

Rupert Murdoch é a própria figura do magnata midiático global supremo. Seu império de jornais, emissoras, estúdios, tv a cabo, e mídia faz dele o Roberto Marinho dos países de lingua inglesa (na imagem vemos os logos de apenas um pedaço do seu império midiático). Há não muito tempo ele já foi o herói dos heróis dos falcões da guerra, quando colocou suas centenas de empresas jornalísticas para trabalhar na promoção da guerra do Iraque. Sua pauta conservadora o faz peça chave na expansão do militarismo petroleiro desta última década, por isso, definitivamente, esse homem não merece a pena de ninguém.
Hoje, um pouco menos temido e poderoso, está mergulhado num escândalo que praticamente paraliza a inglaterra, mas que pouco move de tinta aqui na nossa mídia tupiniquim. Normalmente qualquer assunto britânico repercute fortemente por aqui. Nesse caso, porém, as notas, quando existem, são curtas e pouco explicativas. O fato, porém, é que Murdoch está seriamente implicado.
A verdade está vindo a tona, e os seus métodos jornalisticos coercitivos e invasivos se transformaram em uma onda de indignação e revolta contra o líder desse império.
Que toda mentira caia por terra.
Paz
Alexei.
PS: A reportagem abaixo é do Independent
Líderes políticos britânicos unidos contra Rupert Murdoch
Começaram a aparecer sinais de que os problemas da empresa News Corp na Grã-Bretanha podem contaminar outras partes do negócio. Em depoimento aos deputados, dois altos oficiais de Polícia acusaram a empresa de deliberadamente encobrir provas de que muitos telefones estavam sendo grampeados e invadidos, durante o tempo em que a News International foi dirigida por Les Hinton – braço direito de Murdoch há décadas, que hoje é diretor de Dow Jones nos EUA.
The Independent
Os três principais partidos políticos se  unirão hoje, em ataque sem precedentes contra o homem que os mesmos  partidos vivem, há décadas, de cortejar incansavelmente: Rupert Murdoch.  Os líderes dos três principais partidos políticos britânicos instruíram  seus deputados para que votem a favor de uma moção que exige que  Murdoch, depois do escândalo dos telefones grampeados, desista da  proposta que apresentou para comprar a BSkyB.
Esse show de  pensamento único é consequência de intervenção dramática de David  Cameron. A decisão foi tomada depois que Cameron percebeu que poderia  perder a votação na Casa dos Comuns para a oposição (partidos  Trabalhista e Liberal Democrata). Dizia-se ontem que o clima, na  residência do primeiro-ministro em Downing Street, era “sombrio”.
A  moção – que agora será garantidamente aprovada por vasta maioria –  aumenta muito significativamente a pressão sobre a empresa News Corp  para que desista completamente de tentar comprar a BSkyB – num momento  em que não param de surgir denúncias de crimes e erros de má  administração na News International, subsidiária britânica da News Corp,  de Murdoch.
As ações da BSkyB caíram mais 3%, depois que a City  concluiu que a pressão da opinião pública torna o negócio praticamente  impossível, pelo menos nesse momento. Ao longo do dia de ontem, o affair  teve os seguintes desdobramentos:
* Dois dos mais graduados  comandantes da Polícia britânica acusaram a empresa News International  de mentir e prevaricar no curso do primeiro inquérito policial;
*  A Scotland Yard admitiu que, até agora, só notificou 170 das pessoas  cujos celulares podem ter sido grampeados, de um total de 4.000 nomes  que aparecem nos arquivos de Glenn Mulcaire;
* Uma comissão da  Câmara dos Comuns convocou Rupert e James Murdoch a comparecer  pessoalmente ao Parlamento na próxima 3ª-feira, com Rebekah Brooks, para  serem interrogados publicamente pelos deputados sobre o escândalo; e
*  David Cameron, Ed Miliband e Nick Clegg reuniram-se privadamente para  discutir os termos de referência para uma investigação pública sobre o  escândalo.
Ficou acertado entre os três que Cameron anunciará  hoje a instauração de comissão de inquérito, comandada por juiz  especial, para tratar de dois tópicos: o fracasso da Polícia (que não  investigou devidamente as denúncias de invasão de telefones celulares) e  temas mais amplos da ética na mídia. As testemunhas a serem ouvidas  nessa comissão falarão sob juramento. Espera-se que o primeiro-ministro,  no mesmo ato, nomeie o juiz que presidirá os trabalhos da comissão de  inquérito.
(...) Uma fonte do governo disse que, depois de  aprovada a moção conjunta, a empresa News Corp só poderá comprar 100%  das ações da BSkyB, se vender os três jornais que ainda controla – The  Sun, The Times e The Sunday Times. “A moção conjunta altera todo o jogo”  – disse.
(...) Em New York, os altos executivos da News Corp  estão sendo pressionados a separar-se dos problemas atuais na  Grã-Bretanha, para que a empresa possa concentrar-se nas partes do  negócio que têm maior potencial de crescimento: a televisão a cabo nos  EUA.
Na tentativa de tranquilizar os acionistas, Murdoch  anunciou que destinará 5 bilhões de dólares dos lucros da News Corp para  ‘segurar’ o preço das ações. A companhia informou que o dinheiro seria  gasto ao longo dos próximos 12 meses para recomprar as ações da empresa –  medida que reduz o risco de a cotação despencar. Com essa medida,  Murdoch espera obter a simpatia dos investidores, enquanto tenta  encontrar meio para impedir que o escândalo britânico contamine todo o  império de $45 bilhões.
Murdoch sabe que, se nada fizer, os  acionistas poderão concluir que ele próprio e a família, que controla o  negócio, estariam ‘segurando’ o dinheiro investido. O próprio Murdoch e  vários diretores já são alvo de processo movido por acionistas rebeldes,  que alegam que os executivos da empresa puseram os interesses da  família acima do interesse dos demais investidores.
A jogada de  Murdoch parece estar dando certo. O preço das ações estabilizou-se e  vários grandes acionistas já manifestaram apoio aos Murdochs. O príncipe  saudita Alwaleed bin Talal – principal acionista da News Corp, depois  da família Murdoch – deu várias entrevistas, dizendo que o fechamento do  jornal News of the World bastava, para encerrar o escândalo. E que a  empresa News Corp continuava sólida. “A News Corp é muito mais que um  jornal” – disse o príncipe.
Mas ontem começaram a aparecer  sinais de que os problemas da empresa News Corp na Grã-Bretanha podem  contaminar outras partes do negócio. Em depoimento aos deputados, dois  altos oficiais de Polícia acusaram a empresa de deliberadamente encobrir  provas de que muitos telefones estavam sendo grampeados e invadidos,  durante o tempo em que a News International foi dirigida por Les Hinton –  braço direito de Murdoch há décadas, que hoje é diretor de Dow Jones  nos EUA. É provável que também seja convocado para prestar depoimento no  inquérito público, sobre se teria autorizado ou não, que seus  jornalistas sonegassem provas e produzissem as provas falsas que foram  entregues à Polícia.
Tradução: Vila Vudu
 
 
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