quais entre 474 e 881 era civis, incluindo 176 crianças. (The News International (Pakistan), Pakistan. CIA Annihilation From The Air: Drone Warfare's Invisible Dead , September 26, 2012)
Dizem-nos que estes novos
"cost-efficient"
drones submarinos "poderiam ser utilizados para mapear o fundo do oceano,
detectar minas inimigas, colectar informação ou apoiar a guerra
submarina [...] A Armada espera que o Razor seja virtualmente
indetectável pelos sistemas inimigos". (Dabney B., op. cit.)
No princípio deste ano a Aviation Week publicou um artigo sobre Veículos Subaquáticos Não Tripulados de Grande Deslocação (Large Displacement Unmanned Underwater Vehicle, LDUUV) o qual confirma que a tecnologia drone subaquática não está bem estabelecida. Prevê-se que o novo Large Displacement Unmanned Underwater Vehicle (LDUUV) seja utilizado não após 2014:
No princípio deste ano a Aviation Week publicou um artigo sobre Veículos Subaquáticos Não Tripulados de Grande Deslocação (Large Displacement Unmanned Underwater Vehicle, LDUUV) o qual confirma que a tecnologia drone subaquática não está bem estabelecida. Prevê-se que o novo Large Displacement Unmanned Underwater Vehicle (LDUUV) seja utilizado não após 2014:
O Large Displacement Unmanned Underwater Vehicle (LDUUV) será grande e extremamente autónomo, executando missões a longas distâncias durante meses. Ele actuará como um navio mãe (mothership), posicionando e operando sensores estáticos e móveis para vigilância persistente em águas costeiras. Finalmente, é provável que seja armado. O programa parece ambicioso, mas grande parte da tecnologia já foi demonstrada.
[...]
O LDUUV terá uma grande capacidade de carga útil, tornando-o capaz de libertar sensores, bóias de comunicação, UUS mais pequenos e armas. A ênfase actual da Armada está na vigilância persistente "externa" ("over the horizon"). Contudo, o seu impacto mais significativo poderia ser na guerra das minas, tanto ofensivas como defensivas.
E o LDUUV poderia tornar a colocação de minas mais controlável e clandestina. No conceito de mina transformacional, o LDUUV coloca sensores em rede numa área vasta. Estes rastreiam e identificam todo navio dentro da sua amplitude. Dependendo da situação, qualquer navio pode ser atacado, seja por uma arma ancorada ou por um torpedo vindo do próprio UUV.
[...]
A Armada planeia divulgar um pedido de propostas para o LDUUV em 2014. Em Outubro último o contra-almirante Barry Bruner, o director de guerra subaquática da Armada, indicou que mais de 10 LDUUVs seriam encomendados. O LDUUV está a ser encarado como um ajudante para complementar submarinos tripulados. Contudo, se ele alcançar os objectivos tecnológicos de resistência e autonomia, colocará questões sérias acerca do que exactamente grandes embarcações não tripuladas poderiam afinal das contas não fazer. (David Hambling, Large Displacement Unmanned Underwater Vehicle Steaming Ahead , Aviation Week, April 1, 2012, ênfase acrescentada.)
Se esta tecnologia foi demonstrada, ela poderá ser utilizada para a
guerra subaquática.
Será que submarinos armados não tripulados serão utilizados em "minagens clandestinas" contra o Irão no Golfo Pérsico?
A respeito disto, relatórios confirmam que actualmente (Setembro/2012) estão a ser conduzidos exercícios militares próximos das águas territoriais do Irão e são "destinados a simular a resposta do Irão a um ataque dos EUA-Israel, nomeadamente que acções serão tomadas pelas forças aliadas em resposta à retaliação militar pelo Irão". (Michel Chossudovsky, “Warship Diplomacy”: A Prelude to All Out War against Iran? , Global Research, September 26, 2012.)
Drones subaquáticos fazem parte dos jogos de guerra, informa a Bloomberg:
Será que submarinos armados não tripulados serão utilizados em "minagens clandestinas" contra o Irão no Golfo Pérsico?
A respeito disto, relatórios confirmam que actualmente (Setembro/2012) estão a ser conduzidos exercícios militares próximos das águas territoriais do Irão e são "destinados a simular a resposta do Irão a um ataque dos EUA-Israel, nomeadamente que acções serão tomadas pelas forças aliadas em resposta à retaliação militar pelo Irão". (Michel Chossudovsky, “Warship Diplomacy”: A Prelude to All Out War against Iran? , Global Research, September 26, 2012.)
Drones subaquáticos fazem parte dos jogos de guerra, informa a Bloomberg:
"O ''Mark 38 Mod 2,” de 25 mm guiado da BAE Systems Plc (BA/) 25mm guided e o veículo subaquático não tripulado Kingfish estão entre os programas que o Pentágono acelerou este ano sob uma iniciativa "Via rápida" ("Fast Lane") para reagir a armas navais iranianas. Uma das mais sérias ameaças, diz a Armada, são botes iranianos de alta velocidade que podem empregar tácticas de "enxame". ( Bloomberg , September 19, 2012. ênfase acrescentada.)
Uma declaração recente do Director de Investigação
do think tank neocon Washington Institute for Near East Policy sugeriu que os
EUA deveriam provocar o Irão a "disparar o primeiro tiro".
"Estamos no jogo de utilizar meios encobertos contra os iranianos. Podemos ficar mais sujos com isso [...] Os Estados Unidos – juntamente com muitos parceiros internacionais que pode mobilizar – deveriam mover-se para acções mais contundentes, sejam encobertas ou abertas, publicamente proclamadas ou negáveis". (Patrick Clawson, citado em Michel Chossudovsky, Neocon Washington Think Tank: The US should Provoke Iran into “Firing the First Shot” , September 26, 2012.)
Drones subaquáticos parecem constituir a arma perfeita a ser utilizada
em actos de provocação.
28/Setembro/2012
O original encontra-se em
www.globalresearch.ca/...
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
sábado, 8 de setembro de 2012
Vende-se uma eleição
Em qualquer lugar do mundo seria chamado de corrupção, mas nos EUA é um direito protegido por lei. Corporações, cujo único interesse - declaradamente - é o lucro, estão financiando e realmente determinando os rumos da eleição presidencial dos EUA. O cinismo do sistema judicial-eleitoral americano é assustador e vai ser a piada das gerações futuras. Isso não e democracia, é corporocracia, é plutocracia, é oligocracia, é a lucrocracia. Que tipo de lição de democracia um país desses pode ensinar aos outros povos? Lição nenhuma.
No artigo abaixo vemos um resumo de como, nesses últimos anos, as regras foram modificadas para favorecer ainda mais o poder das grandes corporações de direcionarem o processo eleitoral e escolher o novo comandante-em-chefe da maior máquina de destruição e morte do planeta.
Paz
Alexei
Nos meses depois do discurso de Obama, o Instituto Americano do Petróleo (API, na silha em inglês), uma associação de indústrias petrolíferas que representa centenas de multinacionais de petróleo e gás, demonstraria o quão premonitório era o aviso do presidente.
Antes da decisão da corte, a API havia entrado em conflito contra o presidente sobre seus esforços em animar as discussões sobre o aquecimento global. Isso demandou anúncios, contratações de lobistas da K Street [avenida de Washington que concentra escritórios de lobby], e o financiamento de estudos controversos para afirmar que até mesmo a mais irrisória regulação legislativa, como a taxa Waxman-Markey de limitação de carbono emitido, arruinaria a economia. O grupo gastou US$ 7,3 milhões em lobbys federais durante o ano em que a taxa era discutida.
Mas chegada a eleições legislativas de meio de mandato, a Citizens United entregou para a API uma bala adicional a seu revólver. O grupo poderia agora enviar doações não reveladas de corporações diretamente para entidades de campanha. Dentre os executivos que lideravam a API naquela época - e ainda hoje faz parte da liderança - estava Tofiq Al-Gabsani, um lobista contratado pelo governo saudita. Al-Gabsani é o diretor-executivo da Saudi Refining Inc., uma total subsidiária da Companhia de Petróleo da Arábia Saudita, a gigante petrolífera estatal mais conhecida como Aramco.
A Aramco, pela sua subsidiária americana, é conhecida por ser um dos maiores doadores da API. De acordo com o Washington Post, a contribuição das maiores empresas atinge cerca de US$ 20 milhões por ano. A API tem, sem muito apuro, 400 empresas membros, mas somente um pequeno grupo de CEOs da indústria de óleo e gás senta-se à mesa de diretores, que analisam as principais decisões sobre campanha política, isto de acordo com os arquivos de negócio estatal e dois ex-executivos da API. Ao lado de grandes empresas americanas como ExxonMobil e ConocoPhillips, um desses diretores foi Al-Gabsani.
A lei americana ainda bane corporações estrangeiras de participarem diretamente nas eleições. Mas depois da Citizens United, associações como API - na qual membros influentes incluem corporações estrangeiras - estão livres para gastar como querem, tranquilizados pelas exigências de divulgação. Estes grupos aproveitam totalmente suas novas liberdades. Enquanto outros comitês de campanha, de centrais sindicais a super comitês políticos, encaram regras rígidas de transparência, associações multinacionais desfrutam de um poder incomparável na manipulação camuflada das eleições usando o dinheiro corporativo.
Grupos financiados pela API foram a força por trás da massiva onda de propagandas negativas para golpear Democratas nas eleições legislativas. O candidato a senador democrata Joe Sestak da Pensilvânia "votou no plano desempregador e censor-limitador de Pelosi", entoou uma propaganda de TV, no período eleitoral, pela Americans for Tax Reform, um dos vários grupos financiados pela API em 2010. Sestak votou pela cobrança na poluição por carbono, a propaganda continua, que institui "uma enorme cobrança que faria as contas públicas e também o preço da gasolina subirem". Sestak perdeu sua disputa para o Senado, e seu assento no Congresso foi um dos 63 tomados pelos Republicanos.
As propagandas bancadas por entidades como API ajudaram numa das maiores decepções da história americana. Pela primeira vez, gastos de grupos externos ofuscaram os gastos do próprio partido. O jovem presidente, com décimos de seu partido e com o Congresso na mão da extrema-direita, foi forçado a abandonar muitos dos seus planos nacionais internos.
Talvez o aspecto mais profundo da derrota democrata desse ano: a esperança de um confronto com o aquecimento global foi perdida. Com eventos climáticos convulsionando no globo, 86% dos recém-chegados republicanos assinaram emenda contra qualquer regulação climática às indústrias petrolíferas. Foi o líder do Congresso, John Boehner, levantar o martelo, e qualquer chance de aprovação de lei climática foi por água abaixo. Deste modo, a derrota democrata foi uma vitória retumbante das companhias de petróleo representadas pela API - e para Arábia Saudita, a maior exportadora de petróleo do mundo.
A Arábia Saudita trabalhou durante anos para obstruir qualquer progresso em reformas climáticas. Apenas semanas antes do discurso feito por Obama à União alertando sobre os perigos do dinheiro corporativo estrangeiro, Mohammad Al-Sabban, conselheiro-sênior do governo saudita de políticas energéticas, ajudou a organizar a oposição ao acordo global climático em Copenhagen. Como muitos dos interesses destes grupos dependem de combustíveis fósseis, Al-Sabban negou até a ideia de que a indústria contribuiu para o aquecimento global. "O clima está mudando há milhares de anos, mas por razões naturais não humanas", disse à BBC News.
Antes da decisão da Suprema Corte, a saudita Aramco estava proibida de usar dinheiro corporativo para influenciar uma eleição americana. A única opção da companhia seria pedir que seus empregados americanos fizessem pequenas doações para comitês políticos transparentes.
Uma decisão de 1990 da Suprema Corte, Austin v. Michigan Chamber of Commerce, requereu que associações comercias desmembrassem-se e fossem rigorosamente reguladas caso solicitassem participar das eleições federais. Estes comitês políticos poderiam somente receber financiamento, às claras, de indivíduos, em quantias limitadas pela Comissão Eleitoral Federal. Associações comerciais foram restringidas na disputa de 2002 pela lei McCain-Feingold, que evitou corporações de levarem ao ar a chamada comunicação eleitoral dentro de 60 dias da eleição. Esse banimento englobou anúncios perniciosos, comerciais onipresentes que são algo como isto: "Ligue para o senador John Smith e o impeça de continuar acabando com empregos!".
Então, em 2007, apenas um ano depois de o juiz Samuel Alito [considerado conservador] assumir o posto da juíza Sandra Day O'Connor, e também somente dois anos na gestão de John Roberts como chefe da Suprema Corte, esta foi trabalhar na revogação de todas as restrições. Naquele ano, no caso Federal Election Commission v. Wisconsin Right to Life, a maioria conservadora da corte trouxe abaixo os limites nos financiamentos corporativos de anúncios. Três anos depois, a ONG Citizens United expandiu consideravelmente o escopo desta decisão, derrubando qualquer proibição contra corporações de levarem ao ar qualquer anúncio eleitoral de qualquer tipo, a qualquer hora.
Na contra-mão, o jurista John Paul Stevens alertou que a lógica da Suprema Corte, que coloca em pé de igualdade o gasto por corporações com o gasto por indivíduo particular, abriria portas para influência estrangeira em eleições americanas. A decisão dispõe "a mesma proteção às corporações multinacionais controladas por estrangeiros também para indivíduos particulares americanos", escreveu Stevens.
O jurista, em vias de se aposentar, na sua mais longa dissidência, caçoou da maioria das reclamações de que corporações são censuradas na sociedade americana. Tivesse tal decisão posta no cenário pré-Segunda Guerra, ele comenta, propagandas japonesas no Pacífico Sul estariam de acordo com a Primeira Emenda. E embora Stevens tenha continuado a preocupação sobre influência estrangeira em discursos, lobistas reconheceram imediatamente os caminhos pelos quais as corporações poderia tomar vantagem desta decisão.
Em 2010, Cleta Mitchell, uma advogada eleitoral republicana que aconselhou candidatos presidenciais tanto quanto corporações, começou a entregar apresentações em PowerPoint para executivos das maiores associações comerciais. Numa versão chamada "Atividade Política depois de Citizens United: entendendo oportunidades e riscos", apresentada na capital americana, Washignton, em centros de conferências para grupos comerciais, como a Consumer Eletronics Association (CEA), Mitchell destacou que "muitas corporações não se arriscaram no envolvimento próprio nos anúncios”, e também não escolherão trabalhar com comitês que estão sob a tutela dos requerimentos de transparência. Envolvimento tão direto, ela avisa, pode resultar em "problemas para imagem pública da corporação, assim como experimentou a Target".
Ela se refere ao episódio que desde então se tornou notório no mundo corporativo eleitoral, quando a Target e a Best Buy foram as duas das primeiras grandes empresas a tomar vantagem da decisão Citizens United com a doação de US$ 250 mil para as prévias em Minnesota, ao comitê criado para apoiar Tom Emmer, candidato estadual. Mas Emmer foi o mais proeminente opositor aos direitos gays, e quando arquivos revelaram que Target financiou sua campanha, MoveOn.org organizou um boicote às lojas da companhia. O CEO da Target, Gregg Steinhafel, foi forçado a retroceder, e o episódio tornou-se o que James Kahl - conselheiro geral da Comissão Eleitoral Federal que agora aconselha organizações comerciais - chama de "conto de advertência".
Apesar desse caso, a advogada Cleta Mitchell disse que "as associações comercias são as grandes vencedores": sem arquivos, sem transparência, sem problemas.
Tradução de Caio Sarack
No artigo abaixo vemos um resumo de como, nesses últimos anos, as regras foram modificadas para favorecer ainda mais o poder das grandes corporações de direcionarem o processo eleitoral e escolher o novo comandante-em-chefe da maior máquina de destruição e morte do planeta.
Paz
Alexei
Como as corporações estão comprando as eleições dos EUA
A lei dos EUA ainda bane corporações estrangeiras de participarem diretamente nas eleições do país. Mas após um caso vencido na Justiça pela ONG Citizens United, associações como o Instituto Americano do Petróleo, financiado transnacionais, entre elas a maior petroleira saudita, estão livres para gastar como quiserem. O presidente Obama já fez essa denúncia.
Lee Fang - The Nation
No dia 27 de janeiro de 2010, um ano na
presidência, o presidente Barack Obama tratou de um problema no discurso
feito para a ocasião. A Suprema Corte acabara de abrir "as portas a
interesses especiais, incluindo de corporações estrangeiras, para gastar
um montante sem limites nas nossas eleições". Ele se reportava à
decisão judicial para o embate entre a ONG Citizens United e a Comissão
Eleitoral Federal [agência do governo dos EUA que regula o
financiamento eleitoral no país], na qual a corte derrubou uma centena
de leis, garantindo às corporações um novo e vasto campo para
influenciar o resultado das eleições.Nos meses depois do discurso de Obama, o Instituto Americano do Petróleo (API, na silha em inglês), uma associação de indústrias petrolíferas que representa centenas de multinacionais de petróleo e gás, demonstraria o quão premonitório era o aviso do presidente.
Antes da decisão da corte, a API havia entrado em conflito contra o presidente sobre seus esforços em animar as discussões sobre o aquecimento global. Isso demandou anúncios, contratações de lobistas da K Street [avenida de Washington que concentra escritórios de lobby], e o financiamento de estudos controversos para afirmar que até mesmo a mais irrisória regulação legislativa, como a taxa Waxman-Markey de limitação de carbono emitido, arruinaria a economia. O grupo gastou US$ 7,3 milhões em lobbys federais durante o ano em que a taxa era discutida.
Mas chegada a eleições legislativas de meio de mandato, a Citizens United entregou para a API uma bala adicional a seu revólver. O grupo poderia agora enviar doações não reveladas de corporações diretamente para entidades de campanha. Dentre os executivos que lideravam a API naquela época - e ainda hoje faz parte da liderança - estava Tofiq Al-Gabsani, um lobista contratado pelo governo saudita. Al-Gabsani é o diretor-executivo da Saudi Refining Inc., uma total subsidiária da Companhia de Petróleo da Arábia Saudita, a gigante petrolífera estatal mais conhecida como Aramco.
A Aramco, pela sua subsidiária americana, é conhecida por ser um dos maiores doadores da API. De acordo com o Washington Post, a contribuição das maiores empresas atinge cerca de US$ 20 milhões por ano. A API tem, sem muito apuro, 400 empresas membros, mas somente um pequeno grupo de CEOs da indústria de óleo e gás senta-se à mesa de diretores, que analisam as principais decisões sobre campanha política, isto de acordo com os arquivos de negócio estatal e dois ex-executivos da API. Ao lado de grandes empresas americanas como ExxonMobil e ConocoPhillips, um desses diretores foi Al-Gabsani.
A lei americana ainda bane corporações estrangeiras de participarem diretamente nas eleições. Mas depois da Citizens United, associações como API - na qual membros influentes incluem corporações estrangeiras - estão livres para gastar como querem, tranquilizados pelas exigências de divulgação. Estes grupos aproveitam totalmente suas novas liberdades. Enquanto outros comitês de campanha, de centrais sindicais a super comitês políticos, encaram regras rígidas de transparência, associações multinacionais desfrutam de um poder incomparável na manipulação camuflada das eleições usando o dinheiro corporativo.
Grupos financiados pela API foram a força por trás da massiva onda de propagandas negativas para golpear Democratas nas eleições legislativas. O candidato a senador democrata Joe Sestak da Pensilvânia "votou no plano desempregador e censor-limitador de Pelosi", entoou uma propaganda de TV, no período eleitoral, pela Americans for Tax Reform, um dos vários grupos financiados pela API em 2010. Sestak votou pela cobrança na poluição por carbono, a propaganda continua, que institui "uma enorme cobrança que faria as contas públicas e também o preço da gasolina subirem". Sestak perdeu sua disputa para o Senado, e seu assento no Congresso foi um dos 63 tomados pelos Republicanos.
As propagandas bancadas por entidades como API ajudaram numa das maiores decepções da história americana. Pela primeira vez, gastos de grupos externos ofuscaram os gastos do próprio partido. O jovem presidente, com décimos de seu partido e com o Congresso na mão da extrema-direita, foi forçado a abandonar muitos dos seus planos nacionais internos.
Talvez o aspecto mais profundo da derrota democrata desse ano: a esperança de um confronto com o aquecimento global foi perdida. Com eventos climáticos convulsionando no globo, 86% dos recém-chegados republicanos assinaram emenda contra qualquer regulação climática às indústrias petrolíferas. Foi o líder do Congresso, John Boehner, levantar o martelo, e qualquer chance de aprovação de lei climática foi por água abaixo. Deste modo, a derrota democrata foi uma vitória retumbante das companhias de petróleo representadas pela API - e para Arábia Saudita, a maior exportadora de petróleo do mundo.
A Arábia Saudita trabalhou durante anos para obstruir qualquer progresso em reformas climáticas. Apenas semanas antes do discurso feito por Obama à União alertando sobre os perigos do dinheiro corporativo estrangeiro, Mohammad Al-Sabban, conselheiro-sênior do governo saudita de políticas energéticas, ajudou a organizar a oposição ao acordo global climático em Copenhagen. Como muitos dos interesses destes grupos dependem de combustíveis fósseis, Al-Sabban negou até a ideia de que a indústria contribuiu para o aquecimento global. "O clima está mudando há milhares de anos, mas por razões naturais não humanas", disse à BBC News.
Antes da decisão da Suprema Corte, a saudita Aramco estava proibida de usar dinheiro corporativo para influenciar uma eleição americana. A única opção da companhia seria pedir que seus empregados americanos fizessem pequenas doações para comitês políticos transparentes.
Uma decisão de 1990 da Suprema Corte, Austin v. Michigan Chamber of Commerce, requereu que associações comercias desmembrassem-se e fossem rigorosamente reguladas caso solicitassem participar das eleições federais. Estes comitês políticos poderiam somente receber financiamento, às claras, de indivíduos, em quantias limitadas pela Comissão Eleitoral Federal. Associações comerciais foram restringidas na disputa de 2002 pela lei McCain-Feingold, que evitou corporações de levarem ao ar a chamada comunicação eleitoral dentro de 60 dias da eleição. Esse banimento englobou anúncios perniciosos, comerciais onipresentes que são algo como isto: "Ligue para o senador John Smith e o impeça de continuar acabando com empregos!".
Então, em 2007, apenas um ano depois de o juiz Samuel Alito [considerado conservador] assumir o posto da juíza Sandra Day O'Connor, e também somente dois anos na gestão de John Roberts como chefe da Suprema Corte, esta foi trabalhar na revogação de todas as restrições. Naquele ano, no caso Federal Election Commission v. Wisconsin Right to Life, a maioria conservadora da corte trouxe abaixo os limites nos financiamentos corporativos de anúncios. Três anos depois, a ONG Citizens United expandiu consideravelmente o escopo desta decisão, derrubando qualquer proibição contra corporações de levarem ao ar qualquer anúncio eleitoral de qualquer tipo, a qualquer hora.
Na contra-mão, o jurista John Paul Stevens alertou que a lógica da Suprema Corte, que coloca em pé de igualdade o gasto por corporações com o gasto por indivíduo particular, abriria portas para influência estrangeira em eleições americanas. A decisão dispõe "a mesma proteção às corporações multinacionais controladas por estrangeiros também para indivíduos particulares americanos", escreveu Stevens.
O jurista, em vias de se aposentar, na sua mais longa dissidência, caçoou da maioria das reclamações de que corporações são censuradas na sociedade americana. Tivesse tal decisão posta no cenário pré-Segunda Guerra, ele comenta, propagandas japonesas no Pacífico Sul estariam de acordo com a Primeira Emenda. E embora Stevens tenha continuado a preocupação sobre influência estrangeira em discursos, lobistas reconheceram imediatamente os caminhos pelos quais as corporações poderia tomar vantagem desta decisão.
Em 2010, Cleta Mitchell, uma advogada eleitoral republicana que aconselhou candidatos presidenciais tanto quanto corporações, começou a entregar apresentações em PowerPoint para executivos das maiores associações comerciais. Numa versão chamada "Atividade Política depois de Citizens United: entendendo oportunidades e riscos", apresentada na capital americana, Washignton, em centros de conferências para grupos comerciais, como a Consumer Eletronics Association (CEA), Mitchell destacou que "muitas corporações não se arriscaram no envolvimento próprio nos anúncios”, e também não escolherão trabalhar com comitês que estão sob a tutela dos requerimentos de transparência. Envolvimento tão direto, ela avisa, pode resultar em "problemas para imagem pública da corporação, assim como experimentou a Target".
Ela se refere ao episódio que desde então se tornou notório no mundo corporativo eleitoral, quando a Target e a Best Buy foram as duas das primeiras grandes empresas a tomar vantagem da decisão Citizens United com a doação de US$ 250 mil para as prévias em Minnesota, ao comitê criado para apoiar Tom Emmer, candidato estadual. Mas Emmer foi o mais proeminente opositor aos direitos gays, e quando arquivos revelaram que Target financiou sua campanha, MoveOn.org organizou um boicote às lojas da companhia. O CEO da Target, Gregg Steinhafel, foi forçado a retroceder, e o episódio tornou-se o que James Kahl - conselheiro geral da Comissão Eleitoral Federal que agora aconselha organizações comerciais - chama de "conto de advertência".
Apesar desse caso, a advogada Cleta Mitchell disse que "as associações comercias são as grandes vencedores": sem arquivos, sem transparência, sem problemas.
Tradução de Caio Sarack
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Indiguine-se
Especuladores inúteis que vivem no luxo enquanto tratam a economia como um cassino estão culpando você, trabalhador produtivo, pela crise na economia. Usam seus pseudo-jornalistas mercenários para envenenar-te contra ti mesmo. Querem te convencer que o seu salário está alto demais. Vocês trabalhadores recebem auxilio demais do governo. Vocês custam demais para eles. Vocês não trabalham o bastante para honrar seus compromissos. Vocês devem pagar pelos benefícios que receberam. Vocês não tem qualificação para continuarem empregados. Vocês são o estorvo, vocês SÃO o problema.
Não aceite esse lixo
Indiguine-se agora
Paz
Alexei
Não aceite esse lixo
Indiguine-se agora
Paz
Alexei
Indignados da Espanha em assembleia permanente para “ocupar” o Congresso
Ativistas pretendem levar milhares ao centro de Madri, no dia 25 de setembro, para tomar as ruas no entorno do Parlamento e rodeá-lo de gente. Ato “Ocupa o Congresso” pretende chamar a população para o “resgate da cidadania” e reforçar as críticas ao modelo atual de democracia. Protesto vai além da contestação aos políticos e propõe a abertura de um processo constituinte. A reportagem é de Guilherme Kolling, direto de Madri.
Guilherme Kolling, de Madri
Madri - Dia 1º de setembro, sábado
ensolarado e ameno em Madri. Cerca de 100 pessoas se reúnem em um
círculo formado em um recanto do Parque do Retiro. Passam um megafone de
mão em mão, debatem, anotam. A conversa tem início as 11h e só termina
por volta das 20h. No domingo, o evento se repete, no mesmo local e
horário.
O mês começou com reuniões diárias dos Indignados da Espanha. As assembleias prosseguirão até o dia 25, quando um coletivo de grupos da sociedade civil fará um grande ato chamado “Ocupa o Congresso”. A ideia é levar milhares para as ruas, rodear o Parlamento de gente em nome de um “resgate” do Legislativo e da cidadania. “Os mercados sequestraram o Congresso e a política foi roubada dos cidadãos”, argumentaram ativistas em um dos encontros no parque.
A expressão “resgate” faz referência indireta ao repasse de 100 bilhões de euros da União Europeia para salvar o sistema bancário espanhol. O recurso chegará à custa de muito sacrifício da população, afetada pelos cortes drásticos no orçamento - 65 bilhões de uma tacada -, que atingem os serviços de saúde e educação, além dos rendimentos de funcionários públicos, aposentados e desempregados (um quarto da população economicamente ativa).
O pacote anunciado pela gestão do Partido Popular de Mariano Rajoy para diminuir o endividamento do país ibérico inclui ainda uma subida da carga tributária. Primeiro foi o imposto de renda, no início do ano, e agora entrou em vigor o aumento do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), que abrange quase todos os setores da economia, alterando desde o preço do metrô (que já havia sido reajustado em maio) até produtos de alimentação.
As medidas não estavam previstas no plano de governo do PP. O povo saiu às ruas ao longo de todo o primeiro semestre para protestar. Ninguém parece estar de acordo com o duro ajuste fiscal. O próprio Rajoy admite que é contrário a essas ações impopulares, mas justifica que não há outra saída nesse momento.
Ou seja, as decisões não são mais tomadas em Madri, mas em Bruxelas, onde fica a Comissão Europeia, e em Berlim, capital da Alemanha, principal economia do bloco. Para os Indignados, mais uma prova da falência do atual sistema democrático na Espanha - “Le llaman democracia esto no es!” é uma das palavras de ordem do grupo. Falta força ao governo para defender a soberania nacional e sobra contrariedade na população, que protesta contra suas medidas.
No Congresso, emblema do sistema democrático espanhol, houve poucos debates quando Rajoy anunciou os cortes - a maioria dos parlamentares é governista. Além disso, o local está patrulhado ostensivamente por policiais há quase dois meses. Nos dias mais tensos, furgões, grades e homens armados controlam duas quadras da rua Cedaceros, onde está o prédio em que os deputados federais dão expediente. Tudo para evitar protestos no local.
A norma deve ser desafiada no dia 25 de setembro, o 25-S, como dizem os espanhóis. Antes disso, no dia 15, os principais sindicatos do país pretendem fazer um megaprotesto contra os cortes, propondo um referendo popular para avaliar as medidas do governo. O outono será quente nas ruas de Madri.
Evolução no discurso e resultados concretos
Há um ano e meio, em 15 de maio de 2011, os olhos do mundo estavam voltados para a Puerta del Sol, no centro de Madri, onde um grupo de jovens saiu às ruas para protestar contra o sistema político do país. Conhecidos como Os Indignados, o coletivo pedia “democracia real já” e dizia que os políticos não os representavam. “Que no, que no, que nos representan!”
Apresentando-se como os 99% da população que estavam insatisfeitos com a política que beneficia o 1% que está ao lado do capital financeiro internacional, o 15-M (referência à data 15 de maio) sustentava que a crise financeira não deveria ser paga com sacrifícios do povo, mas sim pelos banqueiros. “Esa crise no la pagamos!”
A mobilização inicial durou três meses, em toda a Espanha, e, segundo pesquisas, cerca de 4 milhões de espanhóis participaram de algum ato do 15-M em todo o país. Contrários a todos os partidos e até mesmo aos sindicatos, o movimento recebeu algumas críticas pelo seu niilismo, que não viria acompanhado de propostas.
Entretanto, os Indignados fomentaram a criação de assembleias de bairros e apoiaram grupos que trabalham, por exemplo, a questão da moradia, uma tema que ganhou mais importância devido ao aumento exponencial de casos de despejo de pessoas que não conseguiram mais pagar sua hipoteca após a crise. E, em um ano, o 15-M catalogou 14.700 propostas para mudar o sistema.
Nessa linha evolutiva, do protesto às propostas, fica claro nas discussões das assembleias preparatórias ao Ocupa o Congresso a preocupação em não apenas criticar o sistema, mas dar um passo adiante, buscar soluções.
“De que adianta derrubar um governo que é ilegítimo se logo entra outro que fará a mesma coisa?Por isso é importante discutir o sistema, queremos mudar o modelo que está aí”, disse um dos ativistas durante a assembleia de sábado no Parque do Retiro. Seus companheiros levantaram os braços e chacoalharam as mãos, sinal utilizado pelos Indignados para dizer que estão de acordo. “Em diversas discussões, percebo que já não se fala mais dos problemas do PP ou do PSOE (principais partidos na Espanha). Muita gente já se deu conta de que é preciso mudar o regime, isso é que se está sendo discutido”, comemorava outro integrante dos Indignados.
O consenso nas reuniões é de que o ato de 25 de setembro não acabe na ação simbólica do dia, deve ser o marco para o início de um processo constituinte participativo e contínuo, uma transição democrática até se chegar a um novo modelo em que o cidadão seja mais ouvido.
A coordenação do 25-S já explicita a proposta em sua página na internet (http://coordinadora25s.wordpress.com), em que fala da “injusta situação atual de perda de direitos em saúde, educação, serviços sociais, emprego e moradia” e propõe o início de um processo que leve a Espanha “a um novo modelo social, baseado na soberania popular participativa”.
O ambiente é propício para isso. Diversos setores da sociedade, inclusive partidos políticos, defendem mudanças constitucionais, fala-se em uma nova lei eleitoral e, nas ruas, a crise e a ineficiência do atual sistema são temas recorrentes nas conversas do cidadãos, seja em paradas de ônibus, bares ou no metrô.
Para completar o quadro, segundo pesquisas divulgadas em agosto, os políticos estão entre as categorias com maior rejeição da opinião pública, rivalizando com os banqueiros na disputa pela última colocação das instituições-setores pior avaliadas pela sociedade espanhola.
Ativistas de Barcelona alertam para guerra midiática
No dia 3 de setembro, ativistas de Barcelona foram a Madri para expor aos organizadores do ato Ocupa o Congresso a experiência que tiveram em uma ação parecida no entorno do Parlamento da Catalunha, realizada em junho de 2011.
Na época, os Indignados catalães queriam evitar a votação de um orçamento para sua província com cortes que já haviam sido definidos pela União Europeia e que não estavam previstos nas plataformas eleitorais de nenhum partido.
Depois de uma vigília noturna em frente ao Legislativo na véspera da votação, os manifestantes passaram o dia seguinte no local, com propostas como a de um orçamento participativo. Milhares de pessoas ficaram lá de forma pacífica. Mas houve atos de hostilidade na chegada de alguns parlamentares e confrontos pontuais com a polícia.
Nos meios de comunicação, a única mensagem exposta foi a de que houve violência em Barcelona. “Por isso é muito importante estar preparado para a guerra midiática. Ainda mais aqui em Madri, onde já há ataques ao movimento antes de ele ocorrer”, observou um ativista de Barcelona, em referência às críticas de representantes do governo de Madri e de jornais como o conservador La Razón ao Ocupa o Congresso.
Um das principais preocupações da organização do 25-S é que não haja enfrentamento com a polícia. É consenso que será uma ato de não violência, mas o desafio é evitar distúrbios numa massa de dezenas de milhares de pessoas e num ambiente que será de tensão, tendo em vista que haverá sessão no Congresso e um grande contingente de policiais será mobilizado.
Também já foi definido que não se pretende evitar a passagem dos parlamentares e muito menos a sessão do dia. Nessas três semanas que antecedem o ato, os ativistas pretendem deixar muito claro nas redes sociais e nos meios de comunicação o caráter pacífico da ação.
O objetivo é garantir que o momento seja de difusão da mensagem de que o sistema político tem problemas e que a sociedade espanhola precisa discutir mudanças, sem perder espaço para ataques ou rótulos que já estão sendo ventilados, como o de “violência de grupos anti-sistema” ou “golpe de estado, num ataque ao Congresso”.
O mês começou com reuniões diárias dos Indignados da Espanha. As assembleias prosseguirão até o dia 25, quando um coletivo de grupos da sociedade civil fará um grande ato chamado “Ocupa o Congresso”. A ideia é levar milhares para as ruas, rodear o Parlamento de gente em nome de um “resgate” do Legislativo e da cidadania. “Os mercados sequestraram o Congresso e a política foi roubada dos cidadãos”, argumentaram ativistas em um dos encontros no parque.
A expressão “resgate” faz referência indireta ao repasse de 100 bilhões de euros da União Europeia para salvar o sistema bancário espanhol. O recurso chegará à custa de muito sacrifício da população, afetada pelos cortes drásticos no orçamento - 65 bilhões de uma tacada -, que atingem os serviços de saúde e educação, além dos rendimentos de funcionários públicos, aposentados e desempregados (um quarto da população economicamente ativa).
O pacote anunciado pela gestão do Partido Popular de Mariano Rajoy para diminuir o endividamento do país ibérico inclui ainda uma subida da carga tributária. Primeiro foi o imposto de renda, no início do ano, e agora entrou em vigor o aumento do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), que abrange quase todos os setores da economia, alterando desde o preço do metrô (que já havia sido reajustado em maio) até produtos de alimentação.
As medidas não estavam previstas no plano de governo do PP. O povo saiu às ruas ao longo de todo o primeiro semestre para protestar. Ninguém parece estar de acordo com o duro ajuste fiscal. O próprio Rajoy admite que é contrário a essas ações impopulares, mas justifica que não há outra saída nesse momento.
Ou seja, as decisões não são mais tomadas em Madri, mas em Bruxelas, onde fica a Comissão Europeia, e em Berlim, capital da Alemanha, principal economia do bloco. Para os Indignados, mais uma prova da falência do atual sistema democrático na Espanha - “Le llaman democracia esto no es!” é uma das palavras de ordem do grupo. Falta força ao governo para defender a soberania nacional e sobra contrariedade na população, que protesta contra suas medidas.
No Congresso, emblema do sistema democrático espanhol, houve poucos debates quando Rajoy anunciou os cortes - a maioria dos parlamentares é governista. Além disso, o local está patrulhado ostensivamente por policiais há quase dois meses. Nos dias mais tensos, furgões, grades e homens armados controlam duas quadras da rua Cedaceros, onde está o prédio em que os deputados federais dão expediente. Tudo para evitar protestos no local.
A norma deve ser desafiada no dia 25 de setembro, o 25-S, como dizem os espanhóis. Antes disso, no dia 15, os principais sindicatos do país pretendem fazer um megaprotesto contra os cortes, propondo um referendo popular para avaliar as medidas do governo. O outono será quente nas ruas de Madri.
Evolução no discurso e resultados concretos
Há um ano e meio, em 15 de maio de 2011, os olhos do mundo estavam voltados para a Puerta del Sol, no centro de Madri, onde um grupo de jovens saiu às ruas para protestar contra o sistema político do país. Conhecidos como Os Indignados, o coletivo pedia “democracia real já” e dizia que os políticos não os representavam. “Que no, que no, que nos representan!”
Apresentando-se como os 99% da população que estavam insatisfeitos com a política que beneficia o 1% que está ao lado do capital financeiro internacional, o 15-M (referência à data 15 de maio) sustentava que a crise financeira não deveria ser paga com sacrifícios do povo, mas sim pelos banqueiros. “Esa crise no la pagamos!”
A mobilização inicial durou três meses, em toda a Espanha, e, segundo pesquisas, cerca de 4 milhões de espanhóis participaram de algum ato do 15-M em todo o país. Contrários a todos os partidos e até mesmo aos sindicatos, o movimento recebeu algumas críticas pelo seu niilismo, que não viria acompanhado de propostas.
Entretanto, os Indignados fomentaram a criação de assembleias de bairros e apoiaram grupos que trabalham, por exemplo, a questão da moradia, uma tema que ganhou mais importância devido ao aumento exponencial de casos de despejo de pessoas que não conseguiram mais pagar sua hipoteca após a crise. E, em um ano, o 15-M catalogou 14.700 propostas para mudar o sistema.
Nessa linha evolutiva, do protesto às propostas, fica claro nas discussões das assembleias preparatórias ao Ocupa o Congresso a preocupação em não apenas criticar o sistema, mas dar um passo adiante, buscar soluções.
“De que adianta derrubar um governo que é ilegítimo se logo entra outro que fará a mesma coisa?Por isso é importante discutir o sistema, queremos mudar o modelo que está aí”, disse um dos ativistas durante a assembleia de sábado no Parque do Retiro. Seus companheiros levantaram os braços e chacoalharam as mãos, sinal utilizado pelos Indignados para dizer que estão de acordo. “Em diversas discussões, percebo que já não se fala mais dos problemas do PP ou do PSOE (principais partidos na Espanha). Muita gente já se deu conta de que é preciso mudar o regime, isso é que se está sendo discutido”, comemorava outro integrante dos Indignados.
O consenso nas reuniões é de que o ato de 25 de setembro não acabe na ação simbólica do dia, deve ser o marco para o início de um processo constituinte participativo e contínuo, uma transição democrática até se chegar a um novo modelo em que o cidadão seja mais ouvido.
A coordenação do 25-S já explicita a proposta em sua página na internet (http://coordinadora25s.wordpress.com), em que fala da “injusta situação atual de perda de direitos em saúde, educação, serviços sociais, emprego e moradia” e propõe o início de um processo que leve a Espanha “a um novo modelo social, baseado na soberania popular participativa”.
O ambiente é propício para isso. Diversos setores da sociedade, inclusive partidos políticos, defendem mudanças constitucionais, fala-se em uma nova lei eleitoral e, nas ruas, a crise e a ineficiência do atual sistema são temas recorrentes nas conversas do cidadãos, seja em paradas de ônibus, bares ou no metrô.
Para completar o quadro, segundo pesquisas divulgadas em agosto, os políticos estão entre as categorias com maior rejeição da opinião pública, rivalizando com os banqueiros na disputa pela última colocação das instituições-setores pior avaliadas pela sociedade espanhola.
Ativistas de Barcelona alertam para guerra midiática
No dia 3 de setembro, ativistas de Barcelona foram a Madri para expor aos organizadores do ato Ocupa o Congresso a experiência que tiveram em uma ação parecida no entorno do Parlamento da Catalunha, realizada em junho de 2011.
Na época, os Indignados catalães queriam evitar a votação de um orçamento para sua província com cortes que já haviam sido definidos pela União Europeia e que não estavam previstos nas plataformas eleitorais de nenhum partido.
Depois de uma vigília noturna em frente ao Legislativo na véspera da votação, os manifestantes passaram o dia seguinte no local, com propostas como a de um orçamento participativo. Milhares de pessoas ficaram lá de forma pacífica. Mas houve atos de hostilidade na chegada de alguns parlamentares e confrontos pontuais com a polícia.
Nos meios de comunicação, a única mensagem exposta foi a de que houve violência em Barcelona. “Por isso é muito importante estar preparado para a guerra midiática. Ainda mais aqui em Madri, onde já há ataques ao movimento antes de ele ocorrer”, observou um ativista de Barcelona, em referência às críticas de representantes do governo de Madri e de jornais como o conservador La Razón ao Ocupa o Congresso.
Um das principais preocupações da organização do 25-S é que não haja enfrentamento com a polícia. É consenso que será uma ato de não violência, mas o desafio é evitar distúrbios numa massa de dezenas de milhares de pessoas e num ambiente que será de tensão, tendo em vista que haverá sessão no Congresso e um grande contingente de policiais será mobilizado.
Também já foi definido que não se pretende evitar a passagem dos parlamentares e muito menos a sessão do dia. Nessas três semanas que antecedem o ato, os ativistas pretendem deixar muito claro nas redes sociais e nos meios de comunicação o caráter pacífico da ação.
O objetivo é garantir que o momento seja de difusão da mensagem de que o sistema político tem problemas e que a sociedade espanhola precisa discutir mudanças, sem perder espaço para ataques ou rótulos que já estão sendo ventilados, como o de “violência de grupos anti-sistema” ou “golpe de estado, num ataque ao Congresso”.
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
O neo-equatoriano
"Unir contra a opressão"
- Declaração oficial a partir da Embaixada Equatoriana
por Julian Assange
[*]
Estou aqui porque não posso estar mais próximo de vocês.
Obrigado por estarem aqui.
Obrigado pela vossa resolução e generosidade de espírito.
Na quarta-feira à noite, depois de uma ameaça enviada a esta embaixada e de a polícia ter descido sobre este edifício, vocês vieram no meio da noite para guardarem-no e convosco trouxeram os olhos do mundo.
Dentro da embaixada, após escurecer, eu podia ouvir equipes da polícia a enxamearam dentro do edifício através da escada de incêndio interna.
Mas eu sabia que ali estariam testemunhas.
Se o Reino Unido não jogou fora as Convenções de Viena naquela noite foi porque o mundo estava a observar.
E o mundo estava a observar porque vocês estavam ali.
Da próxima vez que alguém lhes disser que é inútil defender os direitos que valorizamos, recordem-se da vossa vigília na escuridão do lado de fora da Embaixada do Equador – e de como pela manhã o sol nasceu num mundo diferente, e de uma corajosa nação latino-americana que se ergue pela justiça.
E assim, àquelas pessoas corajosas:
Agradeço ao Presidente Correa pela coragem que tem mostrado ao considerar e garantir-me asilo político.
E agradeço ao governo e ao ministro das Relações Exteriores, Ricardo Patiño, que tem sustentado a constituição equatoriana e a sua noção de direitos universais ao considerar o meu caso.
E ao povo equatoriano por apoiar e defender a sua constituição.
Tenho uma dívida de gratidão para com a equipe desta embaixada cujas famílias vivem em Londres e que têm manifestado hospitalidade e gentileza para comigo apesar das ameaças que têm recebido.
Nesta sexta-feira haverá uma reunião de emergência em Washington D.C. dos ministros dos Negócios Estrangeiros da América Latina para tratar desta situação.
Assim, estou grato aos povos e governos da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Peru, Venezuela e todos os outros países latino-americanos que vieram em defesa do direito de asilo.
Ao povo dos Estados Unidos, do Reino Unido, da Suécia e da Austrália que me têm apoiado com força, ao passo que os seus governos não. E àquelas cabeças mais sábias no governo que ainda estão a combater pela justiça. Este dia chegará.
À equipe, apoiantes e fontes do WikiLeaks cuja coragem, compromisso e lealdade nunca se viu igual.
À minha família e meu filho a quem foi negado o seu pai. perdoe-me. Estaremos reunidos em breve.
Como a WikiLeaks permanece sob ameaça, assim também permanece a liberdade de expressão e a saúda das nossas sociedades.
Devemos utilizar este momento para articular a opção com que se depara o governo dos Estados Unidos da América.
Retornará e reafirmará os valores sobre os quais foi fundado?
Ou inclinar-se-á para o precipício arrastando-nos todos para um mundo perigoso e opressivo no qual jornalistas caem silenciosos sob o medo da perseguição e os cidadãos devem murmurar na escuridão?
Digo que deve voltar atrás.
Peço ao Presidente Obama que faça a coisa certa.
Os Estados Unidos devem renunciar à sua caçada de feiticeiras contra a WikiLeaks.
Os Estados Unidos devem desfazer a sua investigação do FBI.
Os Estados Unidos devem prometer que não procurarão processar nossa equipe ou nossos apoiantes.
Os Estados Unidos devem comprometer-se perante o mundo a que não perseguirão jornalistas por lançarem uma luz sobre os crimes secretos dos poderosos.
Não deve haver mais conversas tolas acerca de processar qualquer organização de media, seja a WikiLeaks ou o New York Times.
A guerra da administração estado-unidense aos denunciantes deve acabar.
Thomas Drake, William Binney, John Kirakou e os outros heróicos denunciantes dos EUA devem ser perdoados e compensados pelos sofrimentos que aguentaram ao serviço do registo público.
E o soldado do Exército que permanece numa prisão militar em Fort Leavenworth, Kansas, que a ONU descobriu tem aguentado meses de detenção tormentosa em Quantico, Virginia, e que ainda tem – após dois anos de prisão – de ir a julgamento, deve ser libertado.
E se Bradley Manning realmente fez aquilo de que é acusado, ele é um herói, um exemplo para todos nós e um dos mais importantes prisioneiros políticos do mundo.
Bradley Manning deve ser libertado.
Na quarta-feira, Bradley Manning passou o seu 815º dia de detenção, sem julgamento. O máximo legal é 120 dias.
Na quinta-feira, meu amigo Nabeel Rajab, foi sentenciado a três anos por um tweet.
Na sexta-feira, uma banda russa foi sentenciada a dois anos na prisão por uma actuação política.
Há unidade na opressão.
Deve haver absoluta unidade e determinação na resposta.
Obrigado por estarem aqui.
Obrigado pela vossa resolução e generosidade de espírito.
Na quarta-feira à noite, depois de uma ameaça enviada a esta embaixada e de a polícia ter descido sobre este edifício, vocês vieram no meio da noite para guardarem-no e convosco trouxeram os olhos do mundo.
Dentro da embaixada, após escurecer, eu podia ouvir equipes da polícia a enxamearam dentro do edifício através da escada de incêndio interna.
Mas eu sabia que ali estariam testemunhas.
Se o Reino Unido não jogou fora as Convenções de Viena naquela noite foi porque o mundo estava a observar.
E o mundo estava a observar porque vocês estavam ali.
Da próxima vez que alguém lhes disser que é inútil defender os direitos que valorizamos, recordem-se da vossa vigília na escuridão do lado de fora da Embaixada do Equador – e de como pela manhã o sol nasceu num mundo diferente, e de uma corajosa nação latino-americana que se ergue pela justiça.
E assim, àquelas pessoas corajosas:
Agradeço ao Presidente Correa pela coragem que tem mostrado ao considerar e garantir-me asilo político.
E agradeço ao governo e ao ministro das Relações Exteriores, Ricardo Patiño, que tem sustentado a constituição equatoriana e a sua noção de direitos universais ao considerar o meu caso.
E ao povo equatoriano por apoiar e defender a sua constituição.
Tenho uma dívida de gratidão para com a equipe desta embaixada cujas famílias vivem em Londres e que têm manifestado hospitalidade e gentileza para comigo apesar das ameaças que têm recebido.
Nesta sexta-feira haverá uma reunião de emergência em Washington D.C. dos ministros dos Negócios Estrangeiros da América Latina para tratar desta situação.
Assim, estou grato aos povos e governos da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Peru, Venezuela e todos os outros países latino-americanos que vieram em defesa do direito de asilo.
Ao povo dos Estados Unidos, do Reino Unido, da Suécia e da Austrália que me têm apoiado com força, ao passo que os seus governos não. E àquelas cabeças mais sábias no governo que ainda estão a combater pela justiça. Este dia chegará.
À equipe, apoiantes e fontes do WikiLeaks cuja coragem, compromisso e lealdade nunca se viu igual.
À minha família e meu filho a quem foi negado o seu pai. perdoe-me. Estaremos reunidos em breve.
Como a WikiLeaks permanece sob ameaça, assim também permanece a liberdade de expressão e a saúda das nossas sociedades.
Devemos utilizar este momento para articular a opção com que se depara o governo dos Estados Unidos da América.
Retornará e reafirmará os valores sobre os quais foi fundado?
Ou inclinar-se-á para o precipício arrastando-nos todos para um mundo perigoso e opressivo no qual jornalistas caem silenciosos sob o medo da perseguição e os cidadãos devem murmurar na escuridão?
Digo que deve voltar atrás.
Peço ao Presidente Obama que faça a coisa certa.
Os Estados Unidos devem renunciar à sua caçada de feiticeiras contra a WikiLeaks.
Os Estados Unidos devem desfazer a sua investigação do FBI.
Os Estados Unidos devem prometer que não procurarão processar nossa equipe ou nossos apoiantes.
Os Estados Unidos devem comprometer-se perante o mundo a que não perseguirão jornalistas por lançarem uma luz sobre os crimes secretos dos poderosos.
Não deve haver mais conversas tolas acerca de processar qualquer organização de media, seja a WikiLeaks ou o New York Times.
A guerra da administração estado-unidense aos denunciantes deve acabar.
Thomas Drake, William Binney, John Kirakou e os outros heróicos denunciantes dos EUA devem ser perdoados e compensados pelos sofrimentos que aguentaram ao serviço do registo público.
E o soldado do Exército que permanece numa prisão militar em Fort Leavenworth, Kansas, que a ONU descobriu tem aguentado meses de detenção tormentosa em Quantico, Virginia, e que ainda tem – após dois anos de prisão – de ir a julgamento, deve ser libertado.
E se Bradley Manning realmente fez aquilo de que é acusado, ele é um herói, um exemplo para todos nós e um dos mais importantes prisioneiros políticos do mundo.
Bradley Manning deve ser libertado.
Na quarta-feira, Bradley Manning passou o seu 815º dia de detenção, sem julgamento. O máximo legal é 120 dias.
Na quinta-feira, meu amigo Nabeel Rajab, foi sentenciado a três anos por um tweet.
Na sexta-feira, uma banda russa foi sentenciada a dois anos na prisão por uma actuação política.
Há unidade na opressão.
Deve haver absoluta unidade e determinação na resposta.
19/Agosto/2012
[*]
Fundador da
WikiLeaks
.
O original encontra-se em http://www.countercurrents.org/assange190812.htm
Este discurso encontra-se em http://resistir.info/ .
domingo, 15 de julho de 2012
E a liberdade de expressão no Paraguai?
http://paraguayresiste.com |
Os golpistas do Paraguai censuram, demitem jornalistas e
fecham rádios comunitárias com a cumplicidade da mesma mídia – local e mundial –
que adora clamar cinicamente por “liberdade de expressão”. Nesta semana, a
Federação Internacional dos Jornalistas (FIP) divulgou nota denunciando que “os
trabalhadores da imprensa sofrem ameaças em seus postos de trabalho em função
das opiniões que assumem publicamente” e que “o temor de perder o emprego opera
mais forte do que a pior das censuras”.
Segundo Vicente Páez, secretário-geral do Sindicato dos
Jornalistas do Paraguai, “os meios de comunicação privados reduziram os
espaços
dedicados às mobilizações contra a ruptura da ordem democrática”.
Notícias
sobre protestos em várias partes do país são censuradas e o governo e a
mídia
golpista vendem a imagem de que reina a paz. Já antes do golpe, a
imprensa
tentou criar um clima de pânico na sociedade. “As corporações midiáticas
foram complacentes com a destituição de Lugo”, afirma Páez.
Por sua vez, Alcides Villamayor, representante da Associação
Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc) no Paraguai, tem alertado para o
risco de um “cerco legal” contra estas emissoras. Em recente entrevista, Carlos
Gómez Zelada, novo chefe da Comissão Nacional de Telecomunicações, anunciou que
“200 rádios perderão as suas concessões”. Villamayor, que também é dirigente da
Associação Paraguai de Comunicação Comunitária, garante que a liberdade de
expressão está em perigo no país.
TV Pública atacada pelos golpistas
Um dos alvos principais dos trogloditas que usurparam o
poder é a TV Pública do Paraguai. No mesmo dia da deposição de Lugo, em 22 de
junho, Christian Vázquez, jagunço dos golpistas, visitou a sede da emissora, em
Assunção, e exigiu que fosse tirado do ar o programa “Micrófono Abierto”. Ele não
obteve êxito porque os trabalhadores resistiram e, na sequência, várias populares
se concentraram na sede, que virou um dos principais polos de resistência ao
golpe.
Gustavo Granero, vice-presidente da FIP, lembra que, além
das constantes ameaças à TV Pública, a Rádio Nacional do Paraguai também deixou
de exibir a sua programação habitual. Programas de organizações sociais, como a
dos jovens e a dos migrantes no exterior, foram tirados do ar. Para ele, “é
muito preocupante o que ocorre no Paraguai”. Governo e empresários censuram e a
mídia monopolizada tornou-se o principal partido dos golpistas. Ele alerta para
a urgência da solidariedade internacional.
Monopólio da mídia privada
Para o jornalista Washington Uranga, do diário argentino
Página 12, não há mais liberdade de expressão no Paraguai. “Dezenas de repórteres,
comunicadores sociais e produtores estão sendo demitidos da Rádio Nacional, da
Televisão Pública, da agência de notícias oficial IP Paraguay e da Secretaria
de Informação e Comunicação (Sicom). As demissões, sem causa justificada,
apoiam-se em argumentos ideológicos e políticos. Além disso, os correios
eletrônicos de muitos jornalistas sofreram inexplicável bloqueio”.
Com a destruição dos meios públicos e comunitários, a única voz que
impera é a dos monopólios privados. "Os diários de maior circulação no
país, ABC Color e Ultima Hora, foram permanentes
instigadores do julgamento político contra Lugo e suas páginas
justificam o
golpe institucional. ABC pertence ao grupo Zuccolillo, tradicional
aliado do
Partido Colorado, que patrocinou o golpe e aspira chegar ao poder nas
eleições
de abril do próximo ano. Ultima Hora é do grupo Vierce, dono também da
Telefuturo, La Tele e de dez rádios espalhadas por todo o país. Todos
estes
veículos atacaram, de maneira infundada, a Lugo”.
O silêncio dos falsários
Diante deste quadro dramático, nenhuma corporação midiática – do Brasil ou da maior parte do mundo – condena os atentados à
democracia e à liberdade de expressão no Paraguai. A Sociedade Americana de
Prensa (SIP) não dá os seus costumeiros chiliques, sempre dirigidos contra os
governos progressistas da região. Os “calunistas” amestrados da TV Globo, Veja,
Estadão ou Folha não se pronunciam sobre a censura, a demissão de jornalistas e
o fechamento das rádios comunitários. São uns falsários!
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