quinta-feira, 14 de julho de 2011

Mentiras, drogas e assassinatos



Os noticiários se cansaram da guerra do Afeganistão, mas o desastre segue, dia após dia, ditando a vida e a morte nestas regiões. Depois de seguidos massacres de inocentes, a grande notícia recente foi a morte de alguém que de inocente não tinha nada. No dia 12 de julho foi brutalmente assassinado com dois tiros na cabeça, um certo Ahmad Ali Karzai (foto1), o meio irmão do Hamid Karzai (foto2 com Bush). Se você nunca ouviu falar de Ahmad Ali Karzai, não se culpe. A culpa pertence à cobertura pseudo-jornalística dessa guerra mais interessada em dar voz a versões oficiais mentirosas que realmente informar. Enquanto Hamid é o atual "presidente" do país, mantido no poder graças a fraudes eleitorais internacionalmente reconhecidas (e rapidamente esquecidas), o melhor amigo de Washington na ásia central e personagem frequente em recepções na casa branca, o seu irmão Ahmad, menos famoso mas não menos poderoso, era um dos maiores traficantes de heroína e ópio do mundo, e agente da CIA.

Era.

Já era.

Enquanto isso pessoas continuam morrendo numa guerra cujo motivo se torna cada vez mais difícil de explicar, mesmo para pessoas extremamente acostumadas a mentir.

A reportagem abaixo é só uma gota no oceano de absurdos da ásia central.

Paz
Alexei


Pepe Escobar: Os Talibã acertam terrível martelada na OTAN

por Pepe Escobar, Asia Times Online

Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Jornalistas e jornais de repetição em todo o mundo, de Washington a Bruxelas e Cabul, têm pela frente muitas noites em claro. A opinião pública mundial tem sido manobrada, a golpes de ‘choque e pavor’, para crer na quimera de que os EUA e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) estariam ‘vencendo’ a guerra-pacote de Obama no Af-Pak. OK. Agora, então, vamos aos fatos.

Imediatamente depois que o governo dos EUA decidiu “suspender” a ajuda de 800 milhões de dólares ao exército do Paquistão, o ministro da Defesa do Paquistão, Ahmed Mukhtar, disse ao canal local da Express TV, que “Se as coisas ficarem realmente difíceis, retiramos todas as nossas forças” – sugerindo que desapareceriam os soldados de Islamabad que combatem os guerrilheiros da maioria pashtun nas áreas tribais.

Mukhtar não poderia ser mais claro: “Se os EUA recusam-se a nos pagar, OK. Não temos como manter nossos soldados nas montanhas por período tão longo.”

É praticamente prova fotográfica de que, mais uma vez, o exército paquistanês joga – relutantemente – o jogo do contraterrorismo/contraguerrilha de Washington nas áreas tribais. Por mais que Islamabad tema o nacionalismo pashtun, o exército sabe que tem de andar com cautela extrema, ou terá pela frente rebelião tribal em massa dos pashtuns, o que clamará aos quatro ventos o supremo tabu: a consolidação de um Pashtunistão, que destruirá o Paquistão que conhecemos hoje.

Cai o senhor-da-guerra

E houve também o presidente Hamid Karzai, o fantoche que, reza o folclore local, mal controla o próprio trono em Kabul, falando em conferência de imprensa ao lado do libertador da Líbia, o neonapoleônico presidente Nicolas Sarkozy da França, que visitava o Afeganistão.

Karzai disse: “Dentro de cada lar do povo afegão todos sofremos a mesma dor. Nossa esperança é que, se Deus quiser, chegarão ao fim a dor e o sofrimento do povo afegão e se implementarão a paz e a segurança.”

Mas é discutível que muitos afegãos sintam muita dor e sofram muito ao serem informados do assassinato de Ahmad Wali Karzai, meio-irmão do presidente, grande traficante de drogas, nome sempre presente na folha de pagamentos da CIA-EUA e o maior agente de negócios na alta cúpula do governo em Kandahar, onde preside o conselho provincial.

Considerando que os Talibã controlam atualmente cerca de 70% do Afeganistão, o assassinato vale troféu de ouro. Os Talibã já se declararam devidamente responsáveis, falando por seu porta-voz Usuf Ahmadi: “Foi das nossas mais importantes realizações desde o início das operações de primavera. Recentemente, Sardar Mohammad recebeu a incumbência de matá-lo. Sardar Mohammad é nosso mártir.”

O contradiscurso oficial em Kandahar insiste em que Sardar Mohammad, comandante em que Karzai confiava, nascidos ambos na mesma tribo Popolzai, teria matado Ahmed Wali com dois tiros na cabeça “por questões de drogas” e motivos pessoais.

Mas os Talibã já estão vencendo a disputa pela opinião pública. Desde a primavera de 2010, os Talibã já conseguiram assassinar o chefe da polícia provincial de Kandahar, o vice-governador, o chefe de distrito de Arghandab e o vice-prefeito de Kandahar City.

Agora, se livraram de Ahmed Wali Karzai, o mais importante personagem pró-Washington, não só de Kandahar mas de todo o sul do Afeganistão – onde está OTAN, sem outra tarefa além de esmagar os Talibã no seu próprio lar espiritual e território preferido. O assassinato de Ahmed Wali reduz a cacos a narrativa segundo a qual “a OTAN está vencendo”.

O rei de Kandahar

Passei uma longa tarde com Ahmad Wali em Quetta, capital da província do Baloquistão no Paquistão, quando os EUA bombardeavam os Talibã no outono de 2001 – semanas antes de que Ahmad e seu meio irmão se convertessem, de “vendedores de kebab” (como se ouvia pelas ruas), em peso-pesados da política.

Ahmad Wali já trabalhava para a CIA – naquele momento, os EUA estavam ocupadíssimos fazendo Hamid Karzai desembarcar de paraquedas no topo da política afegã – e era grande contrabandista de ópio, além de líder tribal e personalidade muito mais assertiva que seu meio-irmão.

Ao longo dos anos 2000s, Ahmad Wali conservou todas essas funções e papéis, além de ser dono de hotéis, terras, imóveis e até de uma loja de revenda da Toyota, mas, sobretudo, trabalhava para “conter” Kandahar, sempre pesadamente talibanizada, como comandante da “Kandahar Strike Force” – unidade privada paramilitar, linha duríssima, que auxiliava as Forças Especiais dos EUA e a CIA no serviço de “assassinatos predeterminados” [ing. targeted assassinations] dos altos comandantes Talibã.

Era o governador de facto, popularmente conhecido como “Rei de Kandahar” – muito mais poderoso que o governador e que o conselho provincial desdentados.

A lição que tadjiques, uzbeques, hazaras e pashtuns seculares extraem hoje do assassinato de Ahmad Wali é que o governo Karzai não passa de saco de gatos (OK, a maioria dos afegãos já sabia) – incapaz de proteger, sequer, o mais poderoso dos Karzais. Quanto à ficção de que a OTAN estaria conquistando corações e mentes afegãs e conseguindo que os afegãos caiam de amores pelo governo central em Kabul… Quem quiser, que tente contar essa a algum daqueles rostos de pedra, no Hindu Kush.
O mesmo vale para a “vitória” da OTAN no Afeganistão.

Quanto à “vitória” dos EUA nas áreas tribais do Paquistão, basta considerar o que pensam o poderoso chefe do exército general Ashfaq Parvez Kiani – queridinho do Pentágono – e o chefe do serviço secreto paquistanês (Inter-Services Intelligence, ISI), tenente-general Ahmed Shuja Pasha. Por porta-vozes e subalternos já disseram que se podem safar perfeitamente bem sem os 800 milhões de dólares de Washington. E também podem pedir ajuda à China, “amiga de sempre, faça chuva faça sol”.

Segundo o coronel David Lapan, porta-voz do Pentágono, Islamabad pode facilmente pôr as mãos nos 800 milhões: basta que emita muitos e muitos vistos de entrada no país para, essencialmente, espiões norte-americanos, e reinstitua o treinamento em larga escala em táticas de contraterrorismo e contraguerrilha, de soldados paquistaneses. Islamabad – que já enfrenta a guerra dos aviões-robôs-drones dos EUA nas áreas tribais – não está interessada.

“Vencedor” nesse caso, realmente, só a al-Qaeda, que usou os Talibã paquistaneses num confronto com o exército paquistanês nas áreas tribais como tática diversionista – ao mesmo tempo em que trabalha para disseminar sua agenda pró-califato na direção da Ásia Central.

Mas… Como?! Os EUA não estavam “vencendo” a al-Qaeda? Foi, pelo menos, o que disse o general David Petraeus – que está agora de mudança, de principal comandante no Afeganistão, para a direção-geral da CIA: “Causamos danos enormes à al-Qaeda nas áreas tribais de administração federal… E há em prospectiva a possibilidade de derrota realmente estratégica” [para a al-Qaeda].

Quer dizer… Não, não há. A menos que você bombardeie as áreas tribais, com aviões-robôs-drones, até que por lá não reste um único ser vivo, até o Juízo Final.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Crepúsculo para o Cidadão Murdoch?



Rupert Murdoch é a própria figura do magnata midiático global supremo. Seu império de jornais, emissoras, estúdios, tv a cabo, e mídia faz dele o Roberto Marinho dos países de lingua inglesa (na imagem vemos os logos de apenas um pedaço do seu império midiático). Há não muito tempo ele já foi o herói dos heróis dos falcões da guerra, quando colocou suas centenas de empresas jornalísticas para trabalhar na promoção da guerra do Iraque. Sua pauta conservadora o faz peça chave na expansão do militarismo petroleiro desta última década, por isso, definitivamente, esse homem não merece a pena de ninguém.

Hoje, um pouco menos temido e poderoso, está mergulhado num escândalo que praticamente paraliza a inglaterra, mas que pouco move de tinta aqui na nossa mídia tupiniquim. Normalmente qualquer assunto britânico repercute fortemente por aqui. Nesse caso, porém, as notas, quando existem, são curtas e pouco explicativas. O fato, porém, é que Murdoch está seriamente implicado.

A verdade está vindo a tona, e os seus métodos jornalisticos coercitivos e invasivos se transformaram em uma onda de indignação e revolta contra o líder desse império.

Que toda mentira caia por terra.


Paz
Alexei.

PS: A reportagem abaixo é do Independent



Líderes políticos britânicos unidos contra Rupert Murdoch

Começaram a aparecer sinais de que os problemas da empresa News Corp na Grã-Bretanha podem contaminar outras partes do negócio. Em depoimento aos deputados, dois altos oficiais de Polícia acusaram a empresa de deliberadamente encobrir provas de que muitos telefones estavam sendo grampeados e invadidos, durante o tempo em que a News International foi dirigida por Les Hinton – braço direito de Murdoch há décadas, que hoje é diretor de Dow Jones nos EUA.

Os três principais partidos políticos se unirão hoje, em ataque sem precedentes contra o homem que os mesmos partidos vivem, há décadas, de cortejar incansavelmente: Rupert Murdoch. Os líderes dos três principais partidos políticos britânicos instruíram seus deputados para que votem a favor de uma moção que exige que Murdoch, depois do escândalo dos telefones grampeados, desista da proposta que apresentou para comprar a BSkyB.

Esse show de pensamento único é consequência de intervenção dramática de David Cameron. A decisão foi tomada depois que Cameron percebeu que poderia perder a votação na Casa dos Comuns para a oposição (partidos Trabalhista e Liberal Democrata). Dizia-se ontem que o clima, na residência do primeiro-ministro em Downing Street, era “sombrio”.

A moção – que agora será garantidamente aprovada por vasta maioria – aumenta muito significativamente a pressão sobre a empresa News Corp para que desista completamente de tentar comprar a BSkyB – num momento em que não param de surgir denúncias de crimes e erros de má administração na News International, subsidiária britânica da News Corp, de Murdoch.

As ações da BSkyB caíram mais 3%, depois que a City concluiu que a pressão da opinião pública torna o negócio praticamente impossível, pelo menos nesse momento. Ao longo do dia de ontem, o affair teve os seguintes desdobramentos:

* Dois dos mais graduados comandantes da Polícia britânica acusaram a empresa News International de mentir e prevaricar no curso do primeiro inquérito policial;

* A Scotland Yard admitiu que, até agora, só notificou 170 das pessoas cujos celulares podem ter sido grampeados, de um total de 4.000 nomes que aparecem nos arquivos de Glenn Mulcaire;

* Uma comissão da Câmara dos Comuns convocou Rupert e James Murdoch a comparecer pessoalmente ao Parlamento na próxima 3ª-feira, com Rebekah Brooks, para serem interrogados publicamente pelos deputados sobre o escândalo; e

* David Cameron, Ed Miliband e Nick Clegg reuniram-se privadamente para discutir os termos de referência para uma investigação pública sobre o escândalo.

Ficou acertado entre os três que Cameron anunciará hoje a instauração de comissão de inquérito, comandada por juiz especial, para tratar de dois tópicos: o fracasso da Polícia (que não investigou devidamente as denúncias de invasão de telefones celulares) e temas mais amplos da ética na mídia. As testemunhas a serem ouvidas nessa comissão falarão sob juramento. Espera-se que o primeiro-ministro, no mesmo ato, nomeie o juiz que presidirá os trabalhos da comissão de inquérito.

(...) Uma fonte do governo disse que, depois de aprovada a moção conjunta, a empresa News Corp só poderá comprar 100% das ações da BSkyB, se vender os três jornais que ainda controla – The Sun, The Times e The Sunday Times. “A moção conjunta altera todo o jogo” – disse.

(...) Em New York, os altos executivos da News Corp estão sendo pressionados a separar-se dos problemas atuais na Grã-Bretanha, para que a empresa possa concentrar-se nas partes do negócio que têm maior potencial de crescimento: a televisão a cabo nos EUA.

Na tentativa de tranquilizar os acionistas, Murdoch anunciou que destinará 5 bilhões de dólares dos lucros da News Corp para ‘segurar’ o preço das ações. A companhia informou que o dinheiro seria gasto ao longo dos próximos 12 meses para recomprar as ações da empresa – medida que reduz o risco de a cotação despencar. Com essa medida, Murdoch espera obter a simpatia dos investidores, enquanto tenta encontrar meio para impedir que o escândalo britânico contamine todo o império de $45 bilhões.

Murdoch sabe que, se nada fizer, os acionistas poderão concluir que ele próprio e a família, que controla o negócio, estariam ‘segurando’ o dinheiro investido. O próprio Murdoch e vários diretores já são alvo de processo movido por acionistas rebeldes, que alegam que os executivos da empresa puseram os interesses da família acima do interesse dos demais investidores.

A jogada de Murdoch parece estar dando certo. O preço das ações estabilizou-se e vários grandes acionistas já manifestaram apoio aos Murdochs. O príncipe saudita Alwaleed bin Talal – principal acionista da News Corp, depois da família Murdoch – deu várias entrevistas, dizendo que o fechamento do jornal News of the World bastava, para encerrar o escândalo. E que a empresa News Corp continuava sólida. “A News Corp é muito mais que um jornal” – disse o príncipe.

Mas ontem começaram a aparecer sinais de que os problemas da empresa News Corp na Grã-Bretanha podem contaminar outras partes do negócio. Em depoimento aos deputados, dois altos oficiais de Polícia acusaram a empresa de deliberadamente encobrir provas de que muitos telefones estavam sendo grampeados e invadidos, durante o tempo em que a News International foi dirigida por Les Hinton – braço direito de Murdoch há décadas, que hoje é diretor de Dow Jones nos EUA. É provável que também seja convocado para prestar depoimento no inquérito público, sobre se teria autorizado ou não, que seus jornalistas sonegassem provas e produzissem as provas falsas que foram entregues à Polícia.

Tradução: Vila Vudu

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Eleições na Tailândia - Vitória histórica dos camisas vermelhas


Neste último domingo, dia 3, aconteceram as tão esperadas e adiadas eleições tailandesas e, contabilizados os votos, os "camisas vermelhas" saíram vitoriosos.

Na verdade, a notícia não é tão novidade assim, afinal de contas, é a quinta eleição seguida a ser vencida pelos camisas vermelhas na Tailândia. Esta última eleição, porém, tem um significado muito especial, pois, apesar das seguidas maiorias vermelhas, há anos que o país vem sendo governado pelo grupo que perdeu todas essas eleições: os chamados "camisas amarelas", ligados à elite urbana. Após as últimas duas vitórias vermelhas terem sido revertidas à força por golpes militares, - golpes estes devidamente protegidos pelo silêncio aprovador dos governos ocidentais - havia muita expectativa ao redor do retorno dos camisas vermelhas ao poder pela força pacífica e legitimadora do voto. Com a direita local cansada de tentar manter o poder à força, muitos acreditam que esta eleição marcará o início de um processo de reconciliação nacional e, quem sabe, normalização democrática.

Depois de uma longa novela, que incluiu até uma patética tentativa de invasão ao país vizinho, (leia mais aqui) a vitória nas urnas se consolidou de forma acachapante. A coalizão dos camisas vermelhas juntou, ao final da apuração, 299 cadeiras no parlamento. A direita "camisa amarela" conseguiu pouco mais que a metade disso (159), e o exército, que há pouco mais de um ano, assassinou 90 manifestantes nas ruas de Bangcoc, já anunciou que vai respeitar os resultados - como se isso não fosse o mínimo que se espera das forças armadas (pobre do país onde aínda é necessário perguntar ao seu próprio exército se ele respeitará as eleições)


O silêncio da mídia comercial ocidental neste assunto depõe contra ela própria.

Agora nos resta torcer para que, dessa vez, a voz do povo seja respeitada e as armas permaneçam fora do jogo político.

A reportagem abaixo é da BBC

Paz
Alexei


Camisas vermelhas saem vitoriosos na Tailândia

O partido opositor Puea Thai, ligado ao líder deposto Thaksin Shinawatra, foi o vencedor das eleições gerais da Tailândia, de acordo com resultados parciais divulgados neste domingo. O atual primeiro-ministro, Abhisit Vejjajiva, concedeu a vitória à rival Yingluck Shinawatra, irmã de Thaksin.

"Está claro que o Puea Thai venceu a eleição, e o Partido Democrata assume a derrota", afirmou Abhisit em pronunciamento na televisão estatal. "Quero ver unidade e reconciliação. O Partido Democrata está pronto para estar na oposição".

Com a vitória do Puea Thai, Yingluck torna-se a primeira mulher a ocupar o cargo de premiê da Tailândia. Com 92% dos votos apurados, o partido conquistou 260 das 500 cadeiras do Parlamento e o direito de formar governo.

Yingluck foi cuidadosa em seu pronunciamento e disse que vai esperar o resultado final, que deve ser divulgado ainda neste domingo. "Não vou dizer que ganhamos, mas que as pessoas nos deram uma chance e que há muito trabalho pela frente", afirmou.

O ex-líder Thaksin Shinawatra, que vive em autoexílio em Dubai, afirmou que o povo tailandês votou por mudança. "Eles querem ver reconciliação", disse. "Todos os partidos devem respeitar as decisões dos eleitores."

Thaksin foi deposto por um golpe militar em 2006. Questionado se voltaria para a Tailândia agora que sua irmã assumirá o cargo de premiê, ele disse não ter pressa. "Quero que a reconciliação realmente aconteça", afirmou. "Quero ser parte da solução, não do problema."

Os últimos anos têm sido de tensão entre os dois grupos políticos. No ano passado, manifestantes fecharam partes de Bangcoc por dois meses na tentativa de forçar o governo a renunciar. O Exército foi às ruas e confrontos deixaram 91 mortos.

Com BBC