quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Seguem as prisões arbitrárias e a censura na Tailândia

Tentem imaginar o que diria a mídia se Hugo Chavez tivesse chegado ao poder graças a dois golpes de estado, mesmo após ter perdido 4 eleições seguidas, e se, quando o povo fosse, EM MASSA, pedir por novas eleições, ele respondesse matando mais de 80 MANIFESTANTES (e incluindo alguns jornalistas estrangeiros que estavam tentando cobrir o evento), prendesse seus lideres, mantivesse indefinidamente o país em estado de emergência, prendendo arbitrariamente quem ele quisesse, sem necessidade de processo judicial (fazendo nada menos que 435 PRESOS POLÍTICOS), censurando e fechando toda a mídia de oposição por decreto. Tentem imaginar a indignação mundial. Pois isso ESTÁ OCORRENDO AGORA não na Venezuela, mas na TAILÂNDIA, mas como o ditador no caso não é Chavez e sim um dos queridinhos dos EUA chamado Abhisit Vejjajiva (quem?), não recebemos UMA ÚNICA NOTÍCIA!!!

Em maio, quando os "camisas vermelhas" pediram pela volta da democracia pacificamente (sim, eles eram pacíficos), nossa mídia tratou de mostrá-los como arruaceiros violentos. Agora que eles foram silenciados, é nossa obrigação não deixar mais esse crime cair no esquecimento.

Leiam essa:

Paz!
Alexei


2010-06-26

ÁSIA/TAILÂNDIA - “Camisas vermelhas” no cárcere e contas bancárias bloqueadas: a reconciliação se distancia

Bangcoc (Agência Fides) – 435 representantes dos “camisas vermelhas” ainda nos cárceres; as contas bancárias de 83 pessoas, suspeitas de terem apoiado o protesto vermelho, estão bloqueadas pelo governo: depois de dois meses das manifestações de protesto dos “camisas vermelhas” pelas estradas de Bangcoc, tais medidas mostram com evidência que “a reconciliação nacional esta ainda muito longe”, ressalta uma fonte católica de Fides na Tailândia. A última medida de “bloqueio financeiro” atingiu alguns parentes do ex-premiê em exílio Thaksin Shinawatra, além de 23 políticos, 15 empresários, 17 líderes vermelhos, 5 militares aposentados.
Segundo as fontes de Fides, as manifestações que causaram 88 mortos, 1.900 feridos e uma grande violência final – alimentaram um ressentimento que ainda gira pela sociedade e que o governo faz pouco para evitar. Em Bangcoc e em 23 províncias do norte está ainda em vigor o “estado de emergência” (passo imediatamente antes da lei marcial), que dá aos militares o poder de prender e interrogar os suspeitos, de censurar tv, rádio e meios de informação e aplicar formas de controle pouco democráticas. O governo justifica tais soluções com razões de “ameaças contra a segurança nacional”. Assim, mais de 1.100 sites de internet foram bloqueados, quatro revistas filo-Thaksin e numerosas Tvs e rádios próximas da oposição foram fechadas.
Segundo os observadores, a “road map” para a reconciliação, novamente anunciada nos dias passados pelo governo – que prevê uma investigação independente sobre as violências de maio passado – corre o rico de falir antes de começar. “o governo está violando os direitos humanos fundamentais” – disse Krittiya Archavanikul, do Centro para os Direitos Humanos da Universidade de Mahidol.
Fontes de Fides na comunidade católica tailandesa, desaprovam tais medidas, dizem que “é preciso iniciar um processo de cura das feridas da sociedade. Com esta política de repressão, a reconciliação se distancia. O governo está buscando reduzir ao silêncio a oposição e isto vai contra a democracia. Os líderes da oposição começam a ter medo. Muitos temem que se construa uma reconciliação de fachada, que esconde um pensamento único e um estado polícia”.
Em Bangcoc, ressaltam as fontes de Fides, a situação permanece tensa. Milhares de pessoas participaram, no dia 22 de junho, das exéquias do general Khattiya Sawasdipol – líder militar dos camisas vermelhas, morto num confronto com a polícia. Um banco de provas para verificar a situação será as iminentes eleições na capital: entre os candidatos está também um representante dos “camisas vermelhas” que, se for eleito poderá criar não poucos problemas ao governo. E se ganhar o apoio da população, “mostrará que as pessoas não tem mais confiança e desaprova a atual política do executivo”. (PA) (Agência Fides 26/6/2010)

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