quinta-feira, 28 de outubro de 2010

DEBATE ABERTO

As bolas de papel da democracia desejada

O Jornal Nacional de 21/10 não foi só uma tentativa patética de recriar o tiro que matou o Major Vaz. Os 7 minutos gastos na “fabricação” da fita adesiva que teria atingido o candidato tucano revelam desorientação no tempo e no espaço. A Rua Tonelero não fica em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro.

Quando as redações da grande imprensa, em campanha aberta pela candidatura Serra, erigem o preconceito como norma de juízo, a mentira não é apenas abominável: é suicida. A opinião pública brasileira dispõe, hoje em dia, dos elementos necessários para julgar os acontecimentos políticos, sociais, econômicos e culturais sem se deixar levar pelo filtro ideológico de conhecidas técnicas de edição. Há muito tempo, a sociedade aprendeu a aquilatar a qualidade ética da informação oferecida, os desvios de apuração e o descompromisso do noticiário com a verdade factual.

O Jornal Nacional de quinta-feira, 21/10, não foi apenas uma tentativa patética de recriar o tiro que matou o Major Vaz. Os sete minutos gastos na “fabricação” da fita adesiva que teria atingido o candidato tucano revelam desorientação no tempo e no espaço. A Rua Tonelero não fica em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro. Além disso, passados 56 anos, não há lugar para atores políticos com indefinição ideológica evidente. Serra não é Lacerda; falta-lhe talento. O PSDB não é a UDN; tem lastro histórico mais precário. Mas em ambos, no candidato e em seu partido, convivem a vergonha de serem ostensivamente autoritários e o medo de serem inteiramente democráticos. A face dupla do moralismo udenista, transposto para 2010, realça o desbotamento de um Dorian Gray mal-acabado.

A campanha oposicionista padece de velhos vícios e truncamentos de origem. Parece acreditar que o povo, em toda a parte, é uma entidade incapaz e como tal deve ser tratado, sob pena de hecatombe social iminente. Deve-se também ameaçar a esquerda com a hipótese sempre latente de um golpe de Estado. E lembrar aos setores populares, principalmente à nova classe média, que se eles não tiverem juízo virão aí os bichos papões e, com eles, os massacres dos Kulaks, as igrejas fechadas, os asilos psiquiátricos, a supressão da liberdade, em suma, o socialismo sem rosto humano.

Essa agenda está superada, mas seu simples ressurgimento deve nos remeter a pontos importantes. Se atualmente é difícil calar organizações que expressam as demandas dos seus membros e representados, como é o caso do MST, do movimento estudantil e do mundo do trabalho, muitos obstáculos ainda têm que ser ultrapassados.

Exigir liberdades democráticas não é uma gesticulação romântica, desde que se dêem consequências às suas implicações. É preciso apostar na organização crescente das forças sociais com o objetivo de consolidar uma saída definitivamente nacional e popular para temas que vão da questão agrária ao controle social dos meios de comunicação.

A análise histórica mostra que, quando não avançamos na democracia concreta, damos aos seus adversários tempo para que se reorganizem, utilizando as oficinas de consenso para caluniar, difamar, fazer o que for necessário, para deter o ímpeto vital que lhes ameaça.

Nos dias de hoje, é preciso senso crítico sempre atilado, não se deixar envolver pela vaga e traiçoeira tese do aperfeiçoamento democrático a qualquer preço, pois as forças retrógadas costumam cobrar bem caro por nossas distrações ou equívocos. Por tudo isso, a eleição de Dilma Rousseff é um passo decisivo para erradicarmos de vez o cartorialismo econômico, a indiferença moral e a incompetência administrativa que marcaram vários governos até 2003.

Na Rua Tonelero, o futuro vislumbrado é o de um país que realizará suas potencialidades. O que importa saber é que atores são capazes de assegurar uma democracia com ênfase social, assentada também nos direitos individuais e na liberdade econômica. Nesse cenário, as bolinhas de papel passeiam na calçada. O vento-e não mais o cálculo político-dita o rumo de cada uma delas.


Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sobre os oito anos de FHC

Carta aberta a Fernando Henrique Cardoso

O plano Real não derrubou a inflação e sim uma deflação mundial que fez cair as inflações no mundo inteiro. A inflação brasileira continuou sendo uma das maiores do mundo durante o seu governo. O real foi uma moeda drasticamente debilitada. Isto é evidente: quando nossa inflação esteve acima da inflação mundial por vários anos, nossa moeda tinha que ser altamente desvalorizada. De maneira suicida ela foi mantida artificialmente com um alto valor que levou à crise brutal de 1999. Outro mito é que seu governo foi um exemplo de rigor fiscal. Um governo que elevou a dívida pública do Brasil de 60 bilhões de reais em 1994 para mais de 850 bilhões, oito anos depois, é um exemplo de rigor fiscal? O artigo é de Theotonio dos Santos.

Meu caro Fernando,

Vejo-me na obrigação de responder a carta aberta que você dirigiu ao Lula, em nome de uma velha polêmica que você e o José Serra iniciaram em 1978 contra o Rui Mauro Marini, eu, André Gunder Frank e Vânia Bambirra, rompendo com um esforço teórico comum que iniciamos no Chile na segunda metade dos nos 1960. A discussão agora não é entre os cientistas sociais e sim a partir de uma experiência política que reflete contudo este debate teórico. Esta carta assinada por você como ex-presidente é uma defesa muito frágil teórica e politicamente de sua gestão. Quem a lê não pode compreender porque você saiu do governo com 23% de aprovação enquanto Lula deixa o seu governo com 96% de aprovação. Já discutimos em várias oportunidades os mitos que se criaram em torno dos chamados êxitos do seu governo. Já no seu governo vários estudiosos discutimos, já no começo do seu governo, o inevitável caminho de seu fracasso junto à maioria da população. Pois as premissas teóricas em que baseava sua ação política eram profundamente equivocadas e contraditórias com os interesses da maioria da população. (Se os leitores têm interesse de conhecer o debate sobre estas bases teóricas lhe recomendo meu livro já esgotado: Teoria da Dependencia: Balanço e Perspectivas, Editora Civilização Brasileira, Rio, 2000).

Contudo nesta oportunidade me cabe concentrar-me nos mitos criados em torno do seu governo, os quais você repete exaustivamente nesta carta aberta.

O primeiro mito é de que seu governo foi um êxito econômico a partir do fortalecimento do real e que o governo Lula estaria apoiado neste êxito alcançando assim resultados positivos que não quer compartilhar com você... Em primeiro lugar vamos desmitificar a afirmação de que foi o plano real que acabou com a inflação. Os dados mostram que até 1993 a economia mundial vivia uma hiperinflação na qual todas as economias apresentavam inflações superiores a 10%. A partir de 1994, TODAS AS ECONOMIAS DO MUNDO APRESENTARAM UMA QUEDA DA INFLAÇÃO PARA MENOS DE 10%. Claro que em cada pais apareceram os “gênios” locais que se apresentaram como os autores desta queda. Mas isto é falso: tratava-se de um movimento planetário.

No caso brasileiro, a nossa inflação girou, durante todo seu governo, próxima dos 10% mais altos. TIVEMOS NO SEU GOVERNO UMA DAS MAIS ALTAS INFLAÇÕES DO MUNDO. E aqui chegamos no outro mito incrível. Segundo você e seus seguidores (e até setores de oposição ao seu governo que acreditam neste mito) sua política econômica assegurou a transformação do real numa moeda forte. Ora Fernando, sejamos cordatos: chamar uma moeda que começou em 1994 valendo 0,85 centavos por dólar e mantendo um valor falso até 1998, quando o próprio FMI exigia uma desvalorização de pelo menos uns 40% e o seu ministro da economia recusou-se a realizá-la “pelo menos até as eleições”, indicando assim a época em que esta desvalorização viria e quando os capitais estrangeiros deveriam sair do país antes de sua desvalorização, O fato é que quando você flexibilizou o cambio o real se desvalorizou chegando até a 4,00 reais por dólar. E não venha por a culpa da “ameaça petista” pois esta desvalorização ocorreu muito antes da “ameaça Lula”. ORA, UMA MOEDA QUE SE DESVALORIZA 4 VEZES EM 8 ANOS PODE SER CONSIDERADA UMA MOEDA FORTE? Em que manual de economia? Que economista respeitável sustenta esta tese?

Conclusões: O plano Real não derrubou a inflação e sim uma deflação mundial que fez cair as inflações no mundo inteiro. A inflação brasileira continuou sendo uma das maiores do mundo durante o seu governo. O real foi uma moeda drasticamente debilitada. Isto é evidente: quando nossa inflação esteve acima da inflação mundial por vários anos, nossa moeda tinha que ser altamente desvalorizada. De maneira suicida ela foi mantida artificialmente com um alto valor que levou à crise brutal de 1999.

Segundo mito; Segundo você, o seu governo foi um exemplo de rigor fiscal. Meu Deus: um governo que elevou a dívida pública do Brasil de uns 60 bilhões de reais em 1994 para mais de 850 bilhões de dólares quando entregou o governo ao Lula, oito anos depois, é um exemplo de rigor fiscal? Gostaria de saber que economista poderia sustentar esta tese. Isto é um dos casos mais sérios de irresponsabilidade fiscal em toda a história da humanidade.

E não adianta atribuir este endividamento colossal aos chamados “esqueletos” das dívidas dos estados, como o fez seu ministro de economia burlando a boa fé daqueles que preferiam não enfrentar a triste realidade de seu governo. Um governo que chegou a pagar 50% ao ano de juros por seus títulos para, em seguida, depositar os investimentos vindos do exterior em moeda forte a juros nominais de 3 a 4%, não pode fugir do fato de que criou uma dívida colossal só para atrair capitais do exterior para cobrir os déficits comerciais colossais gerados por uma moeda sobrevalorizada que impedia a exportação, agravada ainda mais pelos juros absurdos que pagava para cobrir o déficit que gerava.

Este nível de irresponsabilidade cambial se transforma em irresponsabilidade fiscal que o povo brasileiro pagou sob a forma de uma queda da renda de cada brasileiro pobre. Nem falar da brutal concentração de renda que esta política agravou dráticamente neste pais da maior concentração de renda no mundo. Vergonha, Fernando. Muita vergonha. Baixa a cabeça e entenda porque nem seus companheiros de partido querem se identificar com o seu governo...te obrigando a sair sozinho nesta tarefa insana.

Terceiro mito - Segundo você, o Brasil tinha dificuldade de pagar sua dívida externa por causa da ameaça de um caos econômico que se esperava do governo Lula. Fernando, não brinca com a compreensão das pessoas. Em 1999 o Brasil tinha chegado à drástica situação de ter perdido TODAS AS SUAS DIVISAS. Você teve que pedir ajuda ao seu amigo Clinton que colocou à sua disposição ns 20 bilhões de dólares do tesouro dos Estados Unidos e mais uns 25 BILHÕES DE DÓLARES DO FMI, Banco Mundial e BID. Tudo isto sem nenhuma garantia.

Esperava-se aumentar as exportações do pais para gerar divisas para pagar esta dívida. O fracasso do setor exportador brasileiro mesmo com a espetacular desvalorização do real não permitiu juntar nenhum recurso em dólar para pagar a dívida. Não tem nada a ver com a ameaça de Lula. A ameaça de Lula existiu exatamente em conseqüência deste fracasso colossal de sua política macro-econômica. Sua política externa submissa aos interesses norte-americanos, apesar de algumas declarações críticas, ligava nossas exportações a uma economia decadente e um mercado já copado. A recusa dos seus neoliberais de promover uma política industrial na qual o Estado apoiava e orientava nossas exportações. A loucura do endividamento interno colossal. A impossibilidade de realizar inversões públicas apesar dos enormes recursos obtidos com a venda de uns 100 bilhões de dólares de empresas brasileiras. Os juros mais altos do mundo que inviabilizava e ainda inviabiliza a competitividade de qualquer empresa.

Enfim, UM FRACASSO ECONOMICO ROTUNDO que se traduzia nos mais altos índices de risco do mundo, mesmo tratando-se de avaliadoras amigas. Uma dívida sem dinheiro para pagar... Fernando, o Lula não era ameaça de caos. Você era o caos. E o povo brasileiro correu tranquilamente o risco de eleger um torneiro mecânico e um partido de agitadores, segundo a avaliação de vocês, do que continuar a aventura econômica que você e seu partido criou para este país.

Gostaria de destacar a qualidade do seu governo em algum campo mas não posso fazê-lo nem no campo cultural para o qual foi chamado o nosso querido Francisco Weffort (neste então secretário geral do PT) e não criou um só museu, uma só campanha significativa. Que vergonha foi a comemoração dos 500 anos da “descoberta do Brasil”. E no plano educacional onde você não criou uma só universidade e entou em choque com a maioria dos professores universitários sucateados em seus salários e em seu prestígio profissional. Não Fernando, não posso reconhecer nada que não pudesse ser feito por um medíocre presidente.

Lamento muito o destino do Serra. Se ele não ganhar esta eleição vai ficar sem mandato, mas esta é a política. Vocês vão ter que revisar profundamente esta tentativa de encerrar a Era Vargas com a qual se identifica tão fortemente nosso povo. E terão que pensar que o capitalismo dependente que São Paulo construiu não é o que o povo brasileiro quer. E por mais que vocês tenham alcançado o domínio da imprensa brasileira, devido suas alianças internacionais e nacionais, está claro que isto não poderia assegurar ao PSDB um governo querido pelo nosso povo. Vocês vão ficar na nossa história com um episódio de reação contra o vedadeiro progresso que Dilma nos promete aprofundar. Ela nos disse que a luta contra a desigualdade é o verdadeiro fundamento de uma política progressista. E dessa política vocês estão fora.

Apesar de tudo isto, me dá pena colocar em choque tão radical uma velha amizade. Apesar deste caminho tão equivocado, eu ainda gosto de vocês ( e tenho a melhor recordação de Ruth) mas quero vocês longe do poder no Brasil. Como a grande maioria do povo brasileiro. Poderemos bater um papo inocente em algum congresso internacional se é que vocês algum dia voltarão a freqüentar este mundo dos intelectuais afastados das lides do poder.

Com a melhor disposição possível mas com amor à verdade, me despeço

thdossantos@terra.com.br
http://theotoniodossantos.blogspot.com/

(*) Theotonio Dos Santos é Professor Emérito da Universidade Federal Fluminense, Presidente da Cátedra da UNESCO e da Universidade das Nações Unidas sobre economia global e desenvolvimentos sustentável. Professor visitante nacional sênior da Universidade Federal do Rio de Janeiro.


Aloysio Nunes ofende jornalista

Reproduzo matéria de Thiago Domenici, publicada no blog "notaderodape":

João Peres, nosso colaborador do NR e repórter da Rede Brasil Atual, profissional da mais alta competência teve ontem uma experiência desagradável e desrespeitosa. Ele estava na cobertura do debate entre os presidenciáveis da Record, na noite de ontem, e na entrada da emissora, como todo repórter faz e é da profissão, foi conversar com os políticos que chegavam para acompanhar o evento.

O senador eleito por São Paulo, do PSDB, Aloysio Nunes, amigão do Serra, foi abordado pelo repórter que fazia a cobertura para a Rede Brasil Atual, que pertence ao mesmo grupo da Revista do Brasil, censurada recentemente pelo partido do senador em questão. Era perto da hora do debate, que começou às 23h, quando o senador eleito com mais de 11 milhões de votos indagou ao repórter:

- É ligada a quem essa revista?

- Aos sindicatos

- Que sindicatos? - falou a assessora do lado dele

- Bancários, metalúrgicos, químicos...

- Pelego, você é pelego - falou o senador

- Não podemos conversar, senador?

- Pelego. sua revista é financiada pelo PT...

- E a Veja, quem financia, senador?

- Pelego

- Que educação, senador

- Pelego filha da puta. Pelego filha da puta!

João me escreveu: "Foi assim, gratuito. Fiquei passado, triste mesmo. Não que não devesse esperar isso, mas agora vai ser isso, vou ser rotulado logo de cara pelo veículo em que eu trabalho? Ninguém associa a tucano-demo logo de cara um sujeito que trabalha na Folha? Uma noite horrível".

Digo o seguinte: é preciso que os políticos respeitem o trabalho dos jornalistas. Essa clima de guerra entre PT e PSDB está doentio. João Peres é um trabalhador, um empregado de um veículo que, sim, tem ligações com os sindicatos. E daí? Isto é público e notório. Nada está escondido. Pergunto ao distinto senador: todos os metalúrgicos, químicos e afins são "filhos da puta", então? Eu sou "filho da puta" também, pois apesar de não ser petista, trabalhei na revista durante um ano. Eis mais um absurdo que se tornou estas eleições. Lastimável.

"A Editora Atitude, que publica os dois veículos (Rede Brasil Atual e Revista do Brasil), condena a postura do senador eleito e entende que liberdade de expressão não é agredir verbalmente quem está em seu direito constitucional de exercer a liberdade de imprensa, muito menos a função de um representante de um Estado no Senado Federal", diz o diretor da editora, Paulo Salvador.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O dia em que a Globo caiu no ridículo

A farsa da agressão a José Serra por uma bolinha de papel que o levou a fazer uma tomografia no crânio ficará na história de nosso país, por isso é totalmente desnecessário que eu o explique aqui. Apenas digo: Eu vivi pra ver o dia em que a Rede Globo e a Direita Brasileira caíram no mais profundo estado de ridículo. Na tentativa desesperada de enganar a população, se agarraram à mentira que criaram até não ser mais possível voltar atrás. Agora não há mais máscaras. A Rede Globo está nua. Este golpe jamais será esquecido.

Parabéns Rede Globo: vocês conseguiram se superar. Ontem vocês bateram todos os récordes de insulto à inteligência das pessoas.


A mentira nunca teve pernas tão curtas.

Paz
Alexei

Congelamento quadro-a-quadro do vídeo mostra que Serra e JN mentiram: não houve outro objeto atingindo a cabeça

Congelamento de cada quadro do vídeo da Folha gravado com celular, mostrado no Jornal Nacional, demonstra que nenhum objeto atingiu a cabeça de Serra no momento em que o JN e o perito Molina disseram ter atingido.
Olhando a evolução dos quadros, comprova-se que se trata da cabeça de um homem atrás da cabeça de Serra.
Em nehum momento aparece nenhum objeto se dirigindo em direção à Serra, antes, nem se afastando depois.


Observe aquela cabeça atrás de Serra…

Agora entra em "eclipse" (ou seja a cabeça de Serra cobre a cabeça do cidadão atrás)



Cadê o rolo chegando na cabeça de Serra, que deveria estar neste quadro?



A ponta da cabeça do cidadão aparece por trás da cabeça de Serra

Continua aparecendo...

Continua aparecendo...

Continua aparecendo...

Continua aparecendo...

Continua aparecendo...

Continua aparecendo...

Continua aparecendo...

Continua aparecendo...

Continua aparecendo...

Continua aparecendo...

Agora fica já sai de trás e dá para ver uma parte maior da cabeça da pessoa que está atrás


Do Conversa Afiada:

José Antonio Meira da Rocha. Professor de Jornalismo Gráfico da Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Educação Superior Norte-RS (UFSM/CESNORS), campus de Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul, Brasil.

Toda a produção jornalística pode ser digitalizada. Tudo o que é publicado está à mercê de chatos que salvam, gravam, colecionam, digitalizam com plaquinhas de 120 reais. Como eu, que gosto de gravar TV na minha Pixelview PlayTV Pro.

Por isso, hoje, é inconcebível que a grande imprensa, sofrendo há muito com as mudanças provocadas pela digitalização, tente enganar seu digitalizado público com armações grotescas como esta aprontada pelo Jornal Nacional de 2010-10-22, com ajuda da Folha.com e do repórter Ítalo Nogueira.

Será que a velha mídia não se dá conta que qualquer pessoa pode gravar TV e passar quadro-a-quadro? E que, fazendo isto, a pessoa pode ver que não há nenhum rolo de fita crepe sendo atirado contra o candidato José Serra? Que o detalhe salientado em zoom numa extensa matéria de 7 minutos não passava de um artifact de compressão de vídeo sobreposto à cabeça de alguém ao fundo? Que não se vê no vídeo quadro-a-quadro nenhum objeto indo ou vindo à cabeça do candidato?

E a Globo ainda vai procurar a opinião de um “especialista” de reputação duvidosa…

Tudo pode ser digitalizado, menos a credibilidade de um veículo jornalístico. E este único ativo que sobra à velha mídia, ela joga fora…

Veja a sequência abaixo e tente encontrar o rolo de fita voando em direção à cabeça do candidato.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Eu queria ter ido.....

Ontem eu vi pela internet, ao vivo, um momento de beleza. Um encontro de artistas e intelectuais, das mais variadas tendências, em apoio à candidatura de Dilma Rousseff. Sinto que nunca vou esquecer deste pedaço de poema, lido pouco antes da fala de Dilma.

Dizia assim:

Queremos um país onde os filhos da margem tenham direito à terra, ao trabalho, ao pão, ao canto, à dança, às histórias que povoam nossa imaginação, às raízes da nossa alegria.

Aprendemos que a construção deste país não será obra apenas de nossas mãos. Nosso retrato futuro resultará da desencontrada multiplicação dos sonhos que desatamos.

Pedro Tierra


Ainda há espaço para idealismos no mundo sim. Mas mais do que isso: ainda há a necessidade pelo idealismo.
Paz a todos. Felicidade, alegria, harmonia, calma, serenidade, paz, paz, paz, paz e paz.
Alexei


Para Chico Buarque, Dilma herda 'senso de justiça social' de Lula

Encontro de artistas no Rio de Janeiro reúne centenas de pessoas. Ato foi raro momento de emoção na campanha

Por: Mauício Thuswohl, especial para a Rede Brasil Atual

Publicado em 19/10/2010, 13:28

Última atualização às 13:28

Para Chico Buarque, Dilma herda 'senso de justiça social' de Lula

Dilma ao lado de Chico Buarque em ato com centenas de pessoas (Foto: Ivone Perez)

Rio de Janeiro – O ato organizado por artistas e intelectuais em apoio à candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, realizado na noite de segunda-feira (18) no Rio de Janeiro, foi um dos mais vibrantes momentos da campanha eleitoral até aqui. Centenas de artistas e intelectuais, além de parlamentares, jornalistas, ambientalistas e militantes, lotaram o tradicional Teatro Casa Grande, no bairro do Leblon, e levaram seu apoio à petista. Do lado de fora, cerca de mil pessoas tentavam entrar no teatro.

Com um nível de emoção acima da média até aqui registrada nesta campanha, o ato lembrou antigas jornadas da esquerda carioca e teve direito a palavras de ordem, lágrimas e uma pequena manifestação de rua após o evento.

O clima de emoção se justificava. Uma hora antes do início previsto para o ato, o Casa Grande já recebia nomes de peso da nossa cultura e política, como Geraldo Azevedo, Alceu Valença, Alcione, Chico César, Wagner Tiso, Paulo Betti, Fernando Morais, Sérgio Mamberti, Osmar Prado, Hugo Carvana, Marilena Chauí, João Pedro Stédile, Leci Brandão, Ziraldo, José Celso Martinez Corrêa, Márcio Thomaz Bastos, Saturnino Braga e Jacques Wagner, entre muitos outros. A confraternização política atingiu seu ápice quando adentraram o palco, pouco antes da chegada de Dilma, a cantora Beth Carvalho e o arquiteto Oscar Niemeyer, ambos em cadeiras de roda. Sob os gritos de “Olê, Olá, Dilma, Dilma!”, os aplausos de pé à dupla foram longos e emocionados.

Principais organizadores do manifesto e do ato, o sociólogo e professor Emir Sader e o teólogo e escritor Leonardo Boff também foram muito festejados pelo público presente ao Casa Grande. Nada comparado à recepção dedicada ao cantor, compositor e escritor Chico Buarque de Hollanda, único a entrar no palco depois de Dilma, que foi ovacionado pela platéia e, numa cena que já é tradicional, ficou rubro ao escutar gritos femininos de “lindo” e “gostoso”, alguns deles saídos das bocas de conhecidas atrizes globais.

Mestre de cerimônias, o ator Osmar Prado deu início ao ato: “Essa casa recebe, como em outros momentos da história, representantes da inteligência, da sensibilidade e da criatividade brasileiras para escrever mais um capítulo da construção da democracia plural, mestiça, multicultural e sustentável que sonhamos com todos os brasileiros e brasileiras para o Brasil do século XXI. Reafirmamos o compromisso com a continuidade e o aprofundamento das conquistas alcançadas pelo povo brasileiro ao longo dos oito anos do governo Lula, com liberdade, com democracia, com inclusão social, com respeito ao meio ambiente e com soberania nacional”, disse.

Em seguida, foram distribuídas a todos cópias do manifesto: “Nós, que no primeiro turno votamos em distintos candidatos e em diferentes partidos, nos unimos para apoiar Dilma Rousseff. Fazemos isso por sentir que é nosso dever somar forças para garantir os avanços alcançados. Para prosseguirmos juntos na construção de um país capaz de um crescimento econômico que signifique desenvolvimento para todos, que preserve os bens e serviços da natureza, um país socialmente justo, que continue acelerando a inclusão social, que consolide, soberano, sua nova posição no cenário internacional”, diz um trecho do documento.

Panfletos obscenos

Após reafirmar o conteúdo do manifesto, Emir Sader recebeu vigorosos aplausos ao ressaltar que a alternativa à Dilma Rousseff “é o obscurantismo, a intolerância, a repressão, é o caminho do fascismo”. O sociólogo comemorou o sucesso do ato e disse que a idéia inicial era repetir o encontro de artistas e intelectuais com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizados na casa de shows Canecão em 2002 e 2006: “Peço desculpas aos que não conseguiram entrar, pois não sabíamos que a receptividade iria ser tão grande. De qualquer maneira, o Maracanã está em reformas”, brincou, para delírio da platéia.

A platéia do ato pró-Dilma também reagiu com entusiasmo à participação da filósofa Marilena Chauí, que levou com ela alguns exemplares do panfleto “católico” que traz inúmeras acusações à candidata do PT: “Isso é obsceno. Ele é religiosamente obsceno e politicamente obsceno. Religiosamente obsceno porque é uma violência contra o ecumenismo religioso, a liberdade de crença e a liberdade de religião. É uma violência inenarrável e inadmissível. É também uma obscenidade política porque recusa aquilo que caracteriza o que é o núcleo da democracia republicana moderna, que é o caráter laico do Estado”, disse Marilena, que resumiu a importância da vitória de Dilma: “Nossa batalha é pela consolidação da democracia no Brasil”, disse.

Aplaudidíssima em sua primeira aparição pública após uma internação por problemas de saúde, a cantora Beth Carvalho leu uma carta que fez para Dilma: “Estou me recuperando de uma cirurgia, mas fiz questão de vir aqui hoje pessoalmente para dizer a todo o Brasil e principalmente à essa guerreira chamada Dilma Rousseff o meu apoio. Ela já provou, principalmente nos últimos oito anos de governo, que tem sido a melhor administradora que esse Brasil poderia ter, que sabe governar e que por isso ajudou a conquistar a maior popularidade que um governo já teve na história do nosso país. É por isso que o Brasil vai te eleger”, disse Beth, que levou o Casa Grande novamente ao delírio ao puxar “Deixa a Dilma me levar, Dilma leva eu”, em versão do samba consagrado na voz de Zeca Pagodinho.

Chico e Boff

Estrela entre as estrelas, chamado de “anjo Gabriel” por Leonardo Boff, Chico Buarque também deu o seu recado: “Vim aqui reiterar meu apoio entusiasmado à Dilma, uma mulher de fibra que passou por tudo, que não tem medo de nada e que, sobretudo, vai herdar o senso de justiça social que é a marca do governo Lula. Governo que não corteja os poderosos de sempre e que não tem em sua índole desprezar os sem-terra, os professores, os garis. Temos hoje um país que é ouvido em toda parte porque fala de igual para igual com todo mundo. Não fala fino com Washington nem fala grosso com Bolívia e Paraguai. Por isso mesmo, o Brasil é ouvido e respeitado no mundo inteiro como nunca antes na história desse país”, disse o autor de “Apesar de Você”.

Último a falar antes do discurso de Dilma, Boff, que apoiara Marina Silva no primeiro turno, manifestou apoio taxativo à candidata do PT: “Se a esperança com Lula venceu o medo, agora com Dilma a verdade vai vencer a mentira. Acho que essa eleição é mais do que o confronto entre dois candidatos. É o confronto entre duas propostas para o Brasil. O destino brasileiro depende da vitória de Dilma porque se a oposição ganhar nós vamos ter imensos retrocessos”, disse.

Boff disse ainda que “a primeira coisa que temos de garantir é a revolução extraordinária que Lula fez no sentido definido por Caio Prado Júnior, ou seja, aquelas transformações que atendem às necessidades fundamentais de um povo e definem um rumo novo para um país. Essas necessidades fundamentais foram em grande parte realizadas no governo Lula”.

Constelação

Além dos artistas já citados, estiveram presentes ao ato de apoio à Dilma no Teatro Casa Grande figuras públicas como Margareth Menezes, Elba Ramalho, Rosemary, Antônio Grassi, Naná Vasconcelos, Jorge Salomão, Antônio Pitanga, Yamandú Costa, Renato Borghetti, Luiz Carlos Barreto, Otto, Hildegard Angel, Teresa Cristina, Perfeito Fortuna, Pedro Tierra, Marcelo Serrado e Cristina Pereira, entre outros. Vários artistas que não puderam comparecer mandaram mensagens de apoio à petista, como os aplaudidos Gilberto Gil, Zeca Pagodinho e Mano Brown.

Também assinam o manifesto de apoio à Dilma os artistas: Aderbal Freire-Filho, Alessandra Negrini, Aldir Blanc, Carlinhos Vergueiro, Chico Diaz, Débora Colker, Diogo Nogueira, Dira Paes, Domingos de Oliveira, Ednardo, Isaac Karabishevsky, Francis Hime, João Bosco, José Padilha, Jorge Furtado, Lucélia Santos, Martinho da Vila, Miúcha, Neguinho da Beija-Flor e Renato Teixeira, entre outros. O texto do manifesto, assim como a totalidade das assinaturas, pode ser visto na internet (www.dilmanarede.com.br).

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Liberdade pra quem?

Publicado em 18/10/2010

PSDB quer liberdade de imprensa só para sua turma

Por: Paulo Salvador

A Revista do Brasil sofreu mais uma investida do PSDB. Por solicitação dos tucanos, na madrugada desta segunda-feira (18), o ministro Joelson Dias, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pediu a suspensão de circulação da edição 52, de outubro.

A ação da coligação "O Brasil pode mais", encabeçada pelo PSDB, de José Serra, foi atendida apenas em parte. Além da Revista do Brasil, suspende a circulação do Jornal da CUT, ano 3, nº 28. Mas três itens cruciais foram negados pelo ministro Dias. A demanda dos advogados tucanos queria silenciar o Blog do Artur Henrique, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e pedia a busca e apreensão do material mencionado.

O terceiro item negado é emblemático: o PSDB queria que a questão tramitasse em segredo de Justiça. Nenhuma informação sobre o processo poderia ser divulgada, caso o pedido fosse atendido. Isso denota intenções claras do tucanato de ocultar da opinião pública a própria tentativa de restringir, ou censurar, a circulação de informações e opiniões.

A divulgação foi feita pelo site do TSE e repercutiu em sites noticiosos ao longo do dia. A Editora Gráfica Atitude, responsável pela Revista do Brasil, só poderá se pronunciar quando for comunicada oficialmente pelo órgão sobre a decisão do juiz e seus eventuais desdobramentos.

De antemão, agradece as centenas de mensagens de apoio e de solidariedade recebidas ao longo do dia, fruto da mobilização da blogosfera. Qualquer ato dessa natureza – indispor o Judiciário contra às liberdades de imprensa e de expressão – merece no mínimo a condenação de todos os cidadãos que prezam pela democracia e pelo direito à informação.

Diferentemente de panfletos apócrifos destinados a difundir terrorismo, desinformação e baixarias das mais diversas – sejam eles de papel, eletrônicos, digitais ou virtuais –, a Revista do Brasil tem endereço, CNPJ, núcleo editorial e profissionais responsáveis. A transparência do veículo, ao expor sua opinião de forma tão clara quanto rara na imprensa brasileira, e o jornalismo independente e plural que pratica – patrimônio dos trabalhadores aos quais se destina – não merecem ser alvo de qualquer forma de cerceamento.

Quatro anos depois

A edição 52 da Revista do Brasil trazia, à capa, uma foto da candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), com a chamada "A vez de Dilma: O país está bem perto de seguir mudando para melhor". A publicação explicita em seu editorial a posição favorável à candidatura Dilma, e traz também reportagem analisando circunstâncias da disputa do segundo turno.

O pedido de restrição de circulação de seu conteúdo assemelha-se a uma investida datada de junho de 2006. À época, o mesmo PSDB encampou pedido de suspensão de distribuição da edição número 1 da revista. Havia ainda a demanda de que a edição deixasse de ser divulgada no site da CUT e do Sindicato dos Químicos.

Repetida a investida, fica latente o lado em que estão as forças aliadas a José Serra. O lado de quem quer liberdade apenas para o tipo de imprensa e de expressão que lhes convém.


CHICO BUARQUE NO ATO PRÓ-DILMA:

"Venho aqui reiterar meu apoio entusiasmado à campanha da Dilma. Essa mulher de fibra, que já passou por tudo, não tem medo de nada. Vai herdar o senso de justiça social, um marco do governo Lula, um governo que não corteja os poderosos de sempre, não despreza os sem-terra, os professores, garis. A forma de governar de Lula é diferente. Ele não fala fino com Washington, nem fala grosso com Bolívia e Paraguai. Por isso, é ouvido e respeitado no mundo todo. Nunca houve na História do país algo assim"


Dilma dá ótima entrevista, mas JN edita pautas negativas para ela

A presidenciável Dilma Rousseff, da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, voltou à bancada do Jornal Nacional, da Rede Globo, na noite desta segunda-feira (18). Nos 11 minutos e 30 segundos nos quais Dilma respondeu às perguntas do casal de entrevistadores Willian Bonner e Fátima Bernardes, a candidata petista dialogou com sorriso no rosto e respondeu, com tranquilidade, todas as perguntas incômodas feitas pelos apresentadores. Foi uma entrevista esclarecedora e excelente para a candidata.

Desta vez, não se observou a agressividade que Bonner demonstrou na primeira entrevista, em 9 de agosto, durante o primeiro turno. O casal Global foi enfático nas perguntas --como deve ser-- e Dilma foi serena, objetiva, mas igualmente firme nas respostas. Como era de se esperar, Dilma foi questionada sobre a questão do aborto e sobre o caso Erenice.

Bonner questionou a candidata também sobre as declarações do deputado Ciro Gomes sobre o suposto preparo de José Serra e os problemas do PMDB.

Dilma reafirmou o que tem dito em outras entrevistas, nos debates e na propaganda eleitoral gratuita. Sobre a questão do aborto, disse que não se pode tratar o assunto como caso de polícia e sim como um problema de saúde pública.

Sobre o caso Erenice Guerra, lembrou que denúncias feitas durante o governo Lula são sempre investigadas e, quando constatada a culpa, os envolvidos são punidos. Já no governo de seu adversário, José Serra, as denúncias são abafadas. Dilma lembrou o caso do ex-presidente do Dersa, Paulo Preto, que mesmo sendo alvo da operação Castelo de Areia, da Polícia Federal, jamais foi investigado pelo governo paulista.

As considerações finais da candidata também foram perfeitas. Com humildade, Dilma pediu votos pela continuidade de um projeto que está dando certo e mudando o Brasil.

Veja no final da matéria a transcrição, na íntegra, da entrevista.

Pauta negativa na sequência

Mas o Jornal Nacional é o Jornal Nacional. E logo depois da entrevista, o jornal bateu feio na candidatura de Dilma. A mão pesada do editor foi notada na reportagem requentando denúncia vazia da revista Época sobre o diretor da Eletrobras, Valter Luiz Cardeal Cardeal, aliado de Dilma. A edição da matéria chegou a ser mais grosseira que a agressividade de Bonner na entrevista de agosto. Cardeal emitiu uma nota esclarecendo as denúncias e mostrando, com fatos concretos, que não havia nada de irregular. Mesmo assim, o JN sequer citou a nota.

Depois do programa eleitoral gratuito, o JN apresentou o "dia" dos candidatos. Como tem feito diariamente neste segundo turno, cobriu a agenda de Serra de forma a dar visibilidade para as propostas do candidato. Parecia uma inserção do programa eleitoral tucano.

Quando chegou a vez da agenda de Dilma, o JN agiu de forma calhorda e alegou que a candidata não teve "comprimissos públicos" nesta segunda-feira. Assim, o Jornal tentou justificar a não cobertura do dia da candidata. Mas havia material de sobra para uma matéria, pois Dilma deu entrevista coletiva no Rio de Janeiro e na qual havia jornalistas da Globo presentes. Novamente o JN "escondeu" Dilma propositalmente para prejudicá-la.

Nesta terça-feira (19), será a vez de José Serra ser entrevistado pelo Jornal Nacional. Será interessante observar como será o tratamento editoral da "pauta" política do JN.

Da redação,
Cláudio Gonzalez

Tullius Detritus: o agente da discórdia

publicada domingo, 17/10/2010 às 01:00 e atualizada segunda-feira, 18/10/2010 às 00:18

Tullius Detritus, especialista em semear a cizânia

A figura acima, caro leitor, lembra algum personagem da cena política brasileira?

Enquanto você pensa, explico que Tullius Detritus é para mim um personagem inesquecível. Dos 10 aos 14 anos, fui leitor fanático de Asterix. Montei, com meu irmão, a coleção completa das aventuras do herói gaulês. Coleção que – tenho o prazer de constatar – hoje é saboreada por meus filhos adolescentes.

Para quem não sabe: “Asterix” é uma série de quadrinhos, francesa, que conta a história de uma aldeia de gauleses (antepassados dos franceses) que teima em resistir ao invasor romano – enquanto toda a Gália já se rendeu. A aldeia de Asterix resiste graças a poderes especiais conferidos por uma poção mágica.

Depois de usar muitas técnicas para derrotar os “irredutíveis”, o imperador Julio Cesar tem uma idéia genial: infiltrar na aldeia o agente romano Tullius Detritus. Qual a especialidade de Detritus? Semear a discórdia, a cizânia. Roma tenta dividir os gauleses para vencê-los. Essa é a história de “Asterix e a Cizânia”.

Voltemos ao Brasil.

A campanha de 2010 é, certamente, a mais suja de todos os tempos. Não é surpresa. Ciro Gomes já tinha avisado. A presença de Serra era prenúncio de jogadas sombrias, ataques sinuosos. Mas pouca gente imaginava que poderíamos chegar a esse ponto.

O Detritus brasileiro já conseguira dividir o PSDB paulista. Depois, dividiu o PSDB nacional (usando métodos pouco ortodoxos na disputa com Aécio). Agora, divide a Igreja Católica; e aprofunda certas divisões entre evangélicos – fomentando algumas denominações contra outras.

O episódio ocorrido nesse sábado, no Ceará, chama atenção: um padre católico reagiu à presença de Detritus e à tática de distribuir panfletos de bispos contra Dilma. O (ainda) senador Tasso (que acompanhava Detritus) bateu boca com o padre. Houve tensão e medo: um local de orações por pouco não se transforma em praça de guerra. O padre – vejam só – teve que ser retirado, enquanto petistas e tucanos ameaçavam se enfrentar!

Percebem a gravidade da situação?

Tullius Detritus semeia a cizânia – também – com essa lamentável tentativa de colar em Dilma o rótulo de “abortista”. Colocou – vejam – a própria mulher na rua, a dizer: “Dilma quer matar as criancinhas”.

Um parlamentar do PT acaba de me contar que o episódio do Ceará não é fato isolado. Em São Paulo, diz-me, teriam havido nos últimos dias (especialmente nas periferias) vários episódios de fiéis se insurgindo contra padres, de padres discordando de textos escritos por bispos, sem contar as brigas públicas de bispos com outros bispos.

Qual o motivo? Tullius Detritus!

A campanha fétida – com apelo falsamente religioso – lançada por Detritus ameaça dividir a Igreja Católica. Basta ler o artigo de Emílio Rodriguez - um veterano da militância católica – publicado no blog do Azenha, para ver o tamanho da encrenca. Emílio já não suporta ver a Igreja usurpada pela campanha de Serra.

Os bispos católicos que se afundam nessa campanha de ódio têm a recompensa terrena: os seus nomes são levados para as delegacias – como aconteceu também nesse sábado em São Paulo (bispos teriam encomendado milhões de panfletos para atacar Dilma; os panfletos foram apreendidos numa gráfica, e o caso foi parar na polícia).

Enquanto isso, Tullius Detritus esfrega as mãos. Ele não se importa com os estragos, nem com o risco de lançar o país em uma guerra religiosa. Botou na cabeça que deve ser presidente da República – custe o que custar. Para isso, não há limites. Nas última semanas, esse personagem levou nosso país até muito perto do precipício, fomentando ódio e intolerância – que já se sente nas ruas.

Também nos quadrinhos, Tullius Detritus é um personagem sombrio e perigoso. Mas, ao fim, Asterix e seus amigos conseguem derrotá-lo.

No Brasil, cabe ao eleitor dar a resposta. Não é preciso usar poção mágica. Basta o voto.

domingo, 17 de outubro de 2010

Festival de besteiras que assola o país

15/10/2010 - 10:57 | Breno Altman | São Paulo

Aborto: a cruzada fundamentalista de José Serra

O atraso na agenda de direitos civis no Brasil encontra fonte de alimentação na atual campanha presidencial. Os estragos são notáveis. A defesa do Estado laico, da saúde pública e da liberdade individual sucumbiu diante da ofensiva religiosa.

A opção talibã de José Serra está na origem desse enredo. O cálculo político da oposição, ao apostar na discussão do aborto, remete à sua fragilidade junto às camadas populares e os setores médios mais pobres. O bloco conservador, praticamente ilhado na classe média alta e entre os ricos, procurou nas trevas a porta de entrada para andares de baixo. A contraposição de “valores cristãos” à esquerda, velho recurso da guerra fria, funciona para estimular medo e estressar vínculos com as frações mais crentes da população.

Mas não se trata apenas de uma manobra tática isolada. A fusão entre direita laica e correntes reacionárias do cristianismo é fenômeno antigo. Essa aliança, neutralizada durante o apogeu da Teologia da Libertação, renasceu com a nova ordem no Vaticano e o crescimento de grupos evangélicos extremistas. Sobre os pilares desse acordo, ressurge o imaginário das marchas com deus e a família pela liberdade e a moralidade, base orgânica do golpe de 1964.

Leia a série de reportagens
Tabu no Brasil, aborto é menos restrito na maioria dos países
Aborto ilegal é 300 vezes mais perigoso para a mulher que o legal
Aborto: nos EUA, governo Bush deixou marcas que Obama tenta apagar

O PSDB, outrora partido moderninho da classe média paulistana, agora abençoa a fundação do Tea Party à brasileira. Seu programa eleitoral de rádio e televisão pouco fala de projeto para o país, a pretexto de priorizar a “comparação de biografias”. De forma subliminar, mas constante, busca amalgamar Dilma Rousseff como o anti-Cristo da política nacional. A contra-revolução cultural, moral e de direitos civis passou a ser o aspecto mais evidente da narrativa tucana.

A truculência dessa cruzada parece ter surpreendido os petistas. A primeira reação foi natural, talvez um pouco tardia: desmascarar publicamente a operação clandestina levado a cabo pela internet e nos templos. Os riscos começaram nos passos seguintes, quando foi dada a partida em movimentos de negociação com a agenda tradicionalista, repletos de encontros e imagens confessionais que subitamente apareceram na campanha. Durante dias o PT pareceu ter aceitado a dinâmica do debate confessional.

A esquerda poderia ter dado maior e melhor combate às idéias retrógradas, explicitando a descriminalização do aborto como problema de saúde pública, informando sobre mulheres que morrem aos milhares todos os anos. Dilma, ainda assim, teria espaço para afirmar que jamais sua alternativa individual seria por interromper uma gravidez e que, como presidente, não apresentaria projeto de lei que alterasse as normas atuais, pois tem consciência que são decisões que necessitam de amadurecimento e debate em clima de tolerância. Mudanças eventuais estariam a cargo somente do Congresso, eventualmente através de plebiscito. Não seriam alvo de deliberação do seu governo.

Leia mais:
Em defesa da vida, o aborto
Um continente, muitas diferenças
EUA aprovam "pílula dos cinco dias seguintes"
Governistas querem voltar a debater legalização do aborto no Uruguai
Argentina se prepara para discutir a polêmica ampliação do direito ao aborto
Encarceradas por abortar: mexicanas cumprem penas de até 30 anos em Guanajuato

Mas foi irresistível a tentação de acalmar angústias do eleitorado cristão, ou parte dele, fora dos pressupostos laicos. Em reunião com lideranças evangélicas, na quarta-feira (13/10), Dilma sentiu na pele a armadilha que está montada. Praticamente lhe tentaram impor uma moratória religiosa, pela qual a eventual chefe de um Estado laico aceitaria o compromisso de não autorizar proposições governamentais e vetar resoluções parlamentares acerca do direito de aborto, da união civil entre homossexuais e da proibição da homofobia, entre outros quesitos.

Ao término do encontro, ficou pendente uma “carta à nação” que satisfizesse as reivindicações desses agrupamentos cristãos, cujo objetivo parece ser o bloqueio do processo constitucional em função de suas crenças e valores particulares. Muitos setores e personalidades se manifestaram contra o documento. Há quem diga que seria um termo de renúncia aos princípios republicanos.

Essa iniciativa, mesmo na lógica eleitoral, poderia provocar sérios inconvenientes. A cada passo da campanha petista para aplacar a ira dos templos, maior o espaço para a discussão que interessa à direita e menor relevância para o enfrentamento entre modelos e programas de governo. Como gostam de dizer os espanhóis: crie corvos, que te comerão os olhos.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Essa é boa..... :-)

Essa informação é incrível. Vejam só: Mesmo contando com noticiário favorável todos os dias na globo, na bandeirantes, no SBT, na rede TV, etc (isso sem falar nos jornais folha, estadão, e na revista Veja e época) o PSDB e o DEM tiveram a capacidade de entrar na justiça contra a RECORD alegando que esta emissora fez uma reportagem favorável à adversária, conseguindo um parecer favorável da já famosa Sandra Cureau.

Chega a ser realmente uma piada..... e de mau gosto. Mais uma trapalhada da galera que se diz "defensora da liberdade de expressão", mas sempre age no sentido de calar a voz discordante. Na minha opinião não chega a ser realmente uma censura no sentido clássico, já que não é proibição prévia, mas é uma multa, e multas são para impedir a reincidência, o que em si é também censura. É como dizem: falar é fácil, mas o democrata mesmo a gente reconhece pelas
ações.

E mais uma coisa que eu notei....
Interessante também é notar como a reportagem, dada pela folha, é super incrivelmente microscopicamente curta, quase que como denunciando a vergonha do reporter.

paz
Alexei.

Coligação de Serra quer censurar TV Record

A vice-procuradora-geral Eleitoral, Sandra Cureau, enviou nesta quinta-feira (14) parecer favorável à aplicação de multa à TV Record por ter veiculaod reportagem supostamente favorável à candidata da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, Dilma Rousseff.

A reportagem mostrava as regiões da cidade de São Paulo onde Dilma e Serra saíram vitoriosos.
O parecer da vice-procuradora-geral Eleitoral atende pedido feito pela coligação do candidato do PSDB José Serra, que alegou que a emissora fez propaganda a favor de Dilma Rousseff, ao mostrar que esta venceu nos bairros mais pobres.

Em declarações à Folha de S.Paulo, a direção da TV Record afirma que o pedido de multa “parece uma tentativa de censura e cerceamento da liberdade de imprensa”.

O caso será analisado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Se condenada a emissora poderá ser obrigada a pagar multa que varia de R$20 mil a R$100 mil.

Com informações da Folha de S.Paulo


Serra, quando governador, pagou R$ 34 milhões à editora da revista Veja

21/9/2010 15:35, Por Redação, com Altamiro Borges - de São Paulo

O jornalista Altamiro Borges realizou minuciosa pesquisa junto aos editais publicados no Diário Oficial do Estado de São Paulo e divulgou o resultado, nesta terça-feira, após descobrir indícios de um autêntico “mensalão” pago pelo tucanato ao Grupo Abril. A liberação dos recursos ficou gravada no histórico do Diário Oficial do Estado:

DO (Diário Oficial do Estado de São Paulo) de 23 de outubro de 2007. Fundação Victor Civita. Assinatura da revista Nova Escola, destinada às escolas da rede estadual. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 408.600,00. Data da assinatura: 27/09/2007. No seu despacho, a diretora de projetos especial da secretaria declara ‘inexigível licitação, pois se trata de renovação de 18.160 assinaturas da revista Nova Escola’.

DO de 29 de março de 2008. Editora Abril. Aquisição de 6.000 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 2.142.000,00. Data da assinatura: 14/03/2008.

DO de 23 de abril de 2008. Editora Abril. Aquisição de 415.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 30 dias. Valor: R$ 2.437.918,00. Data da assinatura: 15/04/2008.

DO de 12 de agosto de 2008. Editora Abril. Aquisição de 5.155 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 1.840.335,00. Data da assinatura: 23/07/2008.

DO de 22 de outubro de 2008. Editora Abril. Impressão, manuseio e acabamento de 2 edições do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 4.363.425,00. Data da assinatura: 08/09/2008.

■ DO de 25 de outubro de 2008. Fundação Victor Civita. Aquisição de 220.000 assinaturas da revista Nova Escola. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 3.740.000,00. Data da assinatura: 01/10/2008.

DO de 11 de fevereiro de 2009. Editora Abril. Aquisição de 430.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 2.498.838,00. Data da assinatura: 05/02/2009.

DO de 17 de abril de 2009. Editora Abril. Aquisição de 25.702 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 608 dias. Valor: R$ 12.963.060,72. Data da assinatura: 09/04/2009.

DO de 20 de maio de 2009. Editora Abril. Aquisição de 5.449 assinaturas da revista Veja. Prazo: 364 dias. Valor: R$ 1.167.175,80. Data da assinatura: 18/05/2009.

■ DO de 16 de junho de 2009. Editora Abril. Aquisição de 540.000 exemplares do Guia do Estudante e de 25.000 exemplares da publicação Atualidades – Revista do Professor. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 3.143.120,00. Data da assinatura: 10/06/2009.

Negócio milionário

Somente com as aquisições de quatro publicações “pedagógicas” e mais as assinaturas de Veja, o governo tucano de José Serra transferiu, dos cofres públicos para as contas do Grupo Civita, R$ 34.704.472,52 ao longo de um ano. O Ministério Público Estadual já acolheu representação do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e abriu o inquérito civil para apurar irregularidades no contrato firmado entre o governo paulista e a Editora Abril na compra de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola.

A compra das assinaturas representa cerca de 25% da tiragem declarada da revista Nova Escola e injetou R$ 3,7 milhões aos cofres do empresário Victor Civita. Mas este não é o único caso de privilégio ao Grupo Abril. O tucano Serra também apresentou proposta curricular que obriga a inclusão no ensino médio de aulas baseadas nas edições encalhadas do Guia do Estudante, outra publicação do grupo.

Com a palavra: Leonardo Boff

Leonardo Boff: “A mídia comercial em guerra contra Lula e Dilma”

"Esta história de vida me avalisa fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a mídia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade".

Por Leonardo Boff*

Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o “silêncio obsequioso” pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o “Brasil Nunca Mais”, onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário. Esta história de vida me avalisa fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a midia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade.

O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de ideias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.

Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando veem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “famiglia” mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos de O Estado de São Paulo, de A Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja, na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um Presidente que vem desse povo. Mais que informar e fornecer material para a discusão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.

Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido a mais alta autoridade do país, ao Presidente Lula. Nele veem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.

Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser Presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo.

Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma), “a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogresssita, antinacional e não contemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes, nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo -Jeca Tatu-; negou seus direitos; arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação; conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que contiua achando que lhe pertence (p.16)”.

Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles têm pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascedente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o Presidente de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável.

Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados, de onde vem Lula, e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coroneis e para “fazedores de cabeça” do povo. Quando Lula afirmou que “a opinião pública somos nós”, frase tão distorcida por essa midia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da midia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palabra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.

O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no Governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.

Outro conceito innovador foi o desenvolvimento com inclusão soicial e distribuição de renda. Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituidas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no Governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas, importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.

O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, ao fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela VEJA, que faz questão de não ver; protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra, mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.

O que está em jogo neste enfrentamento entre a midia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocoloncial, neoglobalizado e, no fundo, retrógrado e velhista; ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes?

Esse Brasil é combatido na pessoa do Presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das más vontades deste setor endurecido da midia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construido com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros.

*Leonardo Boff
, pseudônimo de Genézio Darci Boff (Concórdia, 14 de dezembro de 1938), é um teólogo brasileiro, escritor e professor universitário, expoente da Teologia da Libertação no Brasil. Foi membro da Ordem dos Frades Menores, mais conhecidos como Franciscanos.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Sorria, você (ainda) está sendo manipulado

13 de outubro de 2010 às 23:09

No JN, a “paginação” dos sonhos de Serra

por Luiz Carlos Azenha

O Jornal Nacional escondeu, mais uma vez, o Paulo Preto.

Nenhuma reportagem investigativa, nenhuma entrevista a respeito, absolutamente nada. Nem um segundinho sequer.

Presumo que o PT já sabia que seria assim, nesta campanha: Erenice, 1.435 manchetes e reportagens investigativas; Paulo Preto quem?

Porém, hoje me chamou a atenção a paginação do jornal.

O JN deu longa cobertura ao resgate dos mineiros, com todos os detalhes religiosos (crucifixos, orações, etc).

Break para a propaganda eleitoral.

Propaganda de José Serra com apelo “religioso”.

Propaganda de Dilma Rousseff.

Bloco policial.

Cobertura eleitoral, com José Serra falando em “união nacional”, à chilena.

Pesquisa com queda de Dilma e ascensão de Serra, comparando um Ibope de segundo turno hipotético com o Ibope de um segundo turno real.

Pano rápido.

É conferir para ver se existe nisso algum padrão kameliano.

Assim se comporta o democrata?

O candidato do PSDB insiste na velha máxima: "faça o que eu digo, não faça o que eu faço"


Paz
Alexei




Serra se irrita com jornalista no RS e ataca a imprensa

Por: Redação da Rede Brasil Atual

Publicado em 13/10/2010, 19:50

Última atualização às 20:40

São Paulo - José Serra (PSDB), candidato à Presidência da República, irritou-se com uma pergunta sobre Paulo Vieira de Souza, ex-diretor de Engenharia da Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa). Souza dirigiu a Dersa durante a gestão de Serra à frente do governo de São Paulo. Além de não responder ao questionamento, ele criticou o jornalista autor da pergunta e acusou o jornal Valor Econômico, pertencente ao Grupo Folha e a O Globo, de estar à serviço do PT.

A declaração soma-se a uma série de bate-bocas protagonizados pelo tucano com jornalistas. Nesta quarta-feira (13), em Porto Alegre (RS), Serra saía de reunião com o candidato derrotado ao governo José Fogaça (PMDB) quando foi questionado sobre Souza, conhecido como Paulo Preto.

Inicialmente, o candidato oposicionista recusou-se a responder por considerar "um preconceito odiento (sic) se referirem a uma pessoa com este apelido". Ele disse ter considerado que a pergunta dizia respeito ao apelido e não a suas relações com o tucano acusado de ter arrecadado R$ 4 milhões para a campanha antes do período permitido pela Justiça Eleitoral e cujo destino é desconhecido.

Depois, Serra negou desvios em sua campanha e afirmou que sua concorrente, Dilma Rousseff (PT) precisaria explicar irregularidades na Casa Civil – em referência a Erenice Guerra, afastada do cargo por suposto tráfico de influência de seu filho em contratos dos Correios.

Ao falar sobre o caso, Serra voltou-se ao jornalista Sérgio Bueno do Valor Econômico, autor da pergunta sobre Souza, e disse que o veículo "não têm interesse na Casa Civil, naquilo que foi desviado e etc." O jornalista disse, a seguir, que se tratava de preconceito. Serra respondeu: "não é preconceito. Vocês fazem manchete para o PT botar no horário eleitoral".

Segundo o portal Terra, antes do encontro com Fogaça, Serra havia defendido a liberdade de imprensa. "Para nós, liberdade e democracia não são instrumento de retórica e a liberdade de imprensa é indispensável. Eu reclamo da imprensa às vezes, mas vou lutar até a morte para que sejam livres no que dizem. Democracia é respeitar aqueles que não estão de acordo", defendeu. Mesmo durante o evento, o tucano recusou-se a responder sobre Souza.

Histórico

Durante toda a campanha, Serra brigou com jornalistas. Em setembro, ele parou uma entrevista na rede CNT, por não ter gostado do questionamento feito pela apresentadora do canal, Márcia Peltier. Em sabatina a O Globo, Zuenir Ventura foi alvo do descontentamento por ter perguntado ao candidato sobre seu discurso agressivo na campanha. Ele também acusou repórteres da TV Brasil e do sistema Radiobras de fazerem cobertura enviesada, além de Heródoto Barbeiro, então apresentador do programa Roda Viva.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Quem censura quem, cara pálida?

"Fui demitida por um 'delito' de opinião"



Reproduzo entrevista concedida ao jornalista Bob Fernandes, publicada no Terra Magazine:

A psicanalista Maria Rita Kehl foi demitida pelo Jornal O Estado de S. Paulo depois de ter escrito, no último sábado (2), artigo sobre a "desqualificação" dos votos dos pobres. O texto, intitulado "Dois pesos...", gerou grande repercussão na internet e mídias sociais nos últimos dias.

Nesta quinta-feira (7), ela falou a Terra Magazine sobre as consequências do seu artigo e o motivo de sua demissão:

- Fui demitida pelo jornal o Estado de S. Paulo pelo que consideraram um "delito" de opinião (...) Como é que um jornal que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?

Leia abaixo a entrevista:

Maria Rita, você escreveu um artigo no jornal O Estado de S.Paulo que levou a uma grande polêmica, em especial na internet, nas mídias sociais nos últimos dias. Em resumo, sobre a desqualificação dos votos dos pobres. Ao que se diz, o artigo teria provocado conseqüências para você...

E provocou, sim...

Quais?

Fui demitida pelo jornal O Estado de S.Paulo pelo que consideraram um "delito" de opinião.

Quando?

Fui comunicada ontem (quarta-feira, 6).

E por qual motivo?

O argumento é que eles estavam examinando o comportamento, as reações ao que escrevi e escrevia, e que, por causa da repercussão (na internet), a situação se tornou intolerável, insustentável, não me lembro bem que expressão usaram.

Você chegou a argumentar algo?

Eu disse que a repercussão mostrava, revelava que, se tinha quem não gostasse do que escrevo, tinha também quem goste. Se tem leitores que são desfavoráveis, tem leitores que são a favor, o que é bom, saudável...

Que sentimento fica para você?

É tudo tão absurdo...a imprensa que reclama, que alega ter o governo intenções de censura, de autoritarismo..

Você concorda com essa tese?

Não, acho que o presidente Lula e seus ministros cometem um erro estratégico quando criticam, quando se queixam da imprensa, da mídia, um erro porque isso, nesse ambiente eleitoral pode soar autoritário, mas eu não conheço nenhuma medida, nenhuma ação concreta, nunca ouvi falar de nenhuma ação concreta para cercear a imprensa. Não me refiro a debates, frases soltas, falo em ação concreta, concretizada. Não conheço nenhuma, e, por outro lado..

...Por outro lado...?

Por outro lado a imprensa que tem seus interesses econômicos, partidários, demite alguém, demite a mim, pelo que considera um "delito" de opinião. Acho absurdo, não concordo, que o dono do Maranhão (Senador José Sarney) consiga impor a medida que impôs ao jornal Estado de S.Paulo, mas como pode esse mesmo jornal demitir alguém apenas porque expôs uma opinião? Como é que um jornal que está, que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?

Você imagina que isso tenha algo a ver com as eleições?

Acho que sim. Isso se agravou com a eleição, pois, pelo que eles me alegaram agora, já havia descontentamento com minhas análises, minhas opiniões políticas.


Que tal uma comparação?


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Falta só um mês.

Começou o segundo turno

meu voto é Dilma Rousseff!


Probabilidade de mudar meu voto = 0%



Abraços
Alexei


Flávio Aguiar: Lembretes para o segundo turno de 2010

É bom não esquecer que Serra não apresentou qualquer programa. Mas seu último ato significativo no governo de S. Paulo foi a privatização da Nossa Caixa, brecada porque adquirida pelo Banco do Brasil. Isso é um bom prognóstico para o que vai acontecer com o Banco do Brasil. Caixa Econômica Federal, Petrobrás, etc.

Por Flávio Aguiar*

Aos meus amigos verdes, gostaria de lembrar que Fernando Gabeira já declarou apoio a Serra, o que mostra como de fato ele considera Marina da Silva e as instâncias do próprio partido.

Assim como a causa ambiental, uma vez que entre Serra/DEM/Índio da Costa e causas ambientais há uma distância de anos-luz.

É bom lembrar também que Serra ganhou nos estados do chamado “espinhaço do agro-business”, que vai de Santa Catarina a Rondônia. Isso permite uma bela previsão do que vai ser o seu governo, muito mais do que frases sem cabeça nem pé.

A propósito de anos-luz: o que ajudou a empurrar Serra para o segundo turno, dando mais votos a Marina, foi a campanha obscurantista, retrógrada, caluniosa e que usa o nome de todas as religiões em vão, acusando, por exemplo, Dilma Rousseff de ser a favor do aborto.

Aos preocupados com a liberdade de imprensa, lembro que na mídia que apóia a candidatura de Serra, velada ou abertamente, desde 2006 tornaram-se comuns as “operações limpeza” (inclusive a pedido), eliminando jornalistas (inclusive de renome) dissidentes (como durante a ditadura) ou que não tocavam de acordo com a música.

Já a quem se preocupe com política externa, lembro que, se Serra levar a sério suas declarações durante a campanha, erguerá uma cortina de ferro nas fronteiras do nosso país, acabando com a integração continental. Sem falar que retornaremos aos tempos do beija-mão e da barretada à potência de plantão. O Brasil vai perder todo o prestígio que acumulou nos últimos anos. Vai murchar em matéria de contatos com a África, Ásia e América Latina, sem que isso signifique uma melhor posição diante da Europa ou da América do Norte.

Se a preocupação for com a idéia de que “é bom alternar quem está no poder”, sugiro que comecemos por pensar no caso de S. Paulo, o segundo orçamento da nação, que completará vinte anos sob a batuta da coligação PSDB/DEM, com resultados precários na educação, saúde e segurança.

Para quem ache que “é tudo a mesma coisa”, lembro que a arte da política (de acordo, entre outros, com Gramsci) é a de discernir as diferenças para além das aparentes semelhanças, e que essas diferenças aparecem mais pelo acúmulo de atos do que pelo de palavras e promessas.

Lembro ainda que, devido aos resultados do primeiro turno, uma vitória de Serra vai transformar o governo federal em cabide para uma penca de políticos subitamente desempregados da sua coligação, que já deviam estar defenestrados (pelo voto, como foram) da nossa vida pública há muito tempo.

É bom não esquecer que Serra não apresentou qualquer programa. Mas seu último ato significativo no governo de S. Paulo foi a privatização da Nossa Caixa, brecada porque adquirida pelo Banco do Brasil. Isso é um bom prognóstico para o que vai acontecer com o Banco do Brasil. Caixa Econômica Federal, Petrobrás, etc.

Ao invés de programas, Serra distribuiu gestos e palavras a esmo. Dizer que quem fuma é contra Deus, puxar Ave Maria em missa, falar em austeridade fiscal e ao mesmo tempo prometer aumentos vertiginosos do salário mínimo, dizer que tem preocupação ambiental e ao mesmo tempo prometer no Pará que vai mexer na legislação que protege a Amazônia não é um programa nem um bom começo para quem quer alardear honestidade política e coerência.

E por aí se vai.

Dilma, por sua vez, defende um programa (que pôs em prática) ao mesmo tempo social e austero, demonstrou ser uma candidata de idéias próprias e não um factóide de si mesmo que fica esgrimindo promessas a torto (sobretudo) e a direito. Foi atacada, caluniada, difamada e manteve a linha o tempo inteiro (ao contrário de Serra, que seguido perdeu a linha quando confrontado com perguntas incômodas), não recorreu a esses golpes baixos tão típicos das campanhas da direita. Não é o caso de se concordar com ela em tudo. Mas Dilma é diálogo.

Leia, medite e passe adiante, se achar que é o caso. Obrigado pelo seu tempo.

*Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.

Fonte: Carta Maior

Marco Aurélio Garcia: “Manchete da Folha é mentirosa”

Manchetão da Folha de S. Paulo de hoje repercutiu em toda a imprensa. “Só que a manchete da Folha é mentirosa”, detona o professor Marco Aurélio Garcia. “O aborto não consta do programa do PT. Portanto, é impossível retirar uma coisa que não tem.”

por Conceição Lemes





“O Serra tenta fazer do aborto uma questão central do segundo turno para desviar o foco do debate de programa de governo, que ele não tem”, afirma Marco Aurélio. “Aí, parte para uma guerra suja, para desqualificar a nossa candidata. E como não tem coragem de assumir a paternidade de tamanha sordidez, ele a terceiriza para os seus paus-mandados.”

O professor Marco Aurélio Garcia é coordenador de programa de governo da candidata petista.A partir de hoje passa a ter maior participação na coordenação da campanha.

A mensagem sobre aborto postada no twitter por André Vargas, deputado federal (PT-PR) e secretário nacional de comunicação do PT,também foi muito debatida hoje, principalmente na internet. Marco Aurélio reagiu duramente: “Além de inoportuna, uma declaração injusta com as feministas”.

André Vargas disse: “Foi um erro ser pautado internamente por algumas feministas. Eu e outros fomos contra [a descriminalização do aborto]”.

“Inoportuna, pois é uma questão que não pode ser discutida de forma simplista”, explica Marco Aurélio. “Injusta, porque as feministas não estão exigindo que incluamos o assunto neste momento no debate. Não podemos ganhar uma eleição com o discurso ofensivo, discriminatório, da direita. A Dilma não é a favor do aborto, mas entende que ele tem de ser discutido no âmbito das respostas da saúde da mulher.”

Aliás, saúde (implica fortalecimento do SUS), educação (de melhor qualidade) e segurança pública serão as três áreas prioritárias do futuro governo Dilma, que já as discutiu com os governadores eleitos.

“Serão os governadores que darão sustentação a esse programa”, diz Marco Aurélio. “O Rio de Janeiro é uma prova de que isso dá certo. A parceria do governo federal com o estadual está dando bons resultados na segurança pública. Já em São Paulo, onde isso não acontece, a política de segurança pública fracassou.”

Os três pontos prioritários já são compromissos do programa de Dilma. Só que agora a campanha pretende explicitá-los mais.

“O que está em jogo são dois projetos”, ressalta Marco Aurélio. “O da oposição, que é um projeto neoliberal. E o nosso que privilegia a melhor educação, reduziu a mortalidade infantil, tirou 30 milhões de pessoas da linha abaixo da pobreza, gerou 14 milhões de empregos com carteira assinada, entre muitas conquistas. A sociedade não é composta por um bando de imbecis, como imagina a oposição. Ela vai saber escolher qual projeto tem realmente mais compromisso com a vida.”

“Para isso, pedimos desde já aos militantes e simpatizantes do PT, PMDB, PCdo B, PSB, PDT, que nos ajudem a divulgar esses compromissos do governo e a desmascarar as mentiras do esquema Serra”, arremata Marco Aurélio. “Nós não queremos apenas vencer. Queremos uma grande vitória que legitime ainda mais o governo da futura presidente do Brasil, Dilma Rousseff.”

Reproduzido do blog Vi o Mundo